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Análise: Jamestown+ (Switch) é uma deslumbrante e frenética aventura

Prepare-se para tentar fugir de uma infinidade de balas nesse jogo empolgante.


Jamestown+ é um shoot 'em up que traz à tona as memórias daqueles que costumavam passar algumas horas de suas vidas no fliperama. Com uma jogabilidade frenética, gráficos em pixel art muito bonitos e desafio de sobra, o game garante diversão para qualquer um que tenha paciência de se mover no meio de tiros que chegam de todos os lugares. E, sim, aqui o termo bullet hell faz todo o sentido.

Explorando Marte

A aventura de Jamestown+ se passa em Marte, com os britânicos defendendo sua colônia naquele planeta. Apesar de não ser memorável, a presença de uma história que emula características factuais vividas por países reais, traz um contexto curioso para o game. Mas, como disse antes, a história não é importante o suficiente para que todos os jogadores se importem com ela. E os desenvolvedores sabem disso, inclusive permitindo que se pule rapidamente as seções narrativas que tratam da temática.

O centro de atenção de Jamestown+ está em sua jogabilidade. Trata-se de shoot 'em up clássico, em que você controla uma nave e possui habilidades específicas: um tiro padrão, um especial com maior poder de destruição (mas que diminui a mobilidade) e um escudo que dura alguns escudos e consome uma barra que pode ser enchida novamente coletando itens durante as fases. É tudo muito simples, mas não fácil. O desafio do game já está presente no nível normal e vai, obviamente, aumentando drasticamente a cada ponto de dificuldade que se acresce.

Uma pequena jornada

O grande problema de Jamestown+ é o tamanho diminuto do jogo. Ao jogar as primeiras fases no nível normal, você precisará repetir os estágios na dificuldade seguinte para avançar mais uma fase, e depois subir mais uma dificuldade para ir seguindo até o estágio final. No final de tudo, só não vale a pena iniciar logo na dificuldade legendary porque é importante ganhar experiência e dinheiro para comprar armas, naves e customizações. Caso contrário, nada dessa repetição faria sentido.

Estamos diante, portanto, de um jogo curto que procura forçar o ato de se rejogar alguns de seus estágios. É interessante ir desbloqueando os itens e testá-los durante as fases, mas isso não justifica o replay por muito tempo. Depois de pegar o jeito e escolher o seu setup ideal, dificilmente você vai deixar de tentar vencer a última fase. E depois disso, o que sobra? Bem, existe o multiplayer cooperativo e a possibilidade de competir na pontuação contra outros jogadores ao redor do mundo. Tal como como nos fliperamas, parte da diversão aqui está em concluir os estágios com uma pontuação elevadíssima e poucas vidas desperdiçadas. No entanto, talvez essa não seja a experiência que muitos jogadores buscam hoje em dia.


Atire primeiro, pergunte depois

Jamestown+ é um jogo frenético e lindamente bem executado. A música é épica, os gráficos incríveis e os controles funcionam muito bem. Além disso, existe uma grande de diversidade de armamentos, naves, inimigos e ambientes. O grande pecado do título, nesse sentido, parece ser apenas o fato de que ele é extremamente curto. Uma pena. Dá vontade de atirar mais, muito mais.


Prós

  • Multiplayer cooperativo;
  • Visual e música incríveis;
  • Jogabilidade frenética e intensa.

Contras

  • Jogo curto que tenta (sem sucesso) forçar o fator replay.
Jamestown+  — Switch — Nota: 8.0
Análise produzida com cópia digital cedida pela Batterystaple Games

Pesquisador nas áreas de estética e cibercultura com Mestrado em Cultura e Sociedade (UFMA) e Doutorado em Comunicação (UnB). Além de escrever sobre jogos, produz o Podcast Ficções e tem um blog sobre literatura, filosofia e cotidiano.
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