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Análise: Picross S7 (Switch) traz mais puzzles em uma nova edição conservadora

O suporte a comandos via tela de toque é a principal inclusão da décima entrada da série de puzzles.


Desde o primeiro jogo no Game Boy, a série Picross recebeu inúmeras versões em diferentes sistemas da Nintendo. Picross S7 é o décimo título da franquia no Switch e oferece mais de 450 puzzles espalhados em diferentes modos. A grande novidade de S7 é finalmente a inclusão de controles via tela de toque no modo portátil, um recurso amplamente requisitado pelos jogadores por anos. Fora isso, a estrutura se mantém intacta e não há inclusões significativas em relação aos anteriores, o que não chega a ser um problema dada a solidez das mecânicas dos quebra-cabeças.

Números e espaços em quebra-cabeças lógicos

O objetivo nos puzzles de Picross é colorir espaços para revelar uma imagem pixelizada escondida em uma malha quadriculada. Para isso, as extremidades da área de jogo contam com números que indicam a quantidade de quadrados consecutivos presentes naquela linha ou coluna. Com essas informações, em conjunto com raciocínio lógico, observação e um pouco de experimentação, conseguimos encontrar as soluções dos quebra-cabeças.

Um 4 na extremidade, por exemplo, indica que há uma sequência de quatro blocos em algum lugar da fileira. Já mais de um dígito aponta a presença de diferentes espaços consecutivos, separados ao menos por um bloco em branco. Os números 1 3 2, por exemplo, exigem pintar três conjuntos de espaços com trechos vazios entre eles. É um conceito que parece ser difícil entender, mas na prática é intuitivo.


No começo as regras podem ser intimidadoras, no entanto Picross S7 oferece várias opções para auxiliar os jogadores. Cada modo conta com tutoriais interativos detalhados e há também um menu com dicas. As instruções estão em português do Brasil e às vezes são um pouco confusas, mas suficientes para guiar iniciantes. Além disso, durante as partidas, há diferentes recursos opcionais para ajudar na resolução dos puzzles, como indicar erros ou destacar colunas com marcações contraditórias.

A novidade mais notável de Picross S7 é a inclusão de controles via tela de toque no modo portátil. Com alguns poucos gestos, é possível preencher blocos rapidamente, e as diferentes ações, como marcar um espaço vazio, são alternadas por meio dos botões do console ou por ícones no canto da tela. Resolver os puzzles nessa modalidade é bastante intuitivo, porém não é perfeito: a precisão cai um pouco nos quebra-cabeças maiores, pois os elementos ficam pequenos na tela e não há opção de zoom.



Muitos puzzles, poucas novidades

Mesmo depois de inúmeras versões, a essência meditativa se mantém em Picross S7: é fácil perder a noção do tempo ao tentar resolver os inúmeros puzzles. Particularmente, aprecio a atmosfera relaxante e é viciante ver o desenho tomando forma aos poucos. A progressão da dificuldade é suave e os estágios mais avançados apresentam desafios bem complicados. Assim como seus antecessores, a atmosfera conta com visual e música minimalistas, o que não chega a ser um problema, afinal o foco está na resolução dos puzzles.


Além da modalidade clássica, Picross S7 oferece outros modos com regras distintas. Nos puzzles Mega, alguns números ocupam mais de uma fileira, o que exige raciocínio diferenciado. Já os quebra-cabeças Color contam com blocos de diferentes cores, introduzindo uma camada a mais de complexidade. No modo Clip precisamos resolver pequenos estágios para montar uma figura maior. Por fim, a modalidade Extra nos desafia com puzzles imensos — três deles, inclusive, só podem ser acessados ao ter armazenados no console dados de jogos anteriores da série. No total, há 485 puzzles para resolver.

S7 é o décimo título da franquia no Switch, mas ele poderia facilmente ser confundido com qualquer um de seus antecessores. O motivo disso é a ausência de novidades significativas fora a inclusão de controles via tela de toque — até mesmo a interface está basicamente intocada. O conservadorismo não chega a ser um grande problema, pois as mecânicas são sólidas, mas não faria mal algum a inclusão de mais recursos (como uma opção para desfazer as últimas ações). Por causa da sensação de mais do mesmo, aqueles que jogaram os títulos anteriores talvez não vejam motivos para se aventurar em S7.



Tradicional e envolvente

Picross S7 oferece uma experiência vasta e viciante para aqueles que apreciam puzzles lógicos. O conceito principal de Picross é explorado em uma seleção diversa de quebra-cabeças, com direito a alguns modos com regras levemente diferentes que ajudam a trazer diversidade. A adição de controles via tela de toque tornam as partidas bastante ágeis, por mais que essa opção seja um pouco imprecisa nos quebra-cabeças maiores. A ausência de novidades notáveis em relação aos anteriores pode incomodar, porém a grande quantidade de conteúdo é capaz de compensar esse problema. No mais, Picross S7 é mais uma entrada sólida na série.

Prós

  • As mecânicas de Picross continuam oferecendo regras simples e com diferentes níveis de dificuldade;
  • Vasta quantidade de conteúdo espalhada por diferentes modos de jogo;
  • Inclusão de comandos via tela de toque torna mais ágil a resolução de puzzles;
  • Localização em português e opções de assistência deixam o título acessível a diferentes níveis de jogador.

Contras

  • Ausência de novidades significativas em relação aos anteriores;
  • Comandos via tela de toque às vezes são imprecisos em puzzles grandes.
Picross S7 — Switch — Nota: 9.0
Revisão: João Pedro Boaventura
Análise produzida com cópia digital cedida pela Jupiter

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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