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Análise: Reed 2 (Switch) — uma continuação tão despretensiosa quanto o seu antecessor

A falta de ousadia e novidades fazem o título parecer uma expansão de Reed Remastered.

Platformer é o gênero mais comum entre os jogos independentes. Talvez por ser o estilo de gameplay mais nostálgico para os jogadores e também por ser mais fácil para os estúdios desenvolverem, os títulos que envolvem pular sobre abismos e plataformas são os primeiros que vem a cabeça quando se pensa em jogos Indies.




Desenvolvido pela Crescente Moon e publicado pela Ratalaika Games, Reed 2 é um jogo de ação e plataforma com 52 níveis, que podem ser divertidos ou frustrantes e é a sequência direta de Reed Remastered. A jogabilidade do título é exatamente a mesma de seu antecessor, o que é uma pena, porque nenhuma inovação ou melhoria foram feitas.

Um mundo digital em perigo

No enredo, o mundo é um universo dentro de um computador, onde a criaturinha nomeada de Reed falhou no final do primeiro jogo. Para desfazer o seu erro, ele deve coletar cubos de informações e levá-los ao desenvolvedor do computador que criou seu mundo digital, caso contrário o computador falhará e seu mundo terminará.

Para isso, é necessário completar 52 níveis. Você deve coletar três cubos de informações antes de passar para o próximo nível. A única mecânica na jogabilidade é um pulo duplo, o que limita demais a gameplay. Por outro lado, se você estiver procurando por um jogo de plataformas simplista, o Reed 2 é o mais simples possível.

Os comandos são responsivos e intuitivos. Os níveis em si podem ser um pouco frustrantes, por serem parecidos e possuírem um level design desbalanceado. Eu aprecio jogos difíceis de vez em quando, mas alguns níveis de Reed 2 exigem uma precisão tão perfeita, que às vezes fazia-me sentir que nunca conseguiria completá-los.

Um mundo digital problemático

São recorrentes os problemas envolvendo a câmera, ou o enquadramento da fase na tela. Em uma fase específica é necessário cair em um abismo e pousar em uma pequena plataforma para prosseguir, porém, o fundo desse abismo é cheio de espinhos – então para passar esta fase é necessário mais sorte do que habilidade, o que é um absurdo.

Sem falar que algumas serras possuem hit-boxes maiores que os sprites, causando mortes injustamente e forçando o jogador a ter que passar a fase inteira novamente – já que o personagem morre com um hit e o game não possui checkpoints. Esse problema ainda pode ser agravado por causa da física do game, que faz o personagem ser mais pesado do que deveria, obrigando o jogador a realizar saltos sejam perfeitamente executados.

Mais do mesmo

Entretanto, o principal problema do game não são apenas o level design mal desenvolvido e alguns erros de programação, mas a sua falta de ousadia. Não seria um exagero afirmar que Reed 2 poderia simplesmente ser um DLC do primeiro game ao invés de um game novo. A desenvolvedora apenas criou novas fases usando as mesmas mecânicas e lógicas do primeiro título, sem melhorar ou adicionar nenhuma novidade.

A música e os gráficos são encantadores, mas não são o suficiente para esconder a mediocridade do título. Se você está procurando algo simples de jogar, Reed 2 pode valer a pena. No entanto, se você é um pouco exigente com a qualidade dos jogos, talvez seja melhor procurar outro título.

Prós

  • Estilo de arte em pixels muito bem aplicado;
  • Atmosfera de suspense e mistério bem construída;
  • Jogabilidade simples e rápida.

Contras

  • Faltou polimento nas hit-boxes;
  • Level design mal construído;
  • Não evolui em nada a jogabilidade de seu antecessor.
Reed 2 — Switch/PS4/XBO/PC/Android/iOS — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Icaro Sousa 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Em constante mudança, escrevo sobre o que gosto e às vezes sobre o que não gosto também.
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