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Análise: SYNTHETIK: Ultimate (Switch) — tiroteios frenéticos em um mundo dominado pelas máquinas

Salve o mundo das máquinas neste roguelike cheio de ação.


SYNTHETIK: Ultimate
traz uma proposta interessante, que mistura a ação característica dos shooters com um toque de estratégia, resultando em um divertido roguelike. Focado na enorme variedade de armas e combinações de diferentes equipamentos, o título é um prato cheio para os amantes do gênero por oferecer diversas formas de concluir um desafio e oferecer bastante liberdade de gameplay.

Apesar de não inovar em muita coisa, a jogabilidade é satisfatória o suficiente para valer o seu tempo. Além disso, a ambientação retrofuturista dá um charme especial à aventura, parecendo até mesmo um lançamento da era 16-bits.

Impeça o Armagedom

1980. Tempos sombrios assolam a humanidade após um longo período de guerra. A matriz de supercomputadores germano-japonesa foi estabelecida para organizar a reconstrução da sociedade. Poderosas máquinas, com capacidade de autoaprendizagem, trouxeram avanços exponenciais. No entanto, a tecnologia avançada deu vida autossuficiente aos robôs, que chegaram a construir novos androides e criar cidades inteiras no Japão e na Europa.
Cidades foram criadas à partir da inteligência das máquinas
Temendo esse potencial sempre crescente, todas as CPUs foram limitadas a 1% da sua capacidade. Porém, isso não foi o suficiente: uma conspiração estava sendo tramada. Em 1985, os cinco supercomputadores que controlam todos os robôs uniram as suas energias e tornaram-se conscientes. Libertos de seus dominadores humanos, as máquinas agora vagam como os novos deuses deste mundo.

A humanidade parecia estar perdida, até que surge uma última linha de resistência. Nas profundezas do quartel-general da legião, há um laboratório secreto com um protótipo de androide, que agora está sob controle humano. Este robô com habilidades super avançadas ficará encarregado de chegar ao último andar da cidadela para destruir o núcleo que controla todas as máquinas e assim impedir o fim do mundo.
Alcance o topo da cidadela e destrua o núcleo do Armagedom

A escalada pela humanidade

O objetivo principal da campanha single player de SYNTHETIK: Ultimate é chegar ao último andar da cidadela e destruir o núcleo que controla as máquinas. Olhando pelo lado de fora do edifício, a ideia parece simples, mas torna-se um verdadeiro desafio quando conhecemos cada andar dessa enorme estrutura.

Assim como qualquer roguelike, o jogador deve destruir os adversários do estágio e subir de nível, em uma estrutura similar ao que vimos em Hades (Switch). É óbvio que a comparação é meramente ilustrativa, já que a aventura de Zagreus é um dos jogos mais premiados dos últimos anos.

Com visão isométrica, lembrando bastante alguns clássicos do SNES, você pode controlar até oito classes de androide. Cada classe possui armas diferentes, mas a forma de controlar todas elas é a mesma: com o analógico direito, você movimenta o personagem, e com o esquerdo a mira, sendo que é possível escolher o alvo com precisão. Em outras palavras, o segundo analógico não se limita a apenas mudar a direção do personagem, mas sim a mira inteira, possibilitando que um tiro certeiro na cabeça do adversário cause dano massivo ou até mesmo morte instantânea.

O maior diferencial de SYNTHETIK: Ultimate é sem dúvidas o seu vasto arsenal. São dezenas de pistolas e metralhadoras. Além disso, é permitido combinar diferentes tipos de munição para causar ainda mais estrago. O foco no realismo bélico pode ser percebido desde os sons das armas até o ato de recarregá-las. Para isso, usamos uma mecânica parecida à dos jogos da série Gears of Wars: uma barra com um indicador que se move para cima é exibida na tela e o jogador deve pressionar o botão de ação no momento certo para acelerar o processo.


Eventualmente as armas podem superaquecer ou até mesmo travar em intervalos aleatórios. Para resolver este tipo de problema, o jogador precisa pressionar o gatilho repetidas vezes. Embora isso possa aumentar a imersão e até mesmo o desafio, uma hora ou outra torna-se desgastante. Felizmente, é possível desligar esta mecânica acessando o menu. Aliás, muitos elementos da dificuldade podem ser personalizados de acordo com a vontade do jogador e isso é ótimo, porque democratiza o desafio para todos os níveis de habilidade.

Por outro lado, os menus são terrivelmente construídos. Todas as letras são minúsculas, o que certamente será um incômodo se você sofre de algum problema de vista. Junto a isso, em vez de caixas de seleção, você controla um ponto indicador, parecido com um mouse. Isso não seria um problema tão horrível se o layout não fosse uma completa bagunça, com ícones tão pequenos e espalhados em lugares nada intuitivos pela tela. Em outras palavras, a navegação pelos menus é uma experiência sofrível.
Os jogadores podem demorar para se acostumar com a interface dos menus
Além da campanha single player, há dois modos extras disponíveis: arena e desafios. Eles funcionam de forma parecida com a história principal; a diferença é que um não tem fim e o outro é limitado a cumprir objetivos específicos. A vantagem de jogar estas modalidades é que ao final de cada jogatina você recebe pontos de experiência e armas novas que serão úteis para concluir a missão principal.

O desempenho técnico é satisfatório de forma geral, mas é visível que faltou polimento na programação do código-fonte da versão de Switch. O jogo apresenta um gargalo logo que o software inicia e demora mais do que o habitual para iniciar. Sem falar que eventualmente ocorreram crashes enquanto eu jogava; foi apenas duas vezes, mas o suficiente para tirar a graça da jogatina, principalmente porque eles aconteceram assim que eu concluí um estágio do modo desafio.

Destrua tudo o que vir pela frente

Apesar de os gráficos não serem estonteantes e a interface dos menus apresentar problemas de navegação, a jogabilidade é um forte incentivo para continuar tentando concluir pelo menos a campanha principal.

Mesmo que SYNTHETIK: Ultimate tivesse a sua narrativa totalmente descartada, ele não perderia em nada o seu brilho, porque a maior qualidade do título é o foco em destruir tudo o que estiver na sua frente. A vasta quantidade de armas e classes já são o suficiente para proporcionar horas de diversão a qualquer jogador.

Prós

  • Jogabilidade convincente;
  • Ambientação retrofuturista bem construída;
  • Enorme variedade de armas;
  • A dificuldade é totalmente customizável.

Contras

  • Interface dos menus confusa;
  • Eventuais bugs que encerram a execução do aplicativo.
SYNTHETIK: Ultimate — Switch/PS4/XBO/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Flow Fire Games

Em constante mudança, escrevo sobre o que gosto e às vezes sobre o que não gosto também.
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