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Análise: Autumn’s Journey (Switch): uma heroína e seus dois namorados dragões

Visual novel otome curta apresenta uma divertida aventura por um mundo de fantasia.

Autumn’s Journey é uma visual novel otome desenvolvida pela Apple Cider. Contando a história de uma garota, que sonha em se tornar uma heroína, e dois rapazes, que na verdade são dragões, ela oferece uma curta, porém divertida experiência do gênero.

Construindo novos laços

Auralee é uma jovem garota da tribo heavenkind. Ela sonha em se tornar uma cavaleira como a sua mãe, que sempre a treinou na arte da espada e no código de conduta da classe. Um dia, enquanto estava explorando as redondezas da sua cidade, a garota se depara com um rapaz desmaiado.

Pouco depois ela descobre que ele é um dragão chamado Kerr e transformado em humano por seu mestre. Sem saber como conjurar a magia para voltar a sua forma original, ele precisará da ajuda dela. No entanto, Kerr é muito orgulhoso e a relação entre eles é um pouco conturbada a princípio.

Eles também encontram outro dragão em forma de heavenkind, Ilmari. Bastante gentil, ele é muito curioso em relação ao mundo ao seu redor, tendo atenção especial a elementos da cultura humana.

Sem mais comentários para evitar spoilers, resta dizer que a jornada do trio é curta, porém bem conduzida. O ritmo com o qual a história principal é desenvolvida é muito bom, permitindo ver o relacionamento entre eles crescendo e adaptando as suas atitudes. Os três personagens são o pilar do jogo, sendo fácil simpatizar com eles e aproveitar essas pequenas interações.

Infelizmente, o tamanho da jornada também implica na falta de muitas informações. É uma obra em que mais desenvolvimento do mundo seria bastante útil. Outro aspecto negativo é o fato de que a diferença entre escolher um dos garotos é mínima, desestimulando o replay. Usualmente jogos do gênero tentam oferecer rotas diferentes para diversificar a narrativa, mas em Autumn’s Journey o enredo é o mesmo.

Mergulhando no mundo de fantasia

Além do carisma dos personagens e do ritmo envolvente da narrativa de fantasia, a obra também conta com artes fofas e coloridas. Além de sua aparência comum, os personagens têm uma forma chibi (pequena, cabeçuda e fofinha) para algumas cenas, favorecendo o aspecto mais cômico das suas interações.

Nos trechos comuns, vale destacar que os personagens piscam os olhos e possuem pequenas falas para representar a atmosfera do diálogo, mas que não correspondem ao texto escrito. Algo similar aos trechos de dublagem usados em Fire Emblem Awakening, por exemplo. A trilha sonora também é bem empregada para elevar o tom de obra com estilo medieval e para corresponder às emoções pretendidas por cada momento.

Infelizmente, há alguns pequenos errinhos na disposição de imagens, especialmente em boa parte das animações de expressões. Isso pode ser um tanto incômodo por ser frequente dentro do pouco tempo de jogo.

De forma geral, Autumn’s Journey é uma aventura curta porém divertida. Para fãs de otome games que estão à procura de um jogo simples ambientado em um mundo de fantasia, é certamente uma boa pedida. Porém, fica a sensação de que ele poderia ter explorado um pouco mais a sua ambientação.

Prós

  • Personagens carismáticos;
  • História tem um bom ritmo;
  • Artes fofas;
  • Bom uso da trilha sonora.

Contras

  • Pouca diferença entre as “rotas” de personagem;
  • Alguns aspectos da história poderiam ser melhor desenvolvidos;
  • Erros na disposição de algumas imagens.

Autumn’s Journey — Switch/PC/PS4/XBO — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games


é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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