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Análise: WHAT THE GOLF? (Switch) traz maluquice sem fim inspirada em golfe

Tudo é golfe nesse estranho e inusitado título indie repleto de minigames divertidos.


WHAT THE GOLF? parece um simples e inofensivo jogo de golfe, mas rapidamente a loucura e a zoeira entram em ação e tomam conta dos minigames. O conceito principal do esporte é explorado de maneiras absurdas, resultando em um título imprevisível, bem humorado e muito divertido, repleto de ideias e situações criativas. Já disponível anteriormente em outras plataformas, o jogo chega ao Switch com um modo multiplayer para dois jogadores.

Jogando golfe (ou não)

Assim como no esporte, WHAT THE GOLF? começa com a simples proposta de usar tacadas para levar uma bolinha até o buraco. Os comandos são familiares: a alavanca direita aponta a direção da tacada e um botão executa o movimento, cuja força é determinada pelo tempo em que ele é segurado.

Esse é o conceito, ao menos no início, porém rapidamente as coisas ficam bem bizarras. No segundo estágio, o buraco foge da bola, o que nos força a antecipar esse movimento. Já no terceiro, é o golfista que voa ao fazer as tacadas (!). Daí pra frente as coisas ficam ainda mais loucas, apresentando situações absurdas que raramente lembram golfe, como controlar uma cadeira de escritório por um terreno cheio de obstáculos em uma corrida contra uma ovelha ou atravessar um pequeno labirinto com pequenas bolas saltitantes. O que se mantém consistente é a necessidade de acertar o buraco (ou o elemento equivalente).



O jogo apresenta uma série de minigames rápidos, alguns durando frações de segundos. Normalmente não há explicação das mecânicas, sendo necessário experimentação para vencer. Completar a maioria das fases é simples, mas todas elas contam com dois desafios adicionais: fazer a tarefa em um número determinado de movimentos e uma versão com regras diferentes.

Os estágios estão distribuídos em uma espécie de laboratório, que funciona como mundo principal. Os minigames estão agrupados por temas e há portais para teletransporte no sentido de facilitar a locomoção. O local está repleto de textos divertidos questionando a graça do golfe e vários segredos estão escondidos pelas áreas.


A estranheza divertida do golfe

A graça de WHAT THE GOLF? está em seu conceito absurdo e constante criatividade. Cada fase explora rapidamente um tema que é logo descartado, nem dá tempo de achar cansativo ou chato, e a variedade de situações é grande. Os minigames vão ficando cada vez mais malucos, surpreendendo constantemente quando as regras são subvertidas — de uma hora para outra, você descobre que está controlando o buraco ou outros elementos do cenário e precisa fazer o caminho inverso.

Boa parte dos joguinhos não têm nada de golfe e só compartilham o comando básico. Em uma fase, somos uma bola de futebol que desvia de jogadores até chegar no gol. Em outra, controlamos um míssil que precisa desviar de obstáculos. Um estágio tem como personagem um motociclista em um cenário 2D. Muitos deles se inspiram em outros jogos, como Super Mario, SUPERHOT, Angry Birds, Portal e mais, sempre em interpretações bem humoradas compatíveis com a atmosfera colorida do título. No meu tempo com o jogo, ficava constantemente me perguntando a bizarrice que viria a seguir.


A maioria dos minigames é fácil de entender, mas alguns são um pouco confusos ou exigem muitas tentativas para serem concluídos, a ponto de se tornarem chatos. Além disso, algumas ideias são recicladas constantemente, na iminência de incomodar — no final eu já estava cansado de lançar a bolinha nos buracos em estágios que mudavam levemente a ideia principal. Felizmente essas são exceções dentro da grande variedade de situações oferecida por WHAT THE GOLF?.
  
A campanha é curta, mas de duração correta. Os desafios adicionais dão sobrevida ao jogo, além de apresentarem conteúdo inédito. Fora isso, há o modo “mostrar para um amigo”, que permite jogar em sequência uma seleção aleatória de minigames, sendo ótimo para apresentar o jogo para outras pessoas. Já o multiplayer para dois jogadores, novidade na versão para Switch, oferece versões competitivas dos minigames. Essa modalidade é ágil e divertida, principalmente por causa das regras autoexplicativas e, claro, pela presença da doideira característica.


O deleite que vem da loucura

WHAT THE GOLF? abusa da zoeira e criatividade em um título bastante único. Cada um dos minigames do jogo apresenta alguma ideia maluca e é um deleite tentar descobrir o que vem a seguir — a surpresa é uma constante aqui. A variedade de situações é grande, e os conceitos inusitados são explorados em estágios curtos bem intensos, sempre acompanhados de uma atmosfera colorida e bem humorada. Naturalmente, existem alguns deslizes, como um pouco de repetição ou fases obtusas, mas não chegam a impactar o jogo como um todo. No fim, WHAT THE GOLF? é mais uma daquelas experiências descompromissadas muito divertidas.

Prós

  • Grande variedade de minigames com inúmeras situações malucas;
  • Ritmo ágil com vários joguinhos curtos;
  • Atmosfera colorida e absurda, repleta de humor;
  • Boa quantidade de conteúdo.

Contras

  • Minigames de tentativa e erro são enfadonhos;
  • Algumas ideias recicladas.
WHAT THE GOLF? — Switch/PC/iOS — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia digital cedida pela TribandProductions

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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