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Análise: Badland: Game of the Year Edition (Switch): um lindo e desafiante puzzle

Divertindo mesmo que seus clones morram numa armadilha de espinhos.

em 20/09/2021
Um estranho ser alado voa por uma terra cheia de restos de maquinário pesado. Se encontrar um meio de sobreviver às armadilhas e chegar ao final do cenário, ele é sugado por um cano para a liberdade… ou, na verdade, para o próximo level.


Essa é a proposta básica de Badland, jogo desenvolvido pela Frogmind Games e que chegou recentemente ao Switch em sua Game of the Year Edition. No pacote estão incluídas as melhorias e as adições lançadas ao longo dos últimos anos e que tornaram a experiência mais completa.

Originalmente um título de Android e iOS, desde 2013 o jogo vem ganhando diversos prêmios e elogios da crítica especializada. Desse modo, ganhou versões para praticamente todos os sistemas e consoles. Mas será que vale a pena ocupar espaço na memória do híbrido da Nintendo com um game de 8 anos atrás?

Um voo nada turbulento

Usando o "feitiço contra o feiticeiro"
Badland é um game de progressão lateral cheio de puzzles a serem solucionados rapidamente. O andar da tela acontece em um ritmo bem cadenciado, mas pegar um caminho sem saída ou ficar em dúvida sobre o que fazer pode te fazer ficar empacado e morrer.

Felizmente, há muitos checkpoints espalhados pelos níveis. Assim, o jogo jamais se torna punitivo ou injusto. Como a dificuldade cresce de forma gradual, o incentivo é sempre de seguir em frente e não de tacar o controle na parede.

A jogabilidade, aliás, é simples e eficiente. O botão A bate as asas para voar e o analógico direciona, além disso, o botão X reinicia do último checkpoint a qualquer momento. Os controles são extremamente precisos, essencial para que o título funcione como um todo.

Colírio para os olhos

Uma bela vista para morrer
Ao iniciar a jogatina, uma coisa fica clara: Badland não aparenta ter quase dez anos. Os gráficos estão completamente atualizados, com efeitos e luzes bem trabalhados. Na verdade, alguém que não saiba da sua data original de lançamento provavelmente jamais diria que esse não é um título de 2021.

Como os estágios estão divididos de acordo com a passagem do tempo (amanhecer, dia, pôr do sol e noite), cada período é bem retratado e abusa dos efeitos de luz do sol. A estrela, aliás, é posicionada de forma que represente o decorrer das horas do dia a cada estágio.

O design simples do personagem controlável é uma boa sacada. Por um lado, isso permite que se aprecie os cenários de fundo, lindamente pintados à mão. Por outro, impede que haja uma poluição visual quando surgem os clones.

Variando o gameplay

Badland possui uma boa variedade de power-ups, sendo o principal aquele que faz clones do personagem e uma forma de se manter vivo diante dos desafios é sacrificando algumas dessas criaturas para passar de uma parte em particular. Mais comum do que conseguir se tornar uma nuvem de seres alados é vê-los sendo massacrados pelo cenário.

Ao final de um estágio, fica registrado o número de cópias usadas para terminá-lo, mas não se trata apenas de usar clones como "corações" ou vidas extras. Em vários pontos é necessário estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo para acionar botões que destravam a passagem.
Será que grande assim consigo passar pela corrente?
Este é um exemplo de como os power-ups não são exatamente opcionais. O level design obriga o jogador a usar com sabedoria os mecanismos de encolher e aumentar de tamanho para acelerar e desacelerar a velocidade, rodopiar ou até mesmo ficar quadrado: tudo para encontrar diferentes maneiras de transpor desafios como serras, labirintos, portais de teleporte, raios laser e muito mais. Isso garante uma excelente variedade na gameplay, fazendo com que o jogo jamais se torne repetitivo.

Conteúdo consistente

Como dito anteriormente, essa GOTY Edition vem com o material adicional desenvolvido ao longo dos últimos anos e o conteúdo está dividido em quatro grupos de estágios: o Dia 1 e o Dia 2, com 40 fases cada, formam a campanha principal. Cabe observar, contudo, que o segundo dia é uma recauchutagem do primeiro, passando a sensação de que poderia existir mais variedade.
Cada cor, um jogador
Já Daydream e Doomsday, com 10 níveis cada, são extras com uma dificuldade muito mais elevada. São cenários mais desafiadores, nos quais é possível conduzir um veículo ou se proteger de raios com uma cauda recém-adquirida.

Além da campanha single player, é possível também enfrentar os desafios cooperativamente com até quatro jogadores. É uma adição interessante e o jogo aguenta o tranco sem queda de framerate apesar da quantidade de clones ocupando a tela. Há também um modo versus, com estágios exclusivos, em que ganha aquele que sobreviver.

Badland: Game of the Year Edition é um jogo desafiador, bem executado, com puzzles inventivos e belos gráficos. Tudo isso em um pacote completo e uma duração razoável, o que evita se tornar cansativo.

Voltando, então, à pergunta lá do terceiro parágrafo: vale a pena ocupar espaço na memória do Switch com um game de 2012? No caso de Badland, com certeza.

Prós

  • Visual bonito e fluido, sem queda na taxa de quadros mesmo com muitos personagens em tela;
  • Jogabilidade diversificada pelos power-ups mantém o interesse e a inventividade;
  • Dificuldade cresce gradualmente na medida certa;
  • Conteúdo extra e multiplayer aumentam a duração do jogo na medida certa.

Contras

  • Similaridade demasiada entre o Dia 1 e o Dia 2.
Badland: Game of the Year Edition - Switch/WiiU/PS3/PSVita/PS4/Xbox One - Nota: 9,5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Thais Santos

Análise produzida com cópia cedida pela QubicGames

Nascido no mesmo dia que Manoel Bandeira (mas com alguns anos de distância), perdido em Angra dos Reis (dos pobres e dos bobos da corte também), sob a influência da MPB, do rock e de coisas esquisitas como a Björk. Professor de história, acostumado a estar à margem de tudo e de todos por ser fora de moda. Gamer velho de guerra, comecei no Atari e até hoje não largo os mascotes - antes rivais - Mario e Sonic.
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