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Análise: Golf Peaks (Switch) transforma o esporte em um simpático puzzle de cartas

Pense com cuidado para conseguir levar a bolinha até o buraco nesse relaxante, porém desafiador título indie.


As regras do golfe são simples: por meio de tacadas, o objetivo é acertar a bola em um buraco distante com o mínimo de movimentos possíveis. Golf Peaks pega o conceito principal do esporte e transforma em um puzzle criativo e interessante. A atmosfera é tranquila, no entanto há muitos desafios complicados pelo caminho.

Jogando golfe com cartas

Assim como no esporte, o objetivo em Golf Peaks é lançar a bolinha no buraco em cada um dos pequenos estágios. O diferencial é que os movimentos são feitos ao jogar cartas. Duas ações estão disponíveis: uma faz a bola rolar pelo chão, outra a lança no ar para alcançar locais altos. Cada cartão conta também com o número de espaços que a bola percorrerá com cada ação e há algumas com combinação dos dois movimentos.

Sendo assim, cada fase oferece um puzzle de navegação que é resolvido ao fazer a série de jogadas corretas. Os comandos são simples e intuitivos, assim como as mecânicas de jogo. Movimentos podem ser desfeitos livremente, o que permite testar as possibilidades tranquilamente. Essas características, em conjunto com os gráficos desenhados e uma música suave, resultam em uma atmosfera relaxante e descompromissada.


Uma interpretação variada e criativa

Golf Peaks, em um primeiro momento, pode parecer bem fácil, pois as fases iniciais têm soluções simples. No entanto, rapidamente o jogo fica complicado: os estágios ficam maiores, exigindo movimentos mais complexos e precisos. Foram várias as vezes em que fiquei preso em um puzzle pensando “essa quantidade de movimentos não é suficiente para a solução”, no entanto, com tentativa e experimentação, eu alcancei os objetivos — conseguir entender o que precisa ser feito é recompensador e divertido.

Um detalhe muito legal é a criatividade dos puzzles, proporcionada pela presença de vários elementos diferentes. Cada um dos mundos conta com um recurso novo que torna as fases mais complexas: blocos de madeira que param completamente a bola, esteiras capazes de alterar completamente a direção dos movimentos, areia movediça que engole a bolinha caso ela pare ali, portais que levam a bola para locais distantes e muito mais. Isso fez com que eu constantemente precisasse reavaliar minhas estratégias, principalmente quando os elementos apareciam de forma combinada.

Muitas fases brincam com nossas expectativas ao oferecer vários caminhos que, na verdade, não servem para chegar na solução do puzzle — ou seja, são distrações muito bem inseridas. Sendo assim, precisamos explorar cuidadosamente as várias opções com um pouco de observação e tentativa e erro. No fim, me surpreendi bastante com algumas soluções criativas ou inesperadas.

Mais de 100 fases estão disponíveis em Golf Peaks. A dificuldade é média, com alguns poucos puzzles mais complicados, sendo o ponto alto da complexidade os estágios extras opcionais de cada mundo. A quantidade de enigmas é razoável, no entanto boa parte deles podem ser resolvidos bem rápido, fazendo com que todo o conteúdo do jogo dure poucas horas.


Um bom passatempo

Golf Peaks usa o esporte para criar um puzzle elegante e cativante. É divertido utilizar cartas para levar a bolinha até o buraco, principalmente por causa da grande criatividade e variedade de situações presentes nos estágios. Além disso, o jogo conta com uma atmosfera relaxante por meio de um visual belo e uma música agradável. O único porém é a quantidade de conteúdo reduzida — os mais habilidosos vão passar por todos os estágios rapidamente. No fim, Golf Peaks oferece uma experiência ótima, porém breve.

Prós

  • Puzzles criativos e variados;
  • Mecânica simples de entender;
  • Visual e música agradáveis.

Contras

  • Pouco conteúdo.
Golf Peaks — PC/Switch/iOS/Android — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela 7Levels

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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