Discussão

O futuro da Nintendo: o que esperar?

Existe um certo ceticismo em relação ao destino da Nintendo. O que será que vai acontecer nos próximos meses?


Depois do lançamento de Paper Mario: The Origami King (Switch) uma dúvida paira no ar: o que esperar da Nintendo em um futuro próximo? Sem nenhum novo lançamento de peso com data apresentada e sem novidades significativas a curto prazo, é difícil imaginar o que vai vir por aí. Ainda assim, não custa nada especular, não é mesmo?

O fim da era dos ports?

Recentemente Pikmin 3 foi anunciado como, talvez, o último dos ports da Nintendo para o Switch. É claro que existe o rumor em torno de chegada de inúmeros jogos do Mario vindos de consoles anteriores. No entanto, se nada foi dito até agora, é pouco provável que esses lançamentos de fato se concretizem.

Por outro lado, essa mudança parece seguir um movimento necessário. O Wii U teve bons jogos e poucos jogadores. Assim, era razoável trazer esses títulos para o Switch – quando as adaptações eram viáveis. No entanto, já é hora de investir em novos títulos. Mas quais? E, principalmente, para quando?

Os jogos do futuro

Não é o caso de dizermos que a Nintendo não tem nada programado para o Switch. Bayoneta 3, The Legend of Zelda: Breath of The Wild 2 e Metroid Prime 4 são títulos que, sem dúvida alguma, atraem a atenção e o interesse de todos os fãs dos games. Mas a questão é que nenhum desses jogos têm data de lançamento e pouco sabemos de seu desenvolvimento. Logo, não é de se estranhar que a sensação que fica é a de que o Switch virou um grande espaço para títulos indies e alguns poucos lançamentos de peso de third-parties.

E essa percepção tende a se agravar, pois com a chegada da nova geração (dos concorrentes, pelo menos) a Nintendo provavelmente ficará isolada no meio das novidades que surgirão a todo momento. Aliás, esse é justamente outro ponto de dúvida para os próximos meses.


E a nova geração?

Não é necessário explicar novamente o que aconteceu para a Nintendo lançar o Switch antes do fim da geração atual. Mas fato é que os lançamentos previstos nas outras empresas deixam a Nintendo em uma situação sui generis. De qualquer forma, tenho que dizer que a percepção do prazo de validade dos consoles é criada apenas pelo clima de competição entre as concorrentes. Afinal, ninguém pode ficar para trás, especialmente se a qualidade dos jogos começa a ser medida por resolução, velocidade de processamento, etc.

Mas o Switch não compete com os outros consoles. Ele é um produto diferente, que oferece uma experiência única. A questão, contudo, é quanto tempo mais o console poderá resistir no ritmo que já se encontra desde o seu lançamento. A Big N alcançou bons números esse ano com Animal Crossing e Paper Mario: The Origami King também vai muito bem. Entretanto, a movimentação no mercado dos games vai exigir uma resposta mais contundente. Pode ser uma atualização do Switch ou novos dispositivos integrados a ele (como o Labo). Mas alguma coisa precisa acontecer. Ou será que não?


Mudança de perspectiva

Nesse ano, talvez pela circunstância causada pela pandemia ou por algum outro motivo interno, a Nintendo pareceu se cansar do formato dos Direct. E isso é curioso de um jeito estranho, pois esse tipo de comunicação direta com o público nunca fez tanto sentido. Vendo por outro lado, esse abandono do formato pode ter relação também com a dificuldade em produzir novas experiências para os jogadores. O Nintendo Switch Online não parece avançar, novas versões mini dos consoles antigos não são prováveis e o desenvolvimento de novos títulos, se está ocorrendo, segue trancado a sete chaves. Para os fãs resta esperar, confiando que a Nintendo não vai desaprender aquilo que sabe fazer de melhor: entretenimento que encanta.

E, você, segue com esperança de que o Switch ainda vai nos dar muitas alegrias?

Revisão: José Carlos Alves

Pesquisador nas áreas de estética e cibercultura com Mestrado em Cultura e Sociedade (UFMA) e Doutorado em Comunicação (UnB). Além de escrever sobre jogos, produz o Podcast Ficções e tem um blog sobre literatura, filosofia e cotidiano.
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