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Análise: Unravel Two (Switch): quando o companheirismo cria laços e ata nós

Mesmo com adaptações gráficas, o jogo de plataforma e puzzle oferece uma jogabilidade agradável em partidas singleplayer e cooperativas.



Desde quando foi revelado pela EA durante a E3 2018, fiquei na expectativa para ver Unravel Two no Nintendo Switch. É um jogo focado na cooperação entre dois protagonistas, algo que é facilmente adaptável à característica do console híbrido de compartilhar um Joy-Con com outra pessoa, sem contar que eles possuem as mesmas cores dos controles do modelo do Nintendo Switch Neon Blue/Neon Red.

Infelizmente o anúncio não aconteceu na ocasião. Demorou quase 10 meses, mas Unravel Two enfim chegou ao Nintendo Switch em uma adaptação competente para desatar os nós com o passado e criar novos laços.


Pequenos exploradores em um imenso mundo

Unravel Two começa com um Yarny, pequeno ser vermelho feito de lã, navegando em alto mar quando se depara com uma tempestade. Ele tenta se segurar, mas o seu fio acaba estourando e as ondas o levam para longe. Ao despertar, ele encontra um outro Yarny, de cor azul, para assim unir suas pontas soltas e iniciar a jornada juntos. A proposta de Unravel Two lembra um pouco Pikmin: pequenos seres explorando o mundo real e trabalhando juntos para cumprir seus objetivos. A principal diferença é que Unravel se trata essencialmente de um jogo de plataforma.

A primeira fase apresenta todos os movimentos possíveis para a dupla. Isso envolve arremessar o fio para se pendurar, atar nós em dois extremos para criar um trampolim ou empurrar um objeto e até se balançar enquanto um Yarny segura um extremo do fio. Os dois protagonistas avançam até chegar a um farol que atua como um hub para acessar os demais estágios, cada um com um tema diferente como floresta, caverna e cidade.



O contraste criado entre o cenário realista e os Yarnys funciona muito bem, e o jogo faz questão de incentivar essa interação com caixas, canos, skate, baldes, e até mudando a direção de jatos de ar. Os puzzles são sempre focados nessa exploração de elementos das fases e em física, com desafios que vão aumentando gradativamente. O mais bacana é que, apesar de Unravel Two ser feito para uma jogatina cooperativa local de duas pessoas, ele é perfeitamente jogável em singleplayer.

Os puzzles de Unravel Two envolvem seguir um feixe brilhante com cada Yarny realizando uma ação diferente, mas não necessariamente simultânea. O jogador pode alternar entre os protagonistas com um simples pressionar de botão e o personagem trocado ficará realizando sua última ação. Além disso, não é necessário controlar a movimentação dos dois Yarnys, pois é possível fundi-los e avançar rapidamente por trechos mais longos, sem contar com a presença de diversos checkpoints para permitir tentativas e erros sem punições. Caso fique preso em algum puzzle, basta ativar a ajuda a qualquer momento.


Realidade embaçada

Apesar da diferença de tempo entre o lançamento original para outras plataformas e a versão para Nintendo Switch, é preciso elogiar o trabalho do estúdio ColdWood Interactive. No console híbrido, Unravel Two flui muito bem e com taxa de quadros por segundo estável, seja no modo Dock ou portátil. Mas é claro que isso teve um preço: telas de carregamento demoradas e o downgrade visual perceptível. Muitos elementos dos cenários são estáticos e o ambiente de fundo possui muito efeito de desfoque, demonstrando um sacrifício gráfico em prol da jogabilidade fluida.

Unravel Two possui sete capítulos principais, além de desafios adicionais desbloqueáveis, que não são extensos. Mesmo assim, cada fase oferece diversos objetivos opcionais, como completá-la sem morrer ou dentro de um limite de tempo ou encontrando todos os colecionáveis (pequenos brilhos escondidos), atuando como válidos incentivos para rejogar os estágios.



No geral, Unravel Two é uma jornada bastante agradável e que combina muito bem com as características do Nintendo Switch. As adaptações gráficas tiram um pouco do brilho da aventura, mas não diminuem o mérito do ColdWood Interactive que trouxe uma jogabilidade e enigmas bem construídos. Esperamos que o estúdio crie novos laços para lançar uma sequência no futuro. Com certeza esses nós vamos gostar de desatar.


Prós

  • Puzzles criativos e bem elaborados, focados em física e interação com elementos dos cenários;
  • Jogabilidade flui bem tanto no singleplayer quanto em cooperativo;
  • Presença de objetivos opcionais em cada estágio incentivam o replay.

Contras

  • Telas de carregamentos demoradas;
  • Diversos cenários estáticos e com efeito de desfoque excessivo.
Unravel Two - Switch/PS4/XBO/PC - Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Luigi Santana
Análise produzida com cópia digital cedida pela EA


Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
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