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Análise: Sam & Max: Beyond Time and Space (Switch) é um clássico atemporal bem humorado

A remasterização do clássico jogo de aventura é uma experiência cativante cheia de carisma.

Sam & Max: Beyond Time and Space
é uma edição remasterizada do jogo de aventura desenvolvido pela Telltale Games e lançado de forma episódica no PC entre 2007 e 2008. Criado por Steve Purcell, o universo da obra é explorado em uma franquia multimídia norte-americana que também inclui um desenho animado e revistas em quadrinhos.

Beyond Time and Space é o terceiro jogo da franquia, dando continuidade a Sam & Max Save the World. Apesar da história ter várias referências a eventos do passado dos personagens principais e secundários, gostaria de destacar que é fácil aproveitar a obra sem nenhum conhecimento prévio.

As aventuras dos policiais freelance

Tudo começa com Sam e Max em um dia comum de trabalho. Ou pelo menos seria um dia comum caso um robô gigante não aparecesse do nada para destruir o escritório e redondezas. A partir daí, eles embarcam em cinco aventuras loucas que incluem um passeio pelo Polo Norte, uma viagem para uma ilha tropical com um vulcão em erupção e um tempinho no inferno.

Com muito bom humor, o jogo conta com histórias bem divertidas de acompanhar. Sam e Max sempre têm alguma piada para fazer e os personagens secundários também têm um grande carisma. As situações apresentadas são muito exageradas, apelando para elementos nonsense ao mesmo tempo em que os diálogos incluem comentários da realidade que fazem os protagonistas parecerem humoristas de stand up.

Sem entrar em muitos detalhes sobre os casos, vale destacar que cada história brinca com conceitos de tempo e espaço de forma bem curiosa. Além dos cenários variados que já mencionei, isso impacta também na resolução dos casos. Aspectos do passado e do futuro dos personagens acabam se tornando fundamentais na trama.

Confesso que não tinha jogado o antecessor, Save the World, antes. É fácil perceber que certos aspectos da narrativa advém dele. Porém, isso não se torna um problema na hora de aproveitar a história e as situações absurdas em que Sam e Max se envolvem.

Apontando e clicando no Switch

Sam & Max: Beyond Time and Space é um jogo de aventura no formato point-and-click. Isso significa que o jogador precisa interagir com os objetos do cenário para avançar na trama. Determinados itens se tornarão parte do inventário e precisarão ser usados em combinação com outros elementos dos cenários disponíveis durante aquele trecho da história.

Um detalhe que ajuda bastante o jogador é o fato de que é possível apertar L para destacar objetos com os quais é possível interagir. Além disso, os controles incluem as opções de: movimentar Sam com o direcional esquerdo e interagir com o A; usar o direcional direito para ir de um item a outro rapidamente; apertar o objeto diretamente através da touchscreen. Caso a movimentação de Sam seja muito lenta, o ZL serve como botão de correr.

Em termos das interações com itens, vale destacar que, dependendo do posicionamento deles no cenário, é possível encontrar um bug. É um caso raro, mas quando isso acontece, o jogador pode ter dificuldades em interagir com alguns objetos com Sam andando além do necessário. Esse defeito de encontrar a posição do objeto é um incômodo leve e basta tentar interagir novamente.

Apesar de obter vários itens ao longo do jogo, um objeto que está sempre com Sam é a sua pistola. Ela pode ser usada para atirar em vários objetos e pode ser bastante útil em alguns momentos. Além disso, dois minigames envolvem o seu uso para atirar em ratos. Outros envolvem o uso do seu carro para obter itens. É possível tirar a obrigatoriedade de realizar minigames nas configurações para poder focar estritamente no gameplay point-and-click.


Potencialmente o aspecto mais negativo do jogo na minha opinião é o sistema de dicas. O gênero é conhecido por ter momentos em que é fácil ficar perdido sem saber como avançar. Por conta disso, vários títulos implementam métodos para auxiliar o jogador a descobrir o que fazer.

No caso de Beyond Time and Space, o sistema de dicas é automático, dando pistas assim que ele detecta que o jogador não sabe o que fazer. Para evitar que isso estrague a experiência, é possível customizar a frequência com que esses textos devem aparecer. Uma das opções inclusive é eliminar completamente essas mensagens.

Porém, mesmo com a frequência mais alta, a detecção nem sempre é tão boa, podendo levar o jogador a ainda se sentir totalmente perdido em algumas ocasiões. Além disso, vale destacar que as dicas tentam ser mais sutis, mas isso seria uma coisa boa caso o jogador pudesse simplesmente chamar a dica quando quisesse apertando um botão, por exemplo.

Por fim, vale destacar que em termos gráficos e sonoros o jogo é bastante competente. A remasterização foi muito bem feita, e graças a isso, a experiência parece ser de um título totalmente inédito para quem não chegou a explorar o original. Em termos de línguas, Beyond Time and Space infelizmente não tem legendas em português, contando com opções de inglês, espanhol, italiano, francês e alemão. As vozes são exclusivamente em inglês.

Um clássico atemporal


Se eu tivesse que descrever Sam & Max: Beyond Time and Space em uma frase curta, provavelmente seria “um clássico atemporal”. Com altas doses de humor que vai do nonsense ao estilo norteamericano de stand up, a obra é profundamente cativante e carismática. Com uma remasterização competente e apenas alguns pequenos problemas, a experiência vale muito a pena no Switch.

Prós

  • História bem-humorada com situações inusitadas;
  • Personagens carismáticos;
  • Variedade de cenários e boa exploração do tópico viagem no tempo;
  • Remasterização gráfica e sonora competente.

Contras

  • Sistema de dicas não pode ser ativado manualmente;
  • Um bug pode complicar a interação com alguns objetos em raras situações.
Sam & Max: Beyond Time and Space — Switch/PC/XBO — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Skunkape Games


é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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