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Análise: Barry the Bunny (Switch) é uma simpática e colorida aventura Indie

Cores, coelhos e desafios — um Indie despretensioso, mas que garante algum tempo de diversão.

Em mais um lançamento publicado pela Ratalaika Games, Barry the Bunny (Switch) é um jogo de plataforma 2D, em que você se aventura por um vasto mundo colorido na pele do protagonista que leva o nome do título: Barry, o coelhinho, em bom português. Sem muita complexidade, nem pretensões, o jogo é um bom passatempo de preço acessível, mas que não impressiona em nada.

Um conto de coelhos e cenouras

Barry não foge nada do estereótipo, sendo amante de cenouras e de construir pontes, vivendo uma vida tranquila e pacata com os demais cuniculares. Certo dia, no entanto, o Overalls Gang decide arruinar as coisas, especialmente as pontes que todos os pequenos coelhinhos querem construir. Assim, Barry deve ir de nível em nível, juntando madeira e reconstruindo as pontes que ele atravessa.

Essa é a premissa de Barry, the Bunny. É um jogo de plataforma bastante direto ao ponto, no qual cada nível tem martelos, cenouras e três pedaços de madeira espalhados ao seu redor – o que você pode reunir, além de funcionar como colecionável.

Os martelos colecionados podem ser utilizados para vencer os inimigos ou detonar os explosivos que estão espalhados por todos os níveis. As cenouras funcionam apenas como pontuação, enquanto as toras de madeira são a matéria-prima para reconstruir as pontes presentes em cada nível.

Os controles são simples: você caminha, monta escadas, lança martelos e pega poções de energia que permitem que Barry aguente mais golpes. Cada poção que você pega rende uma nova peça de roupa, como chapéu ou óculos escuros. Em caso de dano sem nenhuma proteção, você retorna para o início do nível e deve começar tudo novamente.

O game é bastante generoso com tudo que você deve colecionar: qualquer tronco coletado permanece em seu inventário, até mesmo em caso de morte. Portanto, desde que você pegue cada um durante sua jornada, será possível reconstruir a ponte do final do nível e prosseguir com a aventura.  

A dificuldade aumenta gradualmente, com novos inimigos e armadilhas à vista, mas não há muito aspecto de resolução de enigmas no jogo, tratando-se mesmo de um platformer fácil de jogar e tranquilo de terminar. Há alguns níveis cujas plataformas que você quer interagir irão cair ou explodir, dificultando a progressão, mas os desafios não vão muito além disso durante os trechos.

Embora, de fato, possa ser desafiador para poucos, especialmente ao levar em conta que, uma vez que um tronco é recolhido, você não precisa mais recolhê-lo nas próximas tentativas, isso significa que o jogo se tornará bastante supérfluo. E o pior é que tudo isso acontece em um ritmo bastante rápido.

O jogo ainda conta com um sistema de conquistas que irão atiçar a vontade do jogador para reunir todos os três pedaços de madeira de cada nível. Mas todas as conquistas em Barry, the Bunny, podem ser terminadas dentro dos primeiros 26 níveis do jogo, ou seja, é um prato cheio para os completionists de plantão.

Ao final de alguns trechos da história, há um nível de perseguição em que um dos membros da Overalls Gang o perseguirá, ao passo que você tenta se afastar deles o máximo possível. Estes são os momentos em que o jogador é mais exigido e, talvez, por isso, são os de maior afinidade e desafio de todo o game. Esses trechos também são fáceis de terminar, mas acrescentam alguma variedade ao jogo, ainda que estejam presentes em pequenas quantidades.

O estilo de arte escolhido casa com o tom da aventura e é, sem dúvidas, bastante harmonioso acompanhar os vários tons e cores em um cenário que transita bem do 8 ao 16 bits. No quesito musical, não ajuda que a música permaneça quase idêntica durante todo o game – mas os ritmos certamente ficarão presos na sua cabeça em algum momento (ainda que nada de fato memorável esteja presente nos ritmos e tons cuniculares).

O quê que há, velhinho?

De modo geral, Barry the Bunny (Switch) pode ser terminado em menos de duas horas, especialmente se você estiver se esforçando para apressar as coisas sem colecionar tudo, ou esteja totalmente dedicado ao jogo por uma tarde.

Se você é um completionist ou mero caçador de conquistas, o jogo pode fazer bem ao seu ego, justamente pela facilidade de terminá-lo com o medidor em 100%, mas sem reais dramas ou desafios na jornada dos coelhinhos. 

Não há nada de errado com a jogabilidade, ou com o título em si, desde que se entenda que é apenas mais um "joguinho" indie simples, básico e típico da Ratalaika Games para gastar algumas horas com irmãos mais novos, primos ou quem possa desfrutar de uma pequena aventura colorida na terra dos coelhinhos.

Prós

  • Jogabilidade fluida e responsiva;
  • Cores agradáveis casam bem com a proposta do game;
  • Diverte e funciona como um bom passatempo.

Contras

  • O jogo raramente apresenta algum grau real de dificuldade;
  • É um jogo de duração extremamente curta e que não deixa saudades;
  • A narrativa é simplista demais e inconclusiva.
Barry the Bunny— Switch — Nota: 7.0
Revisão: Janderson Silva
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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