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Análise: Destropolis (Switch) oferece ação intensa, simples e descomplicada

Destrua tudo que aparece pela frente neste título indie que é divertido, mas básico demais.


Destropolis
é um jogo de tiro controlado por duas alavancas bem honesto e claramente inspirado em clássicos do gênero. O seu conceito descomplicado, jogabilidade viciante e um visual minimalista repleto de explosões é uma boa opção para se divertir por alguns minutos, seja sozinho ou com amigos. A simplicidade geral, no entanto, faz com que a experiência perca a graça rapidamente.

Guerra geométrica

Em Destropolis controlamos um losango azul que tenta sobreviver aos ataques de cubos vermelhos em meio a uma cidade com inúmeros prédios. Para isso, o protagonista utiliza diferentes armas em um jogo controlado por duas alavancas, ou seja, uma para movimentação e outra para a mira. O losango carrega dois armamentos que esquentam com o uso — e é importante ficar de olho nessa característica, pois não é possível atirar quando o calor está alto demais.

Além das armas, o personagem se fortalece com novas habilidades, que são obtidas ao alcançar pontuações específicas. Há todo tipo de melhoria, como maior velocidade, aumentar a quantidade de munição, criar torretas que atiram automaticamente ou até mesmo ativar um efeito bullet time por alguns segundos. Com um pouco de estratégia, é possível criar combinações poderosas de vantagens.


O herói geométrico vai precisar de tudo isso para sobreviver, pois novos cubos aparecem frequentemente. Há diferentes tipos de inimigos e entender como cada um ataca é imprescindível, sendo que também podemos usar as construções da cidade como recurso para encurralar oponentes. O foco é a sobrevivência: a quantidade de cubos hostis só aumenta a cada minuto e chega um momento que a morte é inevitável. Ao sermos derrotados, podemos comparar a nossa pontuação em um placar online e, em seguida, tentar novamente.

Entre explosões e repetitividade

O conceito de Destropolis é bem honesto e focado em ação sem complicações, afinal basta atirar para sobreviver. Gostei bastante de usar inúmeras armas e power-ups para detonar os cubos vermelhos e as melhorias ajudam a trazer um aspecto estratégico às partidas — é muito divertido tentar montar sinergias entre as várias habilidades. O jogo conta com multiplayer cooperativo local para até três participantes, o que deixa as coisas ainda mais intensas.


Um detalhe marcante é a dificuldade: aos poucos a horda de inimigos fica mais densa e complicada de enfrentar, e é muito recompensador conseguir não ser cercado ou escapar de situações difíceis. O visual minimalista reforça esse sentimento de opressão com inúmeros elementos na tela, em um estilo que simula uma guerra entre objetos geométricos em uma pequena maquete. Às vezes é um pouco difícil entender o que está acontecendo, mas um pouco de caos faz parte da experiência.

A proposta simples de Destropolis funciona, porém esse é também seu maior problema. O jogo apresenta um único modo focado em sobrevivência que logo fica cansativo por causa da variedade extremamente limitada de conteúdo. Além disso, falta um pouco de personalidade: muitas armas funcionam de maneira bastante similar e boa parte das habilidades modificam muito pouco as mecânicas. Essas características fazem com que as partidas sejam similares demais entre si, trazendo sensação de repetição. Modalidades adicionais e um pouco mais de criatividade tornariam o jogo mais interessante a longo prazo.
 


Diversão frenética, mas limitada

Destropolis diverte com suas partidas repletas de tiros e de ação. Muitas armas, habilidades e desafio intenso fazem com que suas partidas sejam frenéticas e empolgantes, especialmente na companhia de amigos. No entanto, a ausência de outros modos, mecânicas rasas e variedade limitada de situações tornam a experiência repetitiva em pouco tempo. No mais, o jogo é uma boa opção para partidas rápidas e descompromissadas, mas nada além disso.

Prós

  • Mecânicas simples, descomplicadas e fáceis de entender;
  • Boa variedade de armas e melhorias;
  • Visual geométrico interessante.

Contras

  • Estrutura de partidas extremamente similar traz sensação de repetição;
  • Armas e melhorias sem criatividade;
  • Ausência de modos adicionais ou outros conteúdos.
Destropolis — Switch/PC — Nota: 5.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: José Carlos Alves
Análise produzida com cópia digital cedida pela No Gravity Games

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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