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Análise: Mochi Mochi Boy (Switch) é um colorido puzzle que cansa rápido

Controle um slime e tente preencher todos os espaços nesse puzzle carismático, mas sem muita inspiração.


Mochi Mochi Boy é um puzzle cujo visual colorido sugere uma experiência tranquila. Suas mecânicas são de fato simples, no entanto há grande desafio neste título indie capaz de tirar do sério até mesmo jogadores mais experientes. Mesmo assim, repetição e ideias limitadas fazem com que o jogo não seja muito memorável.

Esticando para salvar os amigos

O slime Mochi Mochi Boy estava passeando com seus amigos quando, por acaso, o grupo entra na propriedade de um demônio. Extremamente irritado com a intromissão, o ser diabólico captura todos amigos do slime amarelo, prendendo-os em uma torre. Como é o único que escapou das garras do demônio, Mochi Mochi Boy decide explorar o calabouço e salvar seus companheiros.


Cada andar da torre é um puzzle e para completá-lo precisamos esticar o slime a fim de preencher todos os espaços livres do lugar. Os movimentos precisam ser pensados com cuidado, pois o corpo do ser elástico se torna um obstáculo e é impossível desfazer movimentos — um único erro significa refazer a fase desde o início. Vários obstáculos aparecem pelo caminho, como bombas que ferem Mochi Mochi Boy ao explodir, espaços de teletransporte, espinhos, e mais.

O jogo conta com dois modos. No Tower enfrentamos puzzles em sequência espalhados em 130 diferentes fases. Já o Dungeon oferece dez estágios gerados proceduralmente que precisam ser completados dentro de um limite de tempo. Fora isso, é possível customizar a cor de Mochi Mochi Boy e ver o perfil dos amigos resgatados.


Simplicidade encantadora e enfadonha

Mochi Mochi Boy é um jogo com conceito extremamente simples, o que o torna fácil de entender. A aventura começa com puzzles bem básicos que basta partir das bordas em direção ao centro, mas rapidamente as coisas ficam complicadas com a adição de obstáculos e perigos. As fases mais complexas exigem experimentação e pensar com cuidado a rota, e é recompensador conseguir completá-las.


Porém, bastam alguns estágios para começar a ver os vários problemas do jogo. O primeiro deles é a repetitividade: boa parte dos puzzles tem solução idêntica com pequenas variações, logo eles ficam cansativos rapidamente, afinal basta aplicar a mesma estratégia sempre. Além disso, a curva de dificuldade é desregulada com estágios extremamente fáceis seguidos de puzzles muito difíceis — não há uma progressão clara e parece tudo aleatório. A soma desses detalhes deixa o jogo cansativo e até mesmo frustrante em alguns momentos.

A apresentação é agradável com gráficos coloridos e música leve. Mas, infelizmente, o jogo tem uma única música e um único tema visual, o que torna a experiência maçante. Também faltam recursos para deixar as partidas mais ágeis, como um reinício de estágio mais rápido ou a opção de desfazer movimentos — é muito desagradável ter que refazer uma fase longa desde o início por um deslize no final do puzzle.


Uma aventura nada marcante

Mochi Mochi Boy usa carisma e mecânicas simples em um puzzle básico. A jogabilidade, que consiste em ocupar todos os espaços de um estágio, é fácil de entender. Mas, infelizmente, as ideias exploradas não são muito interessantes, o que fazem os estágios serem muito parecidos entre si. Para piorar, o jogo carece de curva de balanceamento e variedade audiovisual. No fim, Mochi Mochi Boy é um puzzle que cansa rápido.

Prós

  • Mecânicas simples aplicadas em bons puzzles;
  • Visual colorido e carismático.

Contras

  • Dificuldade desbalanceada;
  • Desafios repetitivos;
  • Visual e música limitados;
  • Ausência de recursos para deixar as partidas mais agradáveis.
Mochi Mochi Boy — Switch/PC/PS4/XBO — Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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