Primeiras Impressões: Mario Party Superstars (Switch) tem um potencial digno da sua franquia

Confira o nosso contato inicial com este retorno à fórmula clássica de destruição de amizades em forma de party game, ainda sem as disputas online.



A espera está quase no fim! Mario Party Superstars chega amanhã, trazendo uma penca de conteúdo de festas passadas. Com cinco tabuleiros dos três primeiros títulos da franquia e 100 minigames de toda a série principal, a nostalgia bate forte e vem acompanhada de um retorno aos tempos de glória da fórmula Mario Party, antes da trágica mecânica do carrinho e dos controles de movimento.


Tive acesso ao game alguns dias antes do lançamento, o que foi suficiente para conferir um pouco se ele corresponde à expectativa criada desde o seu anúncio em junho. Simbora ver se as farras estão valendo a pena!

Um coquetel de festa com ingredientes antigos e novos

A essa altura, o roteiro de Mario Party é bem conhecido, exceto pelas mudanças implementadas em alguns títulos mais recentes. Temos quatro personagens do universo de Mario e companhia percorrendo um tabuleiro para coletar moedas e usá-las para comprar estrelas, passando por diversos eventos e outras maluquices, incluindo um minigame ao final de cada turno. O jogador com mais estrelas ao final é o vencedor.




Como Superstars é uma celebração desse modelo clássico, com um foco particular na era Nintendo 64, é exatamente isso que a NDcube, responsável pela série desde 2012, procurou resgatar depois de tantas tentativas controversas de alterar uma fórmula assumidamente desgastada. Dessa vez, finalmente dá para dizer que a desenvolvedora japonesa acertou em cheio.

Cada um dos tabuleiros trazidos de volta e retrabalhados captura fielmente o sentimento de jogar um bom e velho Mario Party, ao mesmo tempo que a ambientação moderna herdada de Super Mario Party (Switch) proporciona um salto merecido em termos visuais e de gameplay, com cenários lindos e uma combinação perfeita entre mecânicas antigas e recentes. Toda essa mistura resulta em alguns anacronismos curiosos, como o uso de itens em mapas do primeiro game e Rosalina caminhando por estágios de jogos de uma época na qual ela sequer existia.




Os minigames, que são a outra metade da dupla que faz a máquina funcionar, não ficam para trás. A curadoria feita para determinar quais joguinhos rápidos seriam selecionados reflete a determinação da NDcube em montar uma seleção com quantidade e qualidade.

É praticamente impossível gostar de todos os 100, ainda mais com alguns retornos questionáveis, como os minijogos de girar o direcional analógico, mas ao revisitar alguns clássicos e conhecer tantos outros que eu ainda não tinha experimentado, pude sentir novamente a alegria e a satisfação de triunfar nestas curtas disputas de anos atrás. E tudo pode ser jogado apenas com os controles de botão, o que inclui a possibilidade de usar o Switch Lite pela primeira vez em um Mario Party!

Abrigando esse pacote em um modo paralelo independente dos tabuleiros, está a Montanha Minijogos. Além da opção de jogo livre, podemos escolher entre trilhas de minigames 2 contra 2; 1 contra 3; disputas por quantidade de moedas; minigames de esporte e quebra-cabeças; sobrevivência; e o Desafio Diário, sendo esses dois últimos exclusivamente online.




De maneira geral, a Montanha Minijogos é uma excelente opção complementar para vários gostos, seja você do tipo que prefere os minijogos aos tabuleiros ou que cansou destes, que quer treinar em algum minigame específico, ou que gosta de bater recordes e liderar rankings. Mesmo sem ainda ter tido o prazer, já consigo me ver passando um bom tempo desafiando pessoas do mundo todo.

Uma comemoração por enquanto solitária

Para essa análise inicial e mais superficial, joguei duas vezes em cada tabuleiro no modo principal e experimentei todas as trilhas disponíveis até então na Montanha Minijogos. Como o jogo ainda não está liberado ao público, não foi possível testar o modo online com oponentes aleatórios, já que não há jogadores para procurar partidas. Também por isso joguei as partidas locais contra rivais controlados pela IA.

Com essas restrições temporárias em mente, vamos à minha principal ressalva: jogar Mario Party contra CPUs é uma experiência completamente diferente de chamar os amigos para criar discórdia e rir de toda a bagunça que acontece em uma partida, tanto pela diversão quanto pelo lado humano em contraste a como um bot atua.




Dito isso, o que muda ao competir com personagens controlados pelo próprio game? Bom, começando pelo mais óbvio, o fator social é eliminado completamente. Não há aquela zoeira porque um amigo tirou um número baixo no dado e caiu em uma casa ruim, nem a tentativa de papo furado para convencer alguém a não mandar o Boo te roubar, muito menos a discussão acalorada entre colegas de dupla que perderam um minigame 2 contra 2. O gameplay solo é previsivelmente e tortuosamente silencioso.

Algo que não ajuda nem um pouco é a maneira como a IA funciona. Joguei contra oponentes na dificuldade Difícil, apenas uma abaixo do nível máximo, e mesmo assim em todas as 10 partidas eu levei a estrela bônus dada a quem obteve mais vitórias em minijogos. E não só isso: durante as andanças pelo tabuleiro, as CPUs cometem várias gafes de raciocínio que definitivamente não ocorreriam nas mãos de adversários de carne e osso. Pelo menos eles agem instantaneamente, o que fez as jogatinas transcorrerem bem mais rápido do que eu imagino que elas durem com outras pessoas a bordo.

Deixando a IA um pouco de lado, reitero o grande prazer que foi revisitar tabuleiros do período que eu considero de longe o melhor de todos os 23 anos de Mario Party. Um gameplay simples e direto ao ponto, com mudanças pontuais que melhoraram exponencialmente a experiência em relação ao seu antecessor, serviu para me deixar ainda mais empolgado do que já estava para desfrutar dessa volta ao passado com as amizades e com desafiantes ao redor do mundo.




Outro detalhe que eu já posso adiantar é o maravilhoso (e inédito em consoles da Nintendo) trabalho de localização para o português brasileiro. Dos nomes de tabuleiros, personagens e minigames à dublagem em PT-BR, tudo está imaculadamente bem-adaptado ao nosso idioma, facilitando principalmente na compreensão de texto para quem não domina o inglês. Como não amar a criatividade de minijogos como Pulabareda, Pinguimpurra, Escapágina, Bomba Gira e Pinga em Mim, só para citar alguns? Ir descobrindo essas pérolas já é um deleite por si só.

Já vai reservando o seu convite

Mesmo sem ter contato com jogadores humanos aleatórios e amigos, que são a alma não só de Mario Party, mas de qualquer party game, Mario Party Superstars já caiu no meu gosto como um dos melhores — se não o melhor — títulos da franquia nos últimos anos. Já consigo prever muuuuuitas horas de risadas e bate-bocas acalorados com a galera, e muitos momentos de competitividade individual nos rankings online.

Essas foram apenas as minhas impressões iniciais. Fiquem de olho, que a análise completa de Mario Party Superstars vem muito em breve. Nos vemos lá!

Revisão: Diogo Mendes
Texto produzido com cópia digital cedida pela Nintendo

Apaixonado por jogos desde criança, principalmente pela Nintendo. Seja Indie ou AAA, os videogames vão estar sempre no meu coraçãozinho, com um espaço especial para multiplayers!
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