Jogamos

Análise: Darksiders 2 Deathinitive Edition (Switch) deixa o apocalipse divertido

Darksiders 2 Deathinitive Edition chega ao Switch com bastante conteúdo, adicionando portabilidade ao já consagrado título.

Lançado originalmente na geração passada de consoles, Darksiders 2 foi bem recebido pelas críticas, e também pelos fãs da franquia. Agora, a versão remasterizada definitiva feita para a geração atual finalmente chega ao Switch para dar um toque de portabilidade à aclamada aventura.

Em busca da justiça

A franquia Darksiders segue os quatro cavaleiros do apocalipse (apenas três protagonizaram jogos da série até o momento dessa análise) em meio a uma guerra entre o céu e o inferno. A história deste jogo está diretamente ligada ao primeiro, onde o cavaleiro War, protagonista, é erroneamente condenado por liberar o apocalipse na Terra antes da hora.

Agora, em Darksiders 2, acompanhamos a jornada de seu irmão Death para inocentá-lo, buscando reviver a humanidade para amenizar os efeitos do apocalipse prematuro. Death é a encarnação da pestilência e morte, então é uma ironia interessante que o jeito de cumprir seus objetivos é encontrar a Árvore da Vida. Para conseguir chegar lá, Death precisará da ajuda de ferreiros gigantes, sábios ocultistas e claro, seu confiável cavalo.

Boas influências

O jogo é em terceira pessoa, com clara inspiração em jogos de franquias consagradas como The Legend of Zelda, God of War e até Prince of Persia. Darksiders 2 acontece em um mundo aberto, com várias áreas a serem visitadas, sendo que muitas delas só se tornam acessíveis após adquirir algum tipo de recurso ou habilidade.



O mundo não é exatamente cativante ou bem povoado, mas é algo que acaba condizendo com a temática da franquia. Nas jornadas entre um ponto chave e outro é bem vinda a ajuda do cavalo de Death, que consegue dar pequenas investidas além da velocidade normal, gastando barras de energia que se regeneram, funcionando de forma parecida com o cavalo de Link em Ocarina of Time.

Espalhado pelo mundo estão várias dungeons e ruínas a serem exploradas, trazendo a promessa de loot e inimigos para destruir. Como o jogo tem elementos de RPG, além de acumular experiência para que Death adquira novas habilidades, como invocar ajudantes fantasmagóricos em luta, é possível coletar uma infinidade de armas, armaduras e amuletos para mudar os atributos do personagem. Esse aspecto é bem construído e é possível utilizar várias builds diferentes para mudar o estilo de jogabilidade em combate.

Ceifador sinistro

O combate do jogo com certeza não deixa a desejar, mostrando sua influência do gênero hack ‘n’ slash. Death utiliza dois tipos de ataque: o de suas icônicas foices (afinal ele é o ceifador sinistro em pessoa) e de uma arma secundária, podendo alternar entre as duas instantaneamente até no meio de combos. Entre as escolhas de armas secundárias encontramos desde martelos gigantescos até luvas com garras cortantes, dando uma camada a mais de customização e profundidade às mecânicas do jogo. Além disso, Death logo ganha acesso ao enorme revólver de seu irmão Strife, que também é um dos quatro cavaleiros do apocalipse.

Apesar do mundo um pouco ermo, a exploração do jogo é bem divertida. Death é um adepto do parkour, lembrando muito o protagonista de Prince of Persia ao correr horizontalmente em paredes e realizar pulos absurdos para chegar a locais de difícil acesso. Isso faz com que seja divertido ir atrás dos vários itens colecionáveis escondidos por aí. Espalhados por quase todo local novo estão tokens do Vulgrim, um sinistro mercador que se encontra em pontos fixos no mapa para atender as necessidades mercantis do jogador. Esses tokens podem ser trocados por caixas com equipamentos de alguma raridade. Quanto mais tokens custar, maior a raridade garantida.

Vulgrim também é um valioso alívio por vender poções de vida e do que se passa por mana no jogo. A vida de Death não regenera, então é necessário fazer um estoque de poções de vida. Felizmente, as poções também aparecem ocasionalmente em inimigos mortos ou em objetos quebráveis no mapa.

Avanços e tropeços

Como existiu um intervalo entre a versão original e este remaster, foram incluídos na versão Deathinitive Edition todos os DLCs lançados. Além de variadas armas e armaduras que podem ser encontradas em locais do jogo, também estão inclusos três DLCs de aventuras novas, que são liberadas naturalmente ao longo da história principal.



Um outro aspecto do remaster, ao menos na versão do Switch deve ser notado: a performance. Ao cavalgar pelo mundo, ocasionalmente a imagem do jogo congela no meio da animação enquanto um ícone de loading aparece por alguns segundos. Não é o suficiente para ser um enorme defeito mas é um pouco inconveniente e quebra a imersão. Outro problema é a existência de alguns bugs, como o personagem atravessar o chão e cair durante longos segundos no limbo antes de o jogo resolver te matar e voltar no último checkpoint.

Já na parte audiovisual, o jogo não deixa de encantar. Os ambientes são agradáveis de se olhar e os designs dos personagens são bem característicos e originais, principalmente do protagonista e seu cavalo, que são figuras imponentes que fazem juz à infâmia. A atuação de voz é muito bem realizada e dá vivacidade aos diálogos, com o tom sempre sarcástico e sombrio de Death. A trilha sonora é muito bem feita, complementando e enriquecendo a ambientação a todo momento.

Trama cativante

Outro aspecto forte no jogo é a história, que traz acontecimentos e lugares surreais cheios de magia, além de enriquecer o mundo criado nessa franquia. No momento em que essa análise foi feita já foi lançado um terceiro Darksiders protagonizado pela única cavaleira do apocalipse, Fury, e o quarto jogo já foi anunciado. Vale a pena se aprofundar.



Pegando influência de pontos positivos de outras grandes franquias já consagradas do gênero, e adicionando sua própria personalidade, Darksiders 2 é um dos melhores jogos no seu ramo. Com personagens interessantes, combate cativante e exploração que atiça o interesse do jogador, já era uma boa pedida no lançamento original.

Pacote completo

Agora com todos os DLCs e gráficos retocados, Darksiders 2 Deathinitive Edition é uma parada quase obrigatória, apesar dos leves problemas técnicos que são quase apagados pela qualidade geral da obra. Junte tudo isso à portabilidade do Switch e temos um pacote completíssimo que agradará fãs de longa data e novos jogadores igualmente.

Prós

  • Combate divertido com espaço para diferentes estilos;
  • Influência positiva de vários clássicos do gênero;
  • História interessante que se amarra a uma trama mais ampla.

Contras

  • Alguns bugs e problemas técnicos;
  • Pouca interação com os NPCs do mundo do jogo.
Darksiders 2 Deathinitive Edition - Switch/XBO/PS4/PC - Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vinícius Fernandes
Análise feita com cópia digital cedida pela THQ Nordic

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google