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Análise: Badland: Game of the Year Edition (Switch): um lindo e desafiante puzzle

Divertindo mesmo que seus clones morram numa armadilha de espinhos.

Um estranho ser alado voa por uma terra cheia de restos de maquinário pesado. Se encontrar um meio de sobreviver às armadilhas e chegar ao final do cenário, ele é sugado por um cano para a liberdade… ou, na verdade, para o próximo level.


Essa é a proposta básica de Badland, jogo desenvolvido pela Frogmind Games e que chegou recentemente ao Switch em sua Game of the Year Edition. No pacote estão incluídas as melhorias e as adições lançadas ao longo dos últimos anos e que tornaram a experiência mais completa.

Originalmente um título de Android e iOS, desde 2013 o jogo vem ganhando diversos prêmios e elogios da crítica especializada. Desse modo, ganhou versões para praticamente todos os sistemas e consoles. Mas será que vale a pena ocupar espaço na memória do híbrido da Nintendo com um game de 8 anos atrás?

Um voo nada turbulento

Usando o "feitiço contra o feiticeiro"
Badland é um game de progressão lateral cheio de puzzles a serem solucionados rapidamente. O andar da tela acontece em um ritmo bem cadenciado, mas pegar um caminho sem saída ou ficar em dúvida sobre o que fazer pode te fazer ficar empacado e morrer.

Felizmente, há muitos checkpoints espalhados pelos níveis. Assim, o jogo jamais se torna punitivo ou injusto. Como a dificuldade cresce de forma gradual, o incentivo é sempre de seguir em frente e não de tacar o controle na parede.

A jogabilidade, aliás, é simples e eficiente. O botão A bate as asas para voar e o analógico direciona, além disso, o botão X reinicia do último checkpoint a qualquer momento. Os controles são extremamente precisos, essencial para que o título funcione como um todo.

Colírio para os olhos

Uma bela vista para morrer
Ao iniciar a jogatina, uma coisa fica clara: Badland não aparenta ter quase dez anos. Os gráficos estão completamente atualizados, com efeitos e luzes bem trabalhados. Na verdade, alguém que não saiba da sua data original de lançamento provavelmente jamais diria que esse não é um título de 2021.

Como os estágios estão divididos de acordo com a passagem do tempo (amanhecer, dia, pôr do sol e noite), cada período é bem retratado e abusa dos efeitos de luz do sol. A estrela, aliás, é posicionada de forma que represente o decorrer das horas do dia a cada estágio.

O design simples do personagem controlável é uma boa sacada. Por um lado, isso permite que se aprecie os cenários de fundo, lindamente pintados à mão. Por outro, impede que haja uma poluição visual quando surgem os clones.

Variando o gameplay

Badland possui uma boa variedade de power-ups, sendo o principal aquele que faz clones do personagem e uma forma de se manter vivo diante dos desafios é sacrificando algumas dessas criaturas para passar de uma parte em particular. Mais comum do que conseguir se tornar uma nuvem de seres alados é vê-los sendo massacrados pelo cenário.

Ao final de um estágio, fica registrado o número de cópias usadas para terminá-lo, mas não se trata apenas de usar clones como "corações" ou vidas extras. Em vários pontos é necessário estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo para acionar botões que destravam a passagem.
Será que grande assim consigo passar pela corrente?
Este é um exemplo de como os power-ups não são exatamente opcionais. O level design obriga o jogador a usar com sabedoria os mecanismos de encolher e aumentar de tamanho para acelerar e desacelerar a velocidade, rodopiar ou até mesmo ficar quadrado: tudo para encontrar diferentes maneiras de transpor desafios como serras, labirintos, portais de teleporte, raios laser e muito mais. Isso garante uma excelente variedade na gameplay, fazendo com que o jogo jamais se torne repetitivo.

Conteúdo consistente

Como dito anteriormente, essa GOTY Edition vem com o material adicional desenvolvido ao longo dos últimos anos e o conteúdo está dividido em quatro grupos de estágios: o Dia 1 e o Dia 2, com 40 fases cada, formam a campanha principal. Cabe observar, contudo, que o segundo dia é uma recauchutagem do primeiro, passando a sensação de que poderia existir mais variedade.
Cada cor, um jogador
Já Daydream e Doomsday, com 10 níveis cada, são extras com uma dificuldade muito mais elevada. São cenários mais desafiadores, nos quais é possível conduzir um veículo ou se proteger de raios com uma cauda recém-adquirida.

Além da campanha single player, é possível também enfrentar os desafios cooperativamente com até quatro jogadores. É uma adição interessante e o jogo aguenta o tranco sem queda de framerate apesar da quantidade de clones ocupando a tela. Há também um modo versus, com estágios exclusivos, em que ganha aquele que sobreviver.

Badland: Game of the Year Edition é um jogo desafiador, bem executado, com puzzles inventivos e belos gráficos. Tudo isso em um pacote completo e uma duração razoável, o que evita se tornar cansativo.

Voltando, então, à pergunta lá do terceiro parágrafo: vale a pena ocupar espaço na memória do Switch com um game de 2012? No caso de Badland, com certeza.

Prós

  • Visual bonito e fluido, sem queda na taxa de quadros mesmo com muitos personagens em tela;
  • Jogabilidade diversificada pelos power-ups mantém o interesse e a inventividade;
  • Dificuldade cresce gradualmente na medida certa;
  • Conteúdo extra e multiplayer aumentam a duração do jogo na medida certa.

Contras

  • Similaridade demasiada entre o Dia 1 e o Dia 2.
Badland: Game of the Year Edition - Switch/WiiU/PS3/PSVita/PS4/Xbox One - Nota: 9,5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Thais Santos

Análise produzida com cópia cedida pela QubicGames

Nascido no mesmo dia que Manoel Bandeira (mas com alguns anos de distância), perdido em Angra dos Reis (dos pobres e dos bobos da corte também), sob a influência da MPB, do rock e de coisas esquisitas como a Björk. Professor de história, acostumado a estar à margem de tudo e de todos por ser fora de moda. Gamer velho de guerra, comecei no Atari e até hoje não largo os mascotes - antes rivais - Mario e Sonic.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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