Pokémon Blast

A geografia de Galar revista em detalhes

Algum tempo após o lançamento da nova geração de Pokémon já se passou. Essa é a melhor hora para esfriar a cabeça e rever em detalhes tudo sobre o jogo. A começar pela geografia.


Nos últimos meses, não se falou em outra coisa na fanbase de Pokémon que não fosse a nova geração e seus jogos: Pokémon Sword e Shield. Por sinal, o último grande lançamento de 2019 também foi essa dupla de jogos. Durante a chegada da oitava geração e as primeiras semanas pós-lançamento, muitos fãs estavam com os nervos à flor da pele, no sentido literal do termo. Algumas análises pela internet se mostraram aos extremos, bons ou ruins, não permitindo uma visão ampla de todos os pontos da região.

Pois bem. Quase quatro meses já se passaram desde o lançamento do jogo, e hoje eu venho começar uma série revendo em detalhes cada ponto de Galar. Durante as próximas semanas, vamos explorar nove tópicos principais. E hoje eu vou começar pela Geografia da região! Então, vamos lá?

A região de Galar, como todo mundo sabe, é inspirada na Inglaterra e em partes de Gales. Sua contraparte no mundo Pokémon é invertida em 90°. Durante o jogo, dá pra perceber que Galar é dividida em quatro sub-regiões principais (como mostrado no GIF): as áreas de Wedgehurst, Motostoke, Hammerlocke e Wyndon, unidas pelo trem que circula pela região em geral.

Eu particularmente gostei muito dessa evolução do mapa. Ela permite você ter uma certa noção do seu progresso no jogo, assim como consegue dividir cada etapa no enredo (que eu vou discutir sobre mais pra frente). Apesar disso, ainda que seja uma ideia nova na franquia, a proposta do mapa não mostrar inteiramente sua área quando aberto (diferente do que acontecia até então) foi algo que me causou certo estranhamento no começo. Nada que afete a experiência de jogo.

Já as cidades são o maior exemplo de 8 ou 80. Algumas cidades, como Wedgehurst, Hammerlocke e Circhester parecem ter um enorme asseio na sua execução. À primeira vista, você inevitavelmente vai ter a sensação de estar andando pelas maiores já feitas em um jogo de Pokémon. A impressão é que você vai andar e andar pela cidade e ela sempre vai te apresentar algo de novo. Os nomes escolhidos para elas são recheados de terminações comuns a cidades reais da Inglaterra, como Hulbury, Wyndon ou Stow-On-Side. Em contrapartida, que às vezes chega a não fazer o menor sentido, algumas cidades parecem estar lá só para ter um ginásio, sem absolutamente nada a mais para fazer. Um exemplo é Ballonlea, que parece mais uma extensão silvestre de Stow-On-Side, e Spikemuth, que é literalmente um galpão em linha reta, beirando o ridículo. A perfeição junto de um acachapante contraste com a tal da preguiça.
Ballonlea é de longe uma das cidades mais fofas de toda a franquia. Nada além disso, infelizmente.
As rotas não seguem um caminho diferente, a exemplo da rota 5, que nada mais é que um puzzle de subir e descer escadas, ou a rota 8, que liga Hammerlocke a Circhester, e é só um labirinto em 3D (e que também envolve subir e descer escadas). Em contrapartida, a rota 9, que liga Circhester a Spikemuth, é quase uma mini Wild Area, de tão extensa que parece ser. Chega a causar estranhamento como duas abordagens tão diferentes pertencem ao mesmo jogo. Aliás, posso ter certeza que quem jogou Sword e Shield teve essa sensação pelo menos uma vez durante a jogatina.
Se a Route 8 fosse usada como parâmetro para julgamentos, Sword e Shield não poderiam mesmo serem considerados "jogos preguiçosos"
Uma das coisas que me desagradou com certeza foram aqueles glifos gigantes de Turffield e Stow-On-Side. Eles foram uma das primeiras imagens da 8ª geração que vieram a público. Na época que isso tudo chegou, eu bem lembro, todo mundo teorizou o que poderiam ser aqueles glifos... e no fim das contas eles eram só uma referência ao Dynamax, sem nenhuma ligação a mais com a história de Galar.
O glifo que todos teorizaram. No final das contas só era uma alusão ao Dynamax














Outra bola bem fora foram as extensões de cidade que só serviram de cenário. Se você andar por praticamente qualquer cidade em Galar, vai se deparar com um ponto turístico inatingível, como aquele farol em Hulbury, ou a tal da roda Gigante de Wyndon. O entorno dos estádios também foi muito desperdiçado. Se ao menos fosse possível dar a volta neles, com chances de achar algum item ou coisa do tipo... Não era tão difícil fazer isso.
Não tem motivo aparente para não poder andar em torno dos estádios. Zona de conforto é o termo mais apropriado para esse caso
Pelo menos as landmarks, como o Glimwood Tangle e o Slumbering Weald, não deixam a desejar. Todas as paisagens são de tirar o fôlego, em especial essa última. Durante a reta final do jogo, você vai se deparar com um dos locais mais bem produzidos na história de Pokémon, e não estou exagerando. A comparação com Breath Of The Wild é inevitável. A interação com o local se encaixa perfeitamente com a proposta. Esse sim é um ponto que deve ser marcado pra Sword e Shield.
A primeira vista, o Slumbering Weald é de tirar o fôlego. A segunda também. E a terceira, quarta...
O Glimwood Tangle é uma bola dentro pra Sword e Shield. É a perfeita floresta de contos de fadas
Então termina assim a primeira parte da minha "revisão" sobre Sword e Shield. E vocês? Concordam com essa abordagem? Acham que a geografia da nova região fez bonito? É um quesito que poderia ter sido melhor trabalhado para chegar à perfeição? Ou não tem jeito, vai ficar ruim independente de qualquer coisa? Comenta aqui embaixo! Na próxima parte dessa revisão detalhada, eu vou abordar o chamariz principal de Galar: a Wild Area! Até lá!

Revisão: Davi Sousa

Estudante de História, "nascida" em Johto, é fã da Altaria e de Galar. Pokétuber e futura professora de História, nas horas vagas treina seus monstrinhos. Benfiquista e boleira, pode ser achada enquanto cria algo pelo Twitter: @gabsjohto
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