Os próximos passos da Nintendo no mercado mobile

A entrada da Nintendo no mercado para celulares abriu um leque de possibilidades e nós falamos delas neste texto.



A Nintendo empolgou fãs e acionistas quando finalmente resolveu entrar no mercado mobile. E, para mostrar que não estava para brincadeiras, a japonesa já chegou com os dois pés na porta e lançou versões de suas principais franquias. As propostas deram retorno e muito se especula sobre os caminhos possíveis para a companhia nesse novo mundo.

Os números atuais

Super Mario Run, Animal Crossing, Fire Emblem, Dragalia Lost e, claro, Pokémon GO: essas foram as principais apostas da Big N no mercado de celulares. O mascote bigodudo da empresa, apesar de não atingir alguns resultados esperados, quebrou alguns recordes, como por exemplo, ter 25 milhões de downloads em 4 dias. É bom lembrar que Super Mario Run é um jogo pago, diferente dos demais e mesmo com esse “detalhe” obteve números impressionantes.

Para além de Pokémon GO...  Há games divertidíssimos como Pokémon Shuffle, Pokémon Magikarp Jump e Pokémon Quest. Em Pokémon Shuffle temos um puzzle que mistura algumas mecânicas do viciante Candy Crush com o universo Pokémon; Pokémon Magikarp Jump é um divertido jogo em que você treina o seu pokémon para que ele possa participar de competições de salto; e em Pokémon Quest você precisa desenvolver sua base, atrair novos pokémon e montar seu time para realizar missões e adquirir novos itens e recursos.




Já o fofíssimo Animal Crossing chegou aos seus 15 milhões de downloads em 2017 e arrecadou 50 milhões em receita no ano passado. A franquia é uma marca relativamente nova frente a outras propriedades da companhia, mas vem apresentado resultados impressionantes.

Fire Emblem, jogo de estratégia que vem ganhando muitos fãs no console da Nintendo, não fica atrás das franquias Mario e Animal Crossing quando o quesito é ganhar dinheiro. São 60 milhões de dólares só no final do ano passado. Podemos dizer que foi um sucesso, certo?

Dragalia Lost é um RPG da Nintendo desenvolvido exclusivamente para celulares e, portanto, uma franquia nova. Apesar de ser a pior estreia dos mobile da japonesa, os números seguem altos para padrões normais. O RPG também arrecadou mais de 50 milhões de dólares.





O incrível Pokémon GO dispensa apresentações. É uma das maiores aplicações baixadas nos dispositivos móveis e rendeu mais de 1 bilhão de dólares desde o seu lançamento. E, claro, esse número vai aumentar ainda mais, pois, de acordo com dados divulgados no ano passado, mesmo após a febre inicial, o jogo da Niantic registrou uma alta de 35% de usuários ativos. Além disso, com o lançamento da franquia em outras mídias como cinema, série de tv ou ainda a nova geração para o Switch, Pokémon deve permanecer nos holofotes e receberá atualizações com novas criaturas e modos disponíveis de jogo.

Os dados apresentados demonstram a força da Nintendo e suas franquias. A grande pergunta é com relação aos próximos passos.

O fim do 3DS e o início da Era dos Smartphones

A linha de portáteis da Nintendo (3DS, 2DS e derivados) sempre figuraram na lista dos consoles mais vendidos no Japão, superando inclusive toda a família de consoles do Xbox One. Os japoneses sem, sem dúvida, adoram o portátil da Nintendo que foi por muitos anos o "lar" da franquia Pokémon.





Nos últimos anos, o mercado de smartphones tomou conta da terra nipônica. Se antes nos metrôs víamos várias pessoas jogando seus portáteis, hoje a coisa é bem diferente. Os celulares estão na moda e a Nintendo, sabendo disso, teve de mudar a sua estratégia que até então ignorava ou pouco se articulava a respeito dos telefones móveis.

A mudança nos costumes proporcional uma certa "revolução editorial" e os jogos da gigante japonesa não poderiam ficar de fora dessa mudança comercial. Trazer Pokémon, Mario e cia para os smartphones é continuar garantindo, do ponto de vista econômico e cultural, a influência cotidiana por meio de produções próprias.

Ao entender o movimento do consumidor que vai do console para os celulares, a Nintendo já tomou algumas decisões pontuais ao lançar versões com algumas de suas franquias, mas os fãs esperam outras ações e também outras franquias.

Novas IPs?

O RPG Dragalia Lost mostrou que é possível desenvolver novas IPs pensadas exclusivamente para os celulares e ainda assim ter resultados significativos. É claro que Dragalia não tem o peso de um Pokémon, mas o nome Nintendo e seu modo de operação pode ser a grande carta na manga. Eu explico.

Se voltarmos um pouco para o Switch, atual console da empresa, nos últimos anos tivemos produções como Super Mario Odyssey e Zelda: Breath of the Wild. A empresa demonstrou o “padrão Nintendo de qualidade” para o mundo na sua nova geração de consoles e isso faz com que a gente não fique naquela dúvida sobre gastar ou não para adquirir um produto da Nintendo. O histórico nos diz que podemos confiar e a marca Nintendo dá credibilidade.

Sendo assim, um jogo que utilize bem os recursos oferecidos pelos celulares mais o fator exclusividade pode sim atrair muitos players. Dragalia Lost pode ter sido o primeiro passo, o teste da companhia para conhecer os aparelhos e entender com que tipo de consumidor estão lidando.





O próximo passo pode muito bem ser, além de melhorias para tornar Dragalia uma grande franquia, a produção de novas IPs com o selo Nintendo de qualidade. Quando se fala em Nintendo não podemos duvidar, certo?

Os clássicos no mobile

Outra estratégia possível e que seria bem interessante é a possibilidade de oferecer jogos do Super Nintendo, Nintendo 64 ou qualquer outro para os jogadores. Afinal, emuladores estão disponíveis sem o consentimento da Nintendo e fazem um tremendo sucesso. Basta a companhia trazer a ideia para si e normatizar com um serviço de qualidade. Pronto.





Claro que algumas questões podem surgir, como o fato de que o Switch já tem uma proposta similar e isso poderia comprometer o console. Para isso, a Nintendo pode distribuir suas produções e deixar o console mais robusto, com alternativas que façam o consumidor querer ter um console. Em outros termos, os dispositivos móveis podem servir como propaganda para o Switch, oferecendo uma parte daquilo que a atual geração da Nintendo oferece como um todo.

A ideia apresentada em Pokémon Let's Go Pikachu/Eevee! (Switch) também pode ser bem interessante na estratégia da Nintendo. No lugar de criar uma disputa entre seus produtos (versões para celular e console), por que não trabalhar em conjunto? O safari em Pokémon Let's Go é uma excelente amostra de como os dois aparelhos podem sim funcionar sem que um exclua o outro. Jogos para celular podem ter complementos no Switch e vice-versa.

Outras jogos com versões para mobile

Se Mario, Pokémon e Fire Emblem já chegaram aos celulares, por que não Zelda, Metroid, Smash Bros. ou derivados como Mario Tennis? Sem dúvidas os fãs iriam à loucura.

Zelda já mostrou uma versatilidade imensa com suas versões portáteis no Game Boy, DS e 3DS. Um game para celular bem feito seria um sucesso monstruoso, não tenha dúvidas. A Nintendo só precisa definir as bases do jogo, e as opções são muitas (um rpg, uma versão mais popular e viciante ao estilo candy crush, o céu é o limite…), para tornar real a proposta.





Sabe-se que hoje os celulares possuem uma enorme quantidade de jogos de luta. Muitos jogadores casuais têm preferência por esse gênero e isso pode ser algo muito bem explorado pela Big N através da franquia Super Smash Bros.. Além de atender uma demanda atual, o game ainda possuem o fator nostalgia e, claro, a possibilidade de jogar sempre que quiser do seu celular.

É claro que a versão mobile de Smash deveria ser diferente e todos os recursos de combate presentes no Switch talvez não se encaixassem muito bem na plataforma Android ou iOS. Assim, seria interessante um Smash Bros. com foco no desenvolvimento dos personagens solo ou equipe com opção de customizar habilidades, roupas e sistema de level. Em um celular,  Smash poderia oferecer prioritariamente uma opção robusta de gerenciamento das batalhas e uma atenção ao multiplayer com uma gama diversificada de personagens jogáveis.

Uma outra franquia que com certeza os fãs estão aguardando é Mario Kart que, inclusive, havia sido anunciada para o primeiro trimestre do ano e, infelizmente teve de ser adiado. O nome do jogo será Mario Kart Tour e ainda não temos informações suficientes sobre como ele funcionará nos dispositivos móveis. A única certeza é que o jogo vai chegar em algum momento para a alegria de todos nós.

Os fãs vão à loucura... Além de Mario Kart Tour, a Nintendo já anunciou Dr. Mario para os celulares. O game é um puzzle conhecido da galera que jogou nintendinho e/ou GameBoy. Segundo informações, o jogo terá mecânicas parecidas com o Tetris, com o Mario de jaleco jogando pílulas coloridas para combater um vírus.

Nessa leva de jogos do mascote bigodudo, além do já lançado Super Mario Run e o vindouro Mario Kart Tour, um Mario Tennis seria bem interessante. Quem sabe uma parceria com algum fabricante de celular não surja para que possamos ter um celular com uma tecnologia próxima do Joy Con? Com um sensor de captura de movimento nos telefones portáteis juntamente com a versão mobile de Mario Tennis, com certeza, o barulho seria grade.

E agora, Nintendo?

A empresa resolveu entrar de vez no mercado de dispositivos móveis e isso mexeu com todo mundo com Acionistas e fãs eufóricos aguardando a nova jogada da Nintendo. A empresa, claro, segue trabalhando conforme suas diretrizes e com certeza está analisando as possibilidades para o futuro.

Tudo o que podemos afirmar é que o mercado só tem a ganhar com essa empreitada da Nintendo e, o que era algo casual e às vezes deixado em segundo plano em vista dos consoles, pode acabar se tornando uma das prioridades. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

Revisão: Vinícius Rutes

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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