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Análise: Rock of Ages II: Bigger & Boulder (Switch) é o melhor boliche bélico da história

O enfadonho híbrido de tower defense com boliche chega rolando ao Switch em uma versão bem otimizada e cheia de humor

Muitos jogos acabam sendo chamativos por terem premissas bizarras e imediatamente cômicas, mas, infelizmente, muitos desses só possuem isso: uma ideia interessante, só que mal executada ou simplesmente ruim. Rock of Ages II: Bigger & Boulder, já disponível no Switch pela eShop, entrega partidas de boliche-bélico com muitas manobras e planejamentos defensivos, tudo isso com um visual impecável e ótimo humor.

Roll for initiative

O pontapé inicial da história é simples: Atlas, o titã encarregado de segurar a Terra enquanto Deus termina de criar todas as coisas, acaba derrubando o globo e, ao juntá-lo, acidentalmente pega uma pedra gigante no seu lugar. Ao tentar arrumar o problema, acaba caindo na Terra, e aí começa o jogo.

O tutorial, por sua vez, é situado momentos antes do pouso de Atlas, quando Napoleão e outras figuras históricas estão ouvindo um professor que diz que todas as grandes guerras da humanidade foram vencidas ao lançar pedras gigantes morro a baixo. Logo depois, surge Ricardo Coração de Leão, um grande rei da Inglaterra, que é o primeiro saco de pancadas.

O loop do gameplay pode ser visto claramente logo no tutorial, e ele consiste em duas fases que se intercalam. A primeira é um pseudo tower defense em que o jogador deve construir estruturas no caminho do inimigo (no caso, da sua pedra gigante) para o atrasar e enfraquecer, e a segunda é justamente o rolar da sua pedra pelo mapa e pelas defesas do lado oposto. Enquanto o jogador monta as suas defesas, existe um timer para delimitar quando a sua pedra está pronta, logo, há um grande incentivo para ser o mais rápido possível no rolamento.
Mesmo que existam poucos níveis no total, a variedade de design (tanto visual quanto do layout físico dos mapas) encanta, sempre forçando novas abordagens de ataque e de defesa do jogador. Cada nível pode ser completado em diferentes dificuldades e, ao longo do jogo, várias armadilhas novas vão sendo desbloqueadas. Sabendo disso, mesmo que vá ficando mais difícil, a progressão é horizontal, e o que mais importa é o desempenho do jogador.

E esse humor aí, rola ou não rola?

A temática de Rock of Ages II é totalmente focada em figuras históricas, desde reis até pintores, e a representação visual é feita com base nos seus retratos mais famosos, que são animados em várias cutscenes cômicas, como a de Vincent van Gogh.
Para além da ideia de vencer guerras por meio dessa estratégia, a comicidade brilha nas cutscenes e adiciona muito valor à breve experiência de completar a campanha. Em todo esse humor, há um diálogo gigantesco com Monty Python e, sinceramente, dizer isso deveria ser o suficiente para recomendar o jogo para qualquer pessoa que conheça a obra desse grupo britânico. Caso você não tenha visto nada deles, tome vergonha na cara e vá assistir “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado” na Netflix depois de ler esse texto e antes de jogar Rock of Ages II.


Mas, voltando ao gameplay, facilmente o jogador ficará imerso na tarefa de guiar uma pedra gigante, enfadonha, que na verdade é uma vaca. Enquanto isso, ele desvia de baleias colocadas pela IA que tentam o jogar para fora do mapa e, assim que conseguir bater no castelo, com muita euforia colocará elefantes, torres e canhões em lugares estratégicos para manter a vantagem. Por conta desse ritmo agitado presente em cada fase, as cutscenes cumprem a função de dar aquela pausa necessária e, o mais importante, lembrar o jogador que todo o jogo é bizarro e hilário.

Desenrolamento

Para um jogo curto com sistemas simples, uma análise não consegue se prolongar demais, porém, ainda acho importante falar sobre isso. Querendo ou não, há uma relação entre custo e produto, tanto para os desenvolvedores quanto para os jogadores, ainda mais no cenário brasileiro. Então, o fator tempo é bem relevante, pois normalmente será difícil justificar a compra de um jogo caro que não “renda” dezenas de horas.

Sabendo disso, há de se considerar que Rock of Ages II é curto, mesmo com os modos multiplayer (que, aliás, são muito divertidos), porém, isso fez com que os desenvolvedores pudessem dar muita atenção aos outros detalhes do jogo. Para salientar esse argumento, chamo a atenção aos mapas porque, tanto em questão visual quanto de layout, eles são geniais!
Felizmente, o jogo não tem um custo excessivo e, sinceramente, a experiência vale cada centavo. Há uma frase que pode resumir isso: ninguém pediu Rock of Ages II aos “deusevolvedores”, porém, é justamente o que todos queriam. Além disso, fica a esperança de que em Rock of Ages 37 nós tenhamos a possibilidade de esmagar o camarote do Neymar com uma gigante bola de futebol.

Prós:

  • Ótimo humor;
  • Jogabilidade divertida;
  • Opções de customização são bem variadas;
  • Diferentes níveis de dificuldade.

Contras:

  • O jogo, no geral, é curto;
  • Framerate e qualidade visual no modo portátil poderiam ser melhores.
Rock of Ages II: Bigger & Boulder - Switch/PC/PS4/XBO - Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch 
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Sega

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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