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Análise: LoveChoice (Switch) ensina sobre os altos e baixos do amor

O amor pode machucar e pode não ser aquilo que esperamos, mas é um sentimento único e deve ser vivenciado.

analise lovechoice switch

Quando perguntamos às pessoas o que elas consideram ser o amor, as respostas são muitas. Umas discorrem sobre o amor romântico, outras mencionam o amor fraternal, familiar. A verdade é que existem inúmeros tipos de amor e LoveChoice, uma curta, porém tocante visual novel interativa prova que este sentimento está em todo lugar, basta apenas achá-lo e compreendê-lo.

Afinal, o que é o amor?

Não existe uma resposta concreta que possa descrevê-lo. O amor é um sentimento agridoce, cheio de nuances, que pode acabar em um piscar de olhos. Ou, ainda, pode surgir em um instante, quando ninguém espera.

LoveChoice é uma pequena coletânea com três curtas histórias sobre amizade e amor, encontros e despedidas e confiança no casamento. Cada uma delas possui mais de um final, conferindo ao jogo certo fator de rejogabilidade, embora sua duração total seja de aproximadamente duas a três horas.

Na primeira história, acompanhamos dois participantes de uma edição do Game Jam, evento para desenvolvedores independentes de jogos, que têm a chance de se tornar mais que amigos; na segunda, dois amigos precisam superar a distância que os separa; e, por fim, na terceira narrativa, uma esposa está desconfiada das atitudes recentes do marido e resolve bancar a detetive.

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Mesmo que todos os casais sejam heteroafetivos, as situações apresentadas são tão fiéis às vistas em nosso cotidiano, que não é difícil transportá-las para nossos próprios relacionamentos. Em outras palavras, poderíamos ter casais homoafetivos sem qualquer tipo de ruptura na narrativa como um todo, já que o foco é apenas o relacionamento entre os envolvidos em cada história.

Para fechar este tópico, vale ressaltar que LoveChoice, mesmo que tenha como proposta tentar responder à pergunta “O que é o amor?”, não consegue encontrar uma definição concreta para o sentimento. Isso não quer dizer que o jogo falhe em atingir seu objetivo; pelo contrário, ele consegue ir além e mostrar as diversas facetas que o amor tem ou que possa vir a ter, bem como seus impactos na vida de cada indivíduo.

Mais do que simples escolhas

Como uma visual novel interativa, não é incomum encontrar alguns minijogos durante as narrativas. Muitas vezes, a solução para um final considerado “feliz” está em concluir objetivos que são apontados durante a narrativa — mesmo que uma escolha plausível esteja disponível entre as opções.

Desse modo, o jogador precisa interagir com o cenário, como clicar em objetos ou movimentar os analógicos para mostrar elementos ocultos. Algumas dicas são bastante óbvias, enquanto outras são mais sutis e requerem mais atenção por parte do jogador.


A jogabilidade, porém, é um tanto quanto confusa no Switch — e talvez seja melhor classificada como “mista”. Por ter suporte à tela sensível ao toque do console, alguns elementos são melhor aproveitados dessa maneira; por outro lado, avançar os textos é mais cômodo com os botões físicos. Sendo assim, o recomendável é jogar LoveChoice no modo portátil do Switch.

O ponto forte do jogo é, sem dúvidas, sua apresentação audiovisual. As artes e as escolhas de cores aliadas às músicas contribuem — e muito — com a ambientação e é possível sentir as sensações descritas ao longo do texto. Outro grande trunfo de LoveChoice é a sua acessibilidade, então existe a opção de jogar com uma tradução em português brasileiro, bastante satisfatória por sinal.


Se existe um ponto negativo para o jogo é a curta duração. Com tanto potencial para explorar mais situações relacionadas e/ou causadas pelo amor, o total de histórias poderia ter sido aumentado para cinco ou seis.

Mesmo assim, um pequeno fator de rejogabilidade existe, já que cada final desbloqueado em cada uma das narrativas libera artes que podem ser vistas a qualquer momento. Além disso, ao completar todas as histórias, o jogador tem acesso aos créditos do jogo, durante os quais é tocada uma música que sintetiza as situações apresentadas nas narrativas.

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Apenas o amor pode partir seu coração

O amor é um sentimento que exige concessão por todos os envolvidos, a máxima do dar e receber. Amar alguém significa que, às vezes, é necessário deixar a pessoa amada partir. Também significa confiança e respeito, reconhecer os limites seus e dos outros. São exatamente essas as sensações, as nuances desse sentimento tão complexo, que LoveChoice consegue transmitir em uma visual novel interativa composta por três histórias verossímeis e entregues com uma bonita e imersiva apresentação audiovisual. Porque o amor é doce e amargo ao mesmo tempo.

Prós

  • Histórias tocantes e verossímeis relacionadas ao amor;
  • Diversificação na jogabilidade com minijogos e interação com os cenários;
  • Certo fator de rejogabilidade com diferentes finais e artes extras;
  • Vasta acessibilidade, inclusive com tradução em português brasileiro.

Contras

  • Jogabilidade confusa no Switch;
  • Curta duração, com três horas ao todo.
LoveChoice — PC/Switch/PS5/PS4/XBX/XBO — Nota 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Janderson Silva
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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