Equipe original de Banjo-Kazooie (N64) aprova inclusão no Smash, mas duvida de novo título

Grant Kirkhope, responsável pela trilha sonora do original, comenta como foi revisitar seus antigos trabalhos para conceber o remix presente no Smash.

Três ex-funcionários da Rare integrantes da equipe de desenvolvimento original de Banjo-Kazooie (N64) — Grant Kirkhope (trilha sonora), Steve Mayles (design de personagens) e Chris Sunderland (chefe de desenvolvimento) — se pronunciaram em uma entrevista para o portal VGC sobre a inclusão dos personagens como um DLC em Super Smash Bros. Ultimate (Switch). De um modo geral, o trio se mostrou bastante entusiasmado com a inserção do personagem no título da Nintendo, mas houve ponderações a respeito de um eventual novo game protagonizado pela dupla.


Mayles, o responsável pelo design de personagem, compara a participação com uma retorno ao lar. O designer ainda brincou que Smash já conta com dois personagens concebidos por ele como jogáveis — K. Rool e agora Banjo. Ele ainda brinca: "Dixie Kong será a próxima!".
É maravilhoso ver Banjo e Kazooie retornando depois de onze anos no limbo dos games e em nada menos do que em seu lar espiritual, um console da Nintendo, ainda.
Kirkhope, por sua vez foi o responsável pela trilha sonora do game original e tem no currículo Mario + Rabbids Kingdom Battle (Switch), pela Ubisoft. Ele conta que soube do interesse da Nintendo através de Davide Soliani, diretor criativo responsável pelo crossover entre o encanador da Big N e os coelhos malucos da Ubisoft. Quando Soliani indagou se podia passar os contatos para a Nintendo, Kirkhope permitiu no mesmo instante. Ele também declara:
A ideia da Nintendo era trazer de volta o compositor original. Isso já estava rolando bem antes de eles entrarem em contato comigo e eles já deviam estar conversando com a Rare desde pelo menos o final do ano passado. Dessa forma, a minha cabeça já estava processando a respeito do que poderia ser — até cheguei a ponderar sobre o Banjo no Smash Bros., mas eu logo descartei a ideia porque eles sempre usam os próprios compositores japoneses para remixar as músicas do game. Eles nunca iam atrás dos original, mesmo o David Wise não chegou a participar do material de Donkey Kong referente ao K. Rool, o que eu realmente não compreendo. Assim eu não cheguei a pensar no que poderia ser. Imaginei até mesmo se tinham interesse em colocar a Rabbid Peach como um personagem jogável ou coisa parecida.
Quando questionado sobre a possibilidade de um novo título, ele foi bem direto e levantou os eventuais impedimentos que a produção enfrentaria para poder sair do papel.
Eu não acho que a Rare tem interesse nisso. Não acredito que eles acreditem que irá vender e eu mesmo tenho lá minhas dúvidas. É fácil se empolgar com a repercussão no feed do Twitter, mas é um público proporcionalmente pequeno. Se eles quisessem fazer um novo, também nunca conseguiriam reunir novamente a equipe original, então dependeriam a quem eles contratariam, teriam que achar o pessoal certo para fazê-lo. Ubisoft Milão foi perfeita para o Mario, por exemplo, e os caras do Killer Instinct fizeram um belo trabalho.
Por fim, Kirkhope também comentou um pouco sobre o processo de retrabalhar suas antigas canções. Ao todo, ele explica que precisou de doze tentativas até chegar na versão final da música que figurará em Super Smash Bros. Além disso, também comentou que escondeu pequenos trechos de outras canções dentro do seu trabalho final presente no game, mas caberá aos jogadores descobrir quais são.
Comecei a imaginar qual seria a melodia mais reconhecível de Banjo-Kazooie. Tive algumas ideias, como Mad Monster Mansion, Freezeezy Peak ou Treasure Trove Cove, mas acabei me decidindo pela Spiral Mountain. Eu não sabia que o estágio do jogo seria justamente tal local, então foi uma boa coincidência quando descobri que eu acidentalmente combinei a música com o estágio. Eles deveriam ter me dito isso desde o começo!

Fonte: VGC

É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.


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