A Nintendo venceu a E3 2019?

Dois grandes momentos marcaram a conferência pré-E3 da Nintendo. Será que eles foram suficientes para dar o título de melhor da feira para a Big N?



Sem a Sony, a Microsoft e a Nintendo compartilharam o protagonismo da E3 2019. Enquanto muitos apostavam em uma revelação bombástica da gigante americana com um novo console e pesos pesados como Halo, Gears, novas IPs e Fable, a Nintendo seguiu a receita dos últimos anos de fazer anúncios focados no ano vigente e algumas surpresas mais distantes..

Um começo e meio bem mornos…

O Nintendo Direct 2019 começou com alguns anúncios já esperados e bem interessantes, como é o caso de Luigi’s Mansion 3 e The Legend of Zelda: Link’s Awakening. Além disso, a Big N apresentou algumas de suas novas IPs (Daemon X Machina e Astral Chain) e revelou a chegada de third parties esperadas há um certo tempo (sim, estou falando de The Witcher 3).




Pode-se dizer que o grande lançamento para o Switch em 2019 será, sem dúvida, o novo jogo da série principal de Pokémon. Entretanto, a empresa teve como estratégia revelar as informações e trailer dias antes da E3 e, na conferência, tivemos apenas uma rápida apresentação da líder do ginásio tipo água, Nessa, da região de Galar.

É pertinente questionarmos a estratégia da empresa com relação a Pokémon, mas se pensarmos por outro lado, tirar a série do caminho pode ter sido um acerto para focar em vários outros anúncios. Afinal, mesmo que o Switch seja um grande console e os exclusivos da Nintendo surpreendentes, as third parties são importantíssimas para que o videogame tenha uma vida duradoura.Esse pode ter sido o grande problema da geração anterior desenvolvida pelos japoneses.

Animal Crossing eleva um pouco o tom da conferência

A franquia Animal Crossing possui uma base consolidada de fãs e era sem dúvida uma das novidades mais esperadas . Em apresentações anteriores, a Nintendo havia anunciado um novo Animal Crossing, o primeiro para híbrido, mas nada foi mostrado sobre o gameplay.

Desta vez, foi possível ver como será o novo jogo da franquia. Tudo começa com um acampamento que, aos poucos, vai se transformando em uma vila completamente personalizada pelo jogador. Animal Crossing: New Horizons promete, mas a notícia ruim é que a data de lançamento, prevista para 2019, foi mudada e o jogo só chega em março de 2020.





Depois de anúncios interessantes como o novo jogo da franquia Luigi’s Mansion, o remake de Link’s Awakening, as novas IPs Daemon X Machina e Astral Chain, o retorno da série clássica Contra, gameplay e data de lançamento do interessante Marvel Ultimate Alliance 3: The Black Order, The Witcher 3 e Resident Evil 5 e 6 no Switch, a volta de No More Heroes e mais um trailer Fire Emblem: Three Houses e, claro, Animal Crossing, o que esperar do que viria adiante? A Nintendo já havia mostrado toda a sua artilharia pesada?

Como foi possível perceber, os anúncios feitos até então já eram esperados. Muitos deles ou haviam sido antecipados pela própria empresa ou foram vazados e era algo meio que esperado. Porém, a Nintendo é conhecida por apresentar algumas surpresas impactantes e duas delas foram parar na boca do povo porque foram, de fato, impressionantes.

O primeiro grande anúncio: Banjo e Kazooie em Super Smash Bros. Ultimate

Desde que a Rare e seu catálogo passou a fazer parte do Xbox, muito se falou em um remake ou um novo game de franquia. Tudo o que a Microsoft fez foi uma coleção chamada Rare Replay com os antigos jogos da dupla para os donos de seus consoles.

O tempo passou e hoje sabemos que Nintendo e Microsoft se tornaram mais que amigas, friends! Isso porque rolou até propaganda das duas empresas juntas cutucando a rival Sony e, a partir daí, uma grande parceria iniciou-se. Cuphead, um excelente jogo de plataforma exclusivo da Microsoft, chegou ao Nintendo Switch e isso deu margem para que outras parcerias surgissem. E que os fãs pudessem, claro, sonhar alto.

Assim, muitos pediram e até mesmo cogitavam a presença de Banjo e Kazooie em um Smash Bros. Parece que a Nintendo e a Microsoft ouviram os fãs e na conferência pré-E3 da Nintendo tivemos um teaser para lá de curioso.

Donkey Kong e Diddy Kong avistam uma sombra na floresta que, sem dúvidas, seria Banjo e Kazooie. A verdade é que não se tratava dos personagens da Rare, mas em seguida eles aparecem e são confirmados com um excelente vídeo de gameplay.





Banjo e Kazooie são dois personagens que fizeram história no Nintendo 64 e nada mais justo do que o retorno deles à casa que os consagraram. Os fãs agradecem e a Nintendo, com uma conferência para lá de morna, consegue esquentar e muito. Mas ainda tem o grand finale…

Um final para nos deixar de boca aberta

Como eu disse no início, a Nintendo tem uma característica que é impressionar a todos e de maneira bem simples às vezes, sem revelar sequer um título ou imagens. Foi assim quando a companhia divulgou que estava fazendo um RPG da série principal de Pokémon para o Switch. Todos foram a loucura sem ver título, gameplay ou qualquer coisa. Outra série que passou por isso foi Metroid Prime 4, divulgada apenas mostrando o título na tela sem maiores informações.

Dessa vez, tivemos um teaser que, a princípio ninguém parecia entender muito bem do que  se tratava. Um caverna escura com algumas energias emanando… que diabos é isso!? Na sequência da cena, Link e Zelda aparecem. Só isso já colocou o hype lá em cima.

O trailer segue bem misterioso, seja com a Zelda de visual diferente ou com um zumbi despertando que lembra muito o vilão Ganondorf. Ao fim do trailer, a mensagem que informa aos fãs que uma continuação direta de The Legend of Zelda: Breath of the Wild está sendo desenvolvida.





Sem título, sem data de lançamento. Apenas um impressionante teaser anunciando a continuação do que seria talvez o maior jogo da geração atual.

E aí, venceu ou não venceu?

A Nintendo fez uma conferência bem sólida com diversos jogos anunciados, sendo muitos deles ainda para 2019 e outros para 2020. A gigante japonesa ofereceu ao seu público o seu planejamento imediato e a curto prazo. Nessa perspectiva, podemos dizer que a Microsoft seguiu a mesma linha e, se ficássemos apenas nesse ponto, é possível dizer que houve um empate.

O ponto de desempate está justamente no que foi apresentado a longo prazo. Zelda foi criado em 1986 e é uma das principais franquias dos consoles da Nintendo e após algum tempo sem ter o seu devido destaque na indústria dos games, em 2017, Breath of the Wild devolveu à franquia ao seu merecido lugar.





Com uma proposta completamente imersiva, um visual incrível e uma narrativa sólida, o último game foi sucesso de crítica e premiação. Tornou-se, no final das contas, um verdadeiro fenômeno e uma continuação direta desse sucesso tem, sem dúvida, um impacto importante. Em primeiro lugar porque nunca houve uma sequência direta visto que a franquia Zelda tem uma espécie de multiverso próprio e por vezes confuso. Além disso, fica aquela expectativa sobre que novas mecânicas e inovações a Nintendo está planejando? Porque depois do que Breath of the Wild apresentou, ninguém vai esperar menos.

Algumas questões ficam na cabeça dos fãs: vamos controlar a Zelda? O que o jogo vai trazer de novo? Qual será o nome da sequência? O vilão principal será mesmo Ganondorf ou ainda seremos surpreendidos?

Esse anúncio ainda vai ser centro de várias discussões sobre os fãs da franquia e de games e isso faz com que essa conferência seja relembrada por muito tempo ainda. Entendeu agora o motivo da vitória da Nintendo na E3 2019?

Revisão: André Carvalho

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google