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Análise: Subdivision Infinity DX (Switch) atirar não é o bastante

Título compensa muito mais o jogador que tiver paciência e estratégia.



Subdivision Infinity DX é um título desenvolvido pela Mistfly Games e distribuído pela Blowfish Studios, sendo um jogo de space shooter, onde sobrevoamos galáxias e enfrentamos hordas de inimigos com o objetivo de voltar para casa, mas acabamos envolvidos em um trama de proporções bem maiores.

Explorando o espaço


Começamos a aventura espacial na pele do piloto de codinome Rebel 1, explorando o galáxias e tentando descobrir o porquê de naves aparentemente amigas da federação não conseguirem estabelecer contato e nos atacarem. O robô de nome AV-2 é quem tenta nos guiar para resolvermos esta situação, nos acompanhando por toda a jornada, ajudando nos ajustes da nave e nos guiando pela galáxia em busca de respostas. A história realmente não é o ponto forte do jogo, e os diálogos são simples, com uma piadinha ou outra, mas nada que faria falta se não estivesse no jogo.


Subdivision é um shooter espacial de aventura e exploração com elementos de RPG: nele o jogador pode customizar e evoluir a sua aeronave e também adquirir naves novas: de acordo com o nível de XP alcançado, novos veículos são habilitados. Cada missão esconde materiais: ferro, cristais, dinheiro, etc. Estes materiais podem ser usados para melhorar ou adquirir um veículo ou comprar peças específicas para melhoria da nave. O game realmente recompensa aquele que explorar mais o espaço - existem um total de 5 setores da galáxia a serem explorados durante o jogo, cada um com pelo menos cinco missões da história, e duas quests secundárias.

O sentimento de evolução é muito grande no título, e é extremamente necessário que o jogador invista em evoluir. Gastar o dinheiro com equipamento, evolução ou novo veículo não é apenas capricho, mas de suma importância para se conseguir avançar no jogo. A partir do setor 3 - Cat’s Eye -, se torna praticamente impossível avançar caso o investimento necessário não seja feito na nave. (Dica: Não seja mão de vaca)


Simples mas bonito 

Os gráficos do jogo, falando de modo geral, não são algo que deslumbre são bem ok na verdade, quando iniciamos o jogo pela primeira vez até surpreendem, mas é só da primeira vez mesmo. São bonitos e interessantes, com estrelas e planetas como plano de fundo, mas sem profundidade. Se olharmos por algum tempo já ficaremos satisfeitos, entendendo que não será muito além do que estamos vendo. O serrilhado é uma constante no jogo, quedas de FPS acontecem quando explodimos grandes inimigos, mas sinceramente não chega a incomodar.


O level design chegou a causar um certo incômodo em mim: é tudo muito parecido e repetitivo, mas em compensação dá para notar o esforço dos desenvolvedores em tentar variar um pouco a cada missão. Em uma missão, por exemplo, temos que destruir antenas em bases inimigas, já em outra temos que coletar informações e ter cuidado para não tocar em dispositivos explosivos.

Ao final de cada setor temos uma boss fight, e as batalhas realmente são desafiadoras, demoradas e exigem um nível de perícia elevado. O nível de dificuldade do jogo em geral exige muita habilidade e paciência, sendo realmente desafiador, talvez para compensar o pouco espaço que podemos sobrevoar durante as missões e tornar o jogo mais longo, recurso muito utilizado na época do NES para causar a impressão de um game mais longo.


A primeira impressão é a que fica

Nas primeiras horas o jogo não conseguiu em nenhum momento me passar a impressão de que estou pilotando uma nave que pode cruzar o espaço.o invés disso, a impressão é de que estou pilotando um carro subindo uma ladeira: o veículo inicial é pesado e mesmo segurando o botão de turbo, pouco melhora este aspecto. Esta impressão é constante até se adquirir uma nave melhor: parece até outro jogo, pois a impressão de velocidade melhora e as coisas se tornam mais dinâmicas.

Passar as horas iniciais sem mostrar o que o jogo pode oferecer é algo que pode fazer muitos jogadores largarem o título antes de perceberem seu potencial. Jogabilidade lenta, controles ruins e uma história pouco interessante fazem qualquer um ter a impressão que o título é genérico, coisa que ele não é.


Poderia ser melhor

Uma coisa que realmente me frustrou em Subdvision no Switch foi não poder remapear os botões, e explico o porquê: o controle padrão do console da Big N é bem frágil, diversos problemas com o analógico esquerdo foram relatados; enfim, uma situação que não é novidade para ninguém. Para piorar, o botão de turbo é nada mais nada menos que o analógico esquerdo, nos obrigando a mantê-lo pressionado por muito tempo durante o gameplay, o que pode ser um problema para quem joga no modo portátil, não apenas pelo fato do Joy-Con ser frágil mas também por ser extremamente desconfortável. Situação que poderia ser facilmente corrigida se o jogador pudesse remapear os botões.

A jogabilidade é um ponto que considero negativo neste jogo. A dificuldade de obter precisão na mira é extrema, e por várias vezes eu senti que isto poderia ter sido melhorado implementando o sensor de movimento que os controles do Switch têm, e que são muito bem utilizados em Splatoon, por exemplo.


Subdivision tem uma trilha sonora até que boa, mas não posso deixar de notar a simplicidade e falta de audácia nas músicas. As composições no geral são eletrônicas e com uma batida até legal, porém bem repetitivas, acabando por serem enjoativas, já que o jogo tem um ritmo lento e a música não consegue distrair o jogador a ponto de tornar a aventura mais interessante.

Apesar dos pesares

Subdivision Infinity XD veio dos dispositivos mobile como um bom jogo, mas perdeu a chance de se tornar um título memorável no console da Nintendo. A desenvolvedora pecou em não dar a devida atenção aos detalhes que o port para o Switch merecia, e que certamente poderia tornar o jogo muito melhor na plataforma.

Apesar das falhas, o game ainda sim vale a pena para jogadores que buscam algo novo no gênero, tendo um desafio bem elevado, e mecânicas de upgrades que compensam o início lento do jogo, além de o preço ser justo para o que o jogo oferece.

Prós: 

  • Sistema de upgrades realmente diferenciam quem avança e quem trava no jogo;
  • Desafiador até para jogadores experientes, mas não chega a ser injusto;
  • Visual agradável apesar de repetitivo.

Contras: 

  • Controles incomodam;
  • O início é tedioso;
  • Serrilhados são comuns no titulo.
Subdivision Infinity DX - Switch/PS4/XBO/PC - Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
 Revisão: Icaro Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Blowfish Studios

Estudante de Publicidade e Propaganda, fã de games, mangás, séries, etc. Explorador de dungeons, destruidor de Mavericks e praisando o sol sempre que possível.
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