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Análise: Override 2: Super Mech League (Switch) tem uma força robótica grandiosa debilitada por falhas de performance

O título brasileiro de luta entre robôs gigantes é promissor, mas tem mau desempenho no console da Big N.

Desenvolvido pela Modus Studios Brazil, Override 2: Super Mech League é um jogo de luta protagonizado pelos Mechas, robôs enormes e poderosos. Com uma boa variedade de personagens e modos de combate que podem ir de lutas individuais a disputas contra ondas de inimigos, o título brasileiro apresenta um potencial de diversão gigante, bem como são os seus robôs lutadores. Entretanto, muito dessa grandeza é perdido com o seu desempenho gráfico ruim no Switch e a ausência de conteúdo single-player.

Tamanho não é documento

Como pode ser visto pelo numeral no título, essa não é a primeira publicação da série, que estreou em 2019 com Override: Mech City Brawl (Switch). O seu conceito basicamente envolve lutas entre os Mechas, que usam golpes e combos poderosos para derrubar os oponentes. Felizmente, esse vigor está presente tanto no primeiro jogo quanto em Override 2. Entretanto, há uma mudança crucial entre os dois: o sucessor não conta com um modo campanha, tendo conteúdo escasso para um jogador.



Mesmo assim, pode-se dizer que ele possui elementos progressivos interessantes, que podem ser encontrados nas Ligas. Este setor propõe um ranqueamento dos lutadores em batalhas de diferentes estilos. Elas são dispostas em regulamentos particulares: há os mais tradicionais, como 1v1, 2v2 e free-for-all, e os de propostas mais ousadas, como a liga Xenoenxame, em que devemos sobreviver às ondas de inimigos.

Enquanto intercalamos as partidas e melhoramos na classificação, uma personagem chamada Zoe nos conta histórias sobre o universo dos Mechas e suas lutas. Ela fala muito de sua trajetória e experiências no mundo das batalhas, o que é legal e nos traz situações peculiares e cômicas. Porém, isso não representa uma narrativa especial do jogo, muito menos substitui a ausência de uma campanha.



Os modos de combate de Override 2 podem ser disputados contra a inteligência artificial do jogo – ou seja, literalmente robôs – ou jogadores online, o que nos leva a um dos problemas do título: a tarefa de encontrar oponentes conectados. Leva um tempo considerável até conseguirmos adversários, principalmente em determinadas modalidades de disputa. É frustrante, e você se verá optando por encarar o CPU muitas vezes só para que o processo seja mais rápido.

Mesmo com tudo dito, arrisco dizer que Override 2: Super Mech League ainda apresenta um potencial considerável, pelo menos em tese. Afinal, não há problema em lutar contra o computador às vezes, e a ausência narrativista é uma lacuna muito presente nos jogos do gênero. Para superar esse problema, muitas aventuras nesse estilo visam oferecer um gameplay primoroso e responsivo, justamente para compensar os defeitos e aumentar o fator replay. Pois bem, não é o que acontece por aqui.

Movimento robótico 

A jogabilidade de Override 2: Super Mech League apresenta conceitos vigorosos. Sua variedade de golpes é luxuosa, com socos, chutes e muitos combos, responsáveis por ataques que envolvem projéteis, habilidades de energia e afins. Além do mais, cada Mecha é único, com movimentos singulares, incluindo um especial poderoso que precisa ser carregado.
 
No entanto, essas maravilhas não são aplicadas muito bem, pelo menos no Nintendo Switch. Override 2 sofre bastante em sua performance gráfica, que afeta o próprio gameplay com input lags frustrantes. Em outras palavras, os ataques não são precisos e a jogatina não é natural, ficando um tanto robótica – se permitirem o trocadilho.

O que aparenta é que o lag vem da limitação gráfica do console da Big N. O jogo é muito bonito em si, com modelos de robôs robustos e cenários tridimensionais belos. Todo esse peso complicaria a execução, deixando os movimentos vagarosos e imprecisos, tanto no modo portátil quanto no modo docked. Com isso, a falta de fluidez é algo recorrente no título.

Além dessa questão de desempenho, eu poderia apontar outras falhas leves, como momentos em que a câmera fica em um ângulo ruim ou ataques que não são bem executados, mas honestamente, esses são problemas razoáveis, que não atrapalham tanto a jornada no geral, ao contrário dos anteriores. É uma lástima, pois ao mesmo tempo em que Override 2 proporciona situações incríveis e gigantescas, como o fato de sermos muito maiores que uma cidade a ponto de pisoteá-la, ele também frustra quando tentamos fazer isso ou na hora de golpear outros Mechas.

Na perspectiva de um robô gigantesco

Independentemente dos problemas, passei por momentos alegres em Override 2: Super Mech League, e isso é inegável. Seus cenários são inventivos e interativos; entre eles temos uma ilha de doces com morangos explosivos e uma cidade de torres altas que fica pequena perto de nós. A presença de itens também é outro atrativo e enriquece os embates, oferecendo objetos únicos e legais de se usar, como uma pistola, uma espada e uma frigideira intimidadora.

Quando se trata dos Mechas, temos outro ponto forte do título, com modelos carismáticos e diversificados. A lista é longa e pode ser desbloqueada com moedas do jogo, que recebemos com vitórias ou patrocínios de empresas nas Ligas. Assim, a coleção de robôs aumenta um pouco a vida do título e evita a repetição de combatentes em excesso. Entre os lutadores presentes, o destaque vai para Ultraman, que protagoniza um dos DLCs do jogo.

Desequilíbrio na luta

O brasileiríssimo Override 2: Super Mech League tem propostas interessantes, como modos de lutas singulares e personagens variados. Infelizmente, muito desse conteúdo é prejudicado pelo mau desempenho no Switch, repleto de lags de comando e falhas gráficas. Em suma, isso não significa que você não terá momentos divertidos na presença do título, pois há muitos pontos legais, como a oportunidade de controlar um Mecha lutador gigantesco. Só não se empolgue tanto com a ideia, pois muito dessa grandeza pode ser afetado pela performance frustrante.

Prós

  • Liga com modos de batalha divertidos;
  • Boa variedade de Mechas, incluindo Ultraman, que pode ser adquirido via DLC;
  • Lutas grandiosas, com modelos 3D bonitos e cenários bem-acabados.

Contras

  • Ausência de história ou campanha apropriada;
  • Input lag e instabilidade de quadros por segundo;
  • Movimentação artificial e pouco responsiva;
  • Dificuldade de encontrar oponentes em batalhas online.
Override 2: Super Mech League — Switch/PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Modus Games


Jornalista, colaborador no Nintendo Blast e doutorando em Comunicação Social.
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