Jogamos

Análise: Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX 2 (Switch) é um excelente plataforma de ação para novatos e veteranos

Novo jogo da franquia Gunvolt continua o excelente trabalho em fornecer uma experiência de ação boa tanto para jogadores casuais e experientes.

A Inti Creates já é uma empresa de longa experiência em jogos 2D de ação, tendo trabalhado, por exemplo, em Mega Man Zero e ZX. Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX 2 é o mais novo título da desenvolvedora, servindo como um novo spin-off de Azure Striker Gunvolt, com Copen como protagonista. Assim como foi o caso de Gunvolt 2 e Luminous Avenger iX, a obra consegue fazer uma difícil ponte entre um sistema técnico demais e uma experiência de ação casual que vale a pena para qualquer jogador.

Um outro mundo em ruínas

Em Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX 2, Copen acaba indo parar em um outro mundo junto com sua parceira IA Lola e Kohaku. Para poder voltar para casa, ele terá que ir a uma grande torre chamada Pilar do Sepulcro em busca de informações. Porém, o caminho não será simples já que o lugar é protegido por robôs trabalhadores que aguardam a volta dos humanos.

Como a obra se passa nesse contexto bastante específico, conhecimentos anteriores não são necessários para aproveitar a história. A narrativa em si é simples, porém bem conduzida, levantando elementos de lore sem tirar o foco da ação. Vale destacar que, assim como seus antecessores, Luminous Avenger iX 2 conta com legendas em português. No geral, essa opção é uma boa pedida se tratando de uma tradução de boa qualidade, mas há alguns errinhos raros e inconsistências (especialmente no manual e textos de menu). O áudio conta com opções de japonês e inglês.

Em termos do gameplay, Luminous Avenger iX 2 traz algumas mudanças em comparação com os jogos anteriores. Porém, é particularmente notável que a obra busque fazer uma ponte entre jogadores mais casuais e aqueles que gostam de se aprofundar nos aspectos mais técnicos do gameplay. Para oferecer uma experiência que pode agradar a ambos, a série costuma utilizar elementos de risco e recompensa nas suas mecânicas.

Vale destacar que especificamente no caso do novo jogo, temos um sistema de dificuldade um pouco diferente do usual. Inicialmente temos o que pode ser considerado um modo normal, cuja dificuldade é bem baixa e conta com um sistema de curas infinitas. Após pegar todos os emblemas bônus das fases e ir a uma área específica do fim do jogo, é liberado um Modo Difícil em que há apenas três vidas, não há curas e qualquer dano recebido acaba com os kudos.

Com isso, ao invés de oferecer as dificuldades desde o início, o jogo oferece ambas como modos separados. O resultado pode ser um tanto desagradável para alguns jogadores, especialmente aqueles que já gostariam de explorar a dificuldade mais alta desde o início para testar suas habilidades. Também pode ser um incômodo para jogadores que queriam liberar o final verdadeiro, mas eles precisarão se esforçar mais para isso, já que ele só pode ser obtido terminando o Modo Difícil.

Sobre riscos e recompensas

Copen é um personagem bastante ágil, capaz de realizar manobras acrobáticas ao se movimentar rapidamente pelo ar. Ele conta com duas armas básicas: o já tradicional Bullit Dash e o novo Break Shift. A primeira permite acertar os inimigos com várias balas após acertá-los com um dash aéreo (para fazer a mesma coisa no chão, é necessário ter liberado um talento usando os cristais obtidos nas áreas). Já a segunda é um ataque de curta distância ideal para se usar no chão.

A cada inimigo derrotado, Copen irá ganhar kudos e, ao chegar nos 1000 pontos, liberará a habilidade de Sobrecarga da Lola. Com ela ativa, o personagem perde restrições de movimentação, como a sua incapacidade de fazer mais do que um dash aéreo por vez, ao contrário de jogos anteriores. Já totalmente liberado, ele se torna um monstro e é muito bom controlá-lo.

Porém, como mencionei anteriormente, a franquia Gunvolt se baseia no conceito de risco e recompensa, então o jogador precisa realizar escolhas ao longo da fase. Para ativar os checkpoints das áreas e para poder curar Copen, os kudos são convertidos em pontuação da fase. Com isso, a habilidade de Sobrecarga é desativada e os bônus referentes aos kudos serão reduzidos. Ou seja, o ideal é evitar checkpoints completamente caso o jogador queira um ranking alto ao final da fase.

Conforme avança pelas fases, o jogador enfrentará uma variedade de chefes, cada um com seus padrões próprios e um golpe especial ao chegar próximo do fim da vida. Derrotá-los libera uma nova arma EX, cujas aplicações incluem não apenas o dano em combate como também interagir com determinados elementos das fases. Por exemplo, com a Carga Apocalíptica totalmente carregada, é possível quebrar até mesmo os blocos de gelo mais resistentes.

Após o final do jogo, são liberadas fases que contém apenas cada chefe isoladamente e áreas de boss rush. Dessa forma é possível brincar com derrotá-los o mais rápido possível. Fundamental para isso é o domínio das suas fraquezas, já que armas EX específicas podem fazer com que seja consideravelmente mais rápido derrotá-los.

Também gostaria de destacar a alta qualidade sonora e visual do jogo. Os cut-ins dos ataques especiais possuem pequenas animações que são muito boas de ver, os designs de personagens e os sprites são bem vibrantes, assim como os cenários que possuem áreas bem diferentes e únicas. Em particular, é interessante destacar como não há nenhum problema de sobreposição ou algo que atrapalhe a visibilidade das fases, se tratando de um jogo estiloso sem nenhum elemento supérfluo na interface ou no level design.

No aspecto sonoro, cada vez que a Sobrecarga é ativada, uma canção da Lola é tocada. É possível restringir para aquelas que o jogador prefere dentre as já desbloqueadas, porém, a princípio, elas são escolhidas aleatoriamente. Cada área também possui sua própria trilha instrumental, que é empolgante para a exploração.

Um dos ápices da ação 2D

Vendido como um “novo ApeX” da ação 2D, Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX 2 é realmente uma obra de altíssima qualidade do gênero. Apesar da dificuldade inicialmente baixa e do sistema de cura infinito talvez incomodarem alguns veteranos, trata-se de um título que consegue oferecer ação frenética e permitir que qualquer jogador aproveite bem as suas belíssimas fases do seu jeito. É uma obra que já nasceu um clássico.

Prós

  • Sistema de risco e recompensa com o gerenciamento de kudos e cura;
  • Copen tem uma movimentação ágil e responsiva, capaz de realizar proezas acrobáticas com facilidade;
  • Trilha sonora de alta qualidade com músicas especialmente cativantes ao atingir a Sobrecarga;
  • Arte vibrante com áreas bastante diferentes umas das outras e personagens bem animados;
    História simples e bem conduzida;
  • Boss rush e combates individuais liberados após terminar o Modo Normal.

Contras

  • A necessidade de desbloquear o Modo Difícil pode ser um incômodo para veteranos que gostariam de ter suas habilidades testadas desde o início;
  • Alguns pequenos e raros erros na tradução para o português.

Gunvolt Chronicles: Luminous Avenger iX 2 — Switch/PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 9.0
Versão utilizada na análise: Switch

Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Inti Creates


é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google