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Análise: Red Faction Guerrilla Re-Mars-tered (Switch) é dedo no detonador e gritaria

Divertido ao extremo, ajude a liberar Marte da opressão em um game onde tudo acaba em explosão.



No futuro, quando o homem colonizar Marte e houver pesquisas aprofundadas sobre a história dos videogames, veremos que o Switch terá o epíteto de O Console dos Ports, já que ele não se cansa de receber mais e mais portabilidades de grandes títulos em sua biblioteca. E dessa vez o jogador deve salvar Marte das mãos da milícia.

De minerador a revolucionário

Em 2126, em um planeta Marte terraformado (o planeta foi adaptado para que seres humanos possam habitá-lo), o nosso protagonista Alec Mason se junta a seu irmão, Dan, para recomeçar a vida. Alec é engenheiro de minas, o que lhe dá a autorização para usar bombas em Marte. Seu irmão o instrui a destruir uma construção deserta da EDP, Earth’s Defence Force [Força de Defesa da Terra], o que resulta no fuzilamento de Dan aos olhos do nosso protagonista.

Logo em seguida, Alec é perseguido pela milícia e quase é executado, porém a Red Faction [Facção Vermelha], um grupo de insurgência que busca a liberação do país vermelho da opressão terráquea, o salva a tempo.


Ficamos sabendo que a Terra está sem recursos naturais, e o planeta entrou em colapso. Para suprir as necessidades terráqueas, a EDP forçou os habitantes de Marte a um regime de trabalho escravo. Depois de se deparar com a crueldade que a EDP tem para com os colonizadores de Marte, Alec acaba se unindo à Red Faction para liberar o país das mãos da organização e vingar o seu irmão.

E nessa introdução rápida o jogo começa. Depois de ser salvo, Alec é levado para uma das unidades da facção na região de Dust. A missão do jogador é cumprir missões que diminuam a força da EDP na região onde está, destruindo construções e propagandas da corporação, salvando reféns e aumentando a influência da insurgência com os colonizadores comuns.

As missões estão dispostas no mapa e o jogador deve pegar um dos carros da facção para se locomover. Andar a pé não é nem de longe uma boa opção, pois não há nada na distância de poucos passos em Marte. E sair correndo de um exército bem armado depois de explodir um prédio não é uma escolha sensata.


Ao passo que diminui as forças da EDP dentro de cada região, a facção vai enviando missões específicas para que a liberação da área seja feita. Geralmente as missões são de dificuldades bastante elevadas, com diversos passos como destruir doze comunicadores altamente guardados sem morrer.

Mais parece GTA em Marte

Guerrilla é um jogo em mundo aberto, o que dá aquela sensação de um GTA espacial, porém não é bem assim que funciona. Infelizmente não dá para sair por aí roubando carros, nem explodindo qualquer coisa a bel-prazer. Agir irresponsavelmente acaba comprometendo a reputação da facção com os colonizadores, o que impacta na evolução da campanha.

Sempre que as regiões estão com altos níveis de reputação, Alec consegue reforços de NPCs em confrontos. Se não houver reputação ou esta for muito baixa, o jogador acaba sozinho para lidar com o exército da EDP, que se torna cada vez mais cascudo a cada região liberada. Roubar carros de cidadãos comuns? Nem pensar! Apenas de soldados da milícia.


Alec estará sempre munido de uma marreta e poderá adicionar mais três armas consigo, inicialmente será uma metralhadora e um conjunto de bombas. Mesmo não sendo a arma ideal, a marreta é bem funcional; é bastante resistente e consegue quebrar diversas superfícies, incluindo paredes. Além de ser infalível para derrubar inimigos em um só golpe. O único problema é que o jogador fica exposto a tiros dos soldados da EDP.

Para conseguir upgrades no armamento, o jogador deve recolher “salvage”, que se traduziria como resíduos, ou sucata, que nada mais são que restos de construções demolidas pela facção. Essa moeda de troca é a fonte para que a Red Faction produza e aprimore as armas que o jogador usa.

Dirigir em Marte é uma diversão sem fim, e o game busca trazer uma experiência próxima do “real”. O planeta vermelho em Red Faction Guerrilla foi adaptado para se parecer ao máximo com a Terra, porém os veículos lá são um pouco mais leves do que parecem se lembrarmos que Marte, mesmo adaptado artificialmente, possui uma gravidade inferior à da Terra.

O que nos dá uma direção um pouco solta, os veículos mais tecnológicos são bem velozes e só faltam voar quando passam por cima de alguma pedra. Para aqueles que queiram voar de verdade, saibam que há mochilas a jato e robôs gigantes que cumprem essa necessidade.


As missões são bem variadas e divertem bastante. Mesmo se repetindo, as exigências e estratégias que o jogador deve atender sempre mudam, por ocorrerem em localidades diferentes, o que não quebra com o dinamismo e desafio presentes a cada segundo da jogatina.

Um dos tipos de missão que irá satisfazer a todos são as missões de destruição em massa, nas quais o jogador sobe em um veículo equipado com um lança-mísseis e deve causar uma quantidade mínima de prejuízo, destruindo construções enquanto foge de tanques e naves da EDP.

Uma coisa que faz falta no game são maiores estratégias de stealth, pois mesmo o game reforçando que não se deve entrar direto no território inimigo, não há qualquer mecânica de infiltração que não seja puramente encontrar entradas não convencionais. Seria ótimo se vestir de um dos soldados da EDP e se esgueirar nas salas para salvar os reféns e então começar o tiroteio.

Talvez a furtividade pudesse comprometer o estilão “dedo no detonador e gritaria” do game, mas não faria nenhum mal poder roubar uns uniformes e veículos da milícia para melhor se locomover em espaços pouco amistosos.

Facção Switch

Um dos poucos problemas enfrentados pelos jogadores serão as longas telas de loading, pois estas carregam todo o mundo aberto do jogo. O problema é quando nos deparamos com missões, pois ao morrer o jogo para e entra em outra tela dessas, principalmente em missões de destruição, onde um número enorme de construções têm que ser renderizadas novamente após a morte do jogador.


Além disso, o game roda sossegadamente tanto no dock quanto no modo portátil. Não presenciei nenhuma queda de performance por mais que a tela estivesse coberta de inimigos, explosões e pedaços de construções voando. Aconselho a jogar com o Pro Controller para uma experiência mais confortável. Quanto aos gráficos, não há o que reclamar.

Há também compatibilidade com o serviço Nintendo Online para as partidas online, assim como a possibilidade de salvar o seu desempenho na nuvem. Existem modos de partidas multiplayer online, porém a minha internet nunca foi das melhores para isso e acabou que a campanha principal é divertida o bastante. O game entrega uma campanha divertidíssima e cheia de ação. Não há um minuto sequer que não dê em um bom tiroteio ou acabe em uma explosão cheia de estilo.

Prós

  • Campanha solo divertida e dinâmica;
  • Muitas missões para cumprir;
  • Mapa aberto amplo;
  • Port bem realizado.

Contras

  • Telas de loading muito demoradas.
Red Faction Guerrilla Re-Mars-tered - Switch - Nota: 9.0
Revisão: Vladimir Machado
Análise produzida com cópia digital cedida pela THQ Nordic

Estudante de Sistemas da Informação que gostaria de aprender todas as línguas existentes, mal sabendo lidar com as duas que já fala. Descobriu seu amor pela Nintendo ao conhecer Super Mario 64 e desde então nunca mais largou os cogumelos, karts e rúpias que encontrou em seu caminho.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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