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Análise: The Ambassador: Fractured Timelines (Switch) — manipule o tempo e atire espadas contra o mal

Assuma o papel de Gregor, o embaixador do tempo, para salvar o reino de Tamaris das mãos de um misterioso inimigo.

Histórias que envolvem o controle do tempo geralmente conseguem se destacar, porque todo mundo queria ter o controstasle sobre ele. Viajar para o passado e mudar algum acontecimento ou poder avançar para o futuro e não precisar esperar em uma fila, por exemplo, são apenas algumas das possibilidades. Em The Ambassador: Fractured Timelines (Switch), assumimos o controle de Gregor, um mago aprendiz, para derrotar um misterioso exército que destruiu o seu reino mágico.

A queda de Tamaris

A história começa durante um dos treinamentos do nosso protagonista, que está se preparando para se tornar um embaixador do tempo, classe de magos que possui a habilidade de manipular o tempo usando poderes sobrenaturais. Após passar por o que seria o tutorial do jogo, a capital dos magos sofre um poderoso ataque. Gregor assiste tudo de longe, no campo de treinamento, se tornando um dos únicos sobreviventes e ficando encarregado de salvar a sociedade dos magos e restabelecer a paz em Tamaris.

O enredo é bem simples e funciona apenas como um pretexto para dar sentido à jogabilidade. Além da narrativa, há alguns coletáveis escondidos que contam um pouco mais sobre o universo do game. A princípio, existem três áreas para serem restauradas: a floresta, a montanha de gelo e a cidade principal, Tamaris. Os mundos são divididos em quinze níveis diferentes, com dificuldade progressiva. Entre uma fase e outra é possível ganhar novas armas, o que torna a gameplay menos entediante.


Após concluir as três áreas, o verdadeiro responsável por toda a tragédia se revela ao protagonista e desbloqueia o último mundo. Embora seja menor que os primeiros, este é bem mais difícil que os anteriores, exigindo muito mais precisão e pensamento rápido do jogador — o que é clássico nos videogames, já que antecede a batalha final.

Um shooter sem armas de fogo

À primeira vista, The Ambassador: Fractured Timelines pode soar como um The Legend of Zelda por causa do visual fantasioso e até mesmo dos menus de seleção de equipamento. Mas essa impressão acaba assim que começamos a jogar de verdade, já que o título se trata de um shooter e, no lugar de armas de fogo, você atira espadas.

Gregor arremessa e puxa a espada de volta para sua mão usando magia. Além da espada, ainda é possível equipar um cajado mágico na outra mão do protagonista e, para trocar de arma, basta pressionar o botão R. É preciso ficar atento, porém, que martelos e outras espadas mais pesadas não podem ser puxadas de volta devido ao enorme peso. Nesse caso, é necessário andar até a arma se quiser tê-la novamente.

O grande destaque da jogabilidade de The Ambassador: Fractured Timelines é a mecânica de manipular o tempo. Há uma barra que mede o quanto pode usar essa habilidade, portanto é essencial ter pensamento rápido para obter êxito em uma batalha. Além disso, é possível usar certos objetos do cenário, como caixas e rochas, para conseguir vantagem em algumas situações. De forma similar ao Stasis de The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch), você pode parar o tempo e bater nos objetos para que, quando o tempo volte, eles sejam arremessados contra os oponentes.


Infelizmente, parar o tempo é o único controle que o protagonista exerce sobre ele. Não é possível retroceder ações, por exemplo, o que torna o jogo um pouco limitado a uma única mecânica. Pelo menos existe uma boa variedade de armas, trazendo alguma variedade à gameplay. Embora sejam repetitivos, estágios são muito bonitos e bem detalhados. A trilha sonora é muito bonita e agradável, mas é totalmente ambiental, ou seja, não há nenhuma melodia marcante.

Além da campanha, há um modo chamado BloodHenge, que basicamente é um modo horda. Os inimigos brotam em ondas, e todos eles são vulneráveis. Matá-los renderá pontos para comprar novas armas e desbloquear novas salas. O objetivo é sobreviver ao maior número de ondas possível.

Não tão mágico

A aventura mágica começa a ficar menos encantadora quando surgem os primeiros problemas durante a jogatina: o jogo corre a 30 quadros por segundo, mesmo no modo TV. Para um título de RPG ou estratégia, isso não seria tão relevante, mas não é o caso de The Ambassador: Fractured Timelines, já que ele se propõe a ser um game de ação, e em alguns momentos, possui muitos objetos na tela ao mesmo tempo. Em certos estágios, eu realmente fiquei com a vista cansada por causa da quantidade de coisas se movimentando na tela nessa taxa de quadros.

O título conta com a tradução para o idioma português do Brasil, mas estranhamente alguns ícones não são exibidos corretamente nos menus quando a linguagem tupiniquim é selecionada. Além disso, não é raro encontrar erros de gramática e concordância nos textos traduzidos. Coisa que não aconteceu quando joguei as mesmas fases em Inglês.

O principal problema de The Ambassador: Fractured Timelines está na gameplay: para concluir um estágio, é obrigatório derrotar todos os inimigos. Não estou reclamando dessa obrigação, afinal, foi uma decisão de level design feita pelo diretor do game. Entretanto, não existe nenhum tipo de mapa ou sinalizador na tela indicando a sua localização na fase. Isso obriga o jogador a ficar perambulando pelo cenário várias e várias vezes, até encontrar o último inimigo escondido em um canto qualquer.

Além de frustrante, essas falhas dificultam os desafios de concluir as fases em tempo recorde e prejudicam a precisão da mira (no caso da taxa de quadros por segundo), tirando todo o charme que o jogo poderia ter.

Veredito

The Ambassador: Fractured Timelines tenta ser um jogo diferenciado com mecânicas criativas e visuais bem trabalhados, mas a falta de variedade na gameplay e problemas de level design o tornam medíocre. Talvez se a tinyDino Games tivesse dedicado um pouco mais de tempo para a elaboração de diferentes mecânicas de batalha, o título mereceria uma recomendação mais forte.

Prós

  • Qualidade gráfica;
  • Mecânica de controlar o tempo;
  • Música ambiente agradável;
  • Ambientação bem construída e cheia de detalhes.

Contras

  • Repetitivo;
  • Não possui mapa ou indicador;
  • Erros de tradução.
The Ambassador: Fractured Timelines — Switch/XBO/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vladimir Machado
Análise elaborada com cópia digital cedida pela The Quantum Astrophysicists Guild

Em constante mudança, escrevo sobre o que gosto e às vezes sobre o que não gosto também.
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