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Análise: Breakpoint (Switch) — derrote naves de neon e sobreviva

Derrotar a maior quantidade de inimigos sem ser atingido é o único objetivo deste charmoso e desafiante título Arcade.


À primeira vista, Breakpoint parece apenas mais um jogo de tiro retrô com naves. No entanto, o projeto desenvolvido pela Aesthesia Studio traz um conceito diferenciado dentro do gênero Arcade, por unir elementos dos clássicos shooters com visão isométrica e jogabilidade roguelike. O resultado foi uma experiência consistente e divertida, aliada a uma estética neon e trilha sonora envolvente. Fazendo o título ser uma pérola para aficionados em partidas rápidas, porém intensas.

O ponto de explosão

A jogabilidade de Breakpoint é apresentada em um curto tutorial, logo que o game é iniciado. Você controla uma nave triangular em uma arena quadrada usando as duas alavancas analógicas: a esquerda serve para movimentar o seu ícone e a direita para apontar a mira. Os ataques são executados pelos botões A e B, sendo eles respectivamente fracos, mas rápidos, e, fortes, porém lentos.

O objetivo é derrotar o máximo de inimigos possíveis sem ser atingido. As naves adversárias aparecem em hordas e nunca param de surgir. A sua pontuação aumenta à medida que você as destrói, conseguir a façanha de não ser destruído resulta na multiplicação dos seus pontos. A variedade de inimigos não é vasta, mas é boa o suficiente para manter a jogatina interessante. As ondas se intensificam junto com a sua pontuação, aumentando ainda mais o desafio. Quanto mais tempo você sobreviver, mais difícil o jogo se torna.

Ao contrário do que aparenta, você usa armas brancas em vez de tiros laser em Breakpoint
O maior diferencial do gameplay é a variedade de armas disponíveis e como elas funcionam. Jamais julgue uma obra pela capa, porque ao contrário de Breakpoint, em vez de atirar lasers, você pode atacar com espadas, facas, lanças, machados e marretas. Cada equipamento possui as suas propriedades, como velocidade, hit-box e dano. Esta peculiaridade no gameplay faz com que a jogatina não fique entediante, já que sempre haverá uma arma diferente ao seu alcance.

Além disso, é possível aumentar o nível de poder das armas reunindo as luzes brilhantes deixadas pelos adversários abatidos. A barra de especial chamada “Breakpoint” é preenchida à medida que você realiza ataques bem sucedidos. Após a barra ficar completamente cheia, sua arma explode, causando um enorme dano e derrotando vários inimigos de uma só vez. Em seguida, o medidor retorna à estaca zero, junto com o nível da sua arma.

A pontuação total é exibida ao final de cada partida. É possível comparar o seu recorde com os demais jogadores do mundo todo e ainda ser ranqueado. Provavelmente a maioria não irá se importar com o recurso, mas certamente os mais competitivos farão o possível para ganhar destaque na lista. Um recurso curioso é que todas as partidas são gravadas e podem ser assistidas. Desta forma é possível ostentar as suas proezas para o mundo todo ou até mesmo inspirar no estilo de combate dos melhores colocados.
Mesmo que simples, a jogabilidade é envolvente e desafiadora.

Imersão audiovisual

Embora não haja tanta variedade de músicas disponíveis em Breakpoint, as faixas à disposição são imersivas o bastante para envolver o jogador no clima de tensão que o jogo propõe. O visual é simples, porém charmoso, lembrando letreiros de neon e fliperamas antigos. Certamente uma referência aos primórdios dos videogames, quando os jogos eram apenas figuras geométricas em uma tela escura.

Vale ressaltar que o projeto foi desenvolvido por apenas quatro pessoas. Logo, já é um grande mérito para a equipe o fato do jogo estar disponível na Nintendo eShop. Considerando o escopo do projeto e a qualidade final do game, é justo afirmar que o estúdio possui potencial. Não encontrei nenhum tipo de problema na performance ou bugs, isso é um ponto muito importante, ainda mais para uma produção independente.



Minimalista

O único ponto negativo de Breakpoint é a ausência de mais modalidades single player. Só existe um formato de jogatina, que é sobrevivência. Esta limitação faz com que o jogo se torne cansativo se for aproveitado por muitos minutos seguidos. Mesmo que a proposta do título sejam jogatinas rápidas entre um intervalo ou outro, alguns desafios contra chefes ou até mesmo novos estágios seriam muito bem vindos.

Breakpoint traz alguns conceitos nunca vistos em um jogo do gênero, como espaçonaves utilizando armas brancas. O trabalho audiovisual merece destaque e o polimento geral também. A ausência de mais modalidades single player deixam uma sensação de produto pela metade, mas não tira em nada o brilho da jogabilidade simples e precisa que ele possui.

Prós

  • Estética neon muito interessante;
  • Trilha sonora envolvente;
  • Jogabilidade rápida precisa.

Contras

  • Há apenas um modo de jogo.
Breakpoint — Switch/PC/iOS — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com cópia digital cedida pela The Quantum Astrophysicists Guild

Em constante mudança, escrevo sobre o que gosto e às vezes sobre o que não gosto também.
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