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Análise: Super Onion Boy 2 (Switch) é mais uma simpática aventura de plataforma Indie

Jogue como uma cebola e traga sempre uma nova camada a sua aventura.

Em um mundo em que jogar videogames está cada vez mais popularizado, seja com aplicações em dispositivos móveis, softwares de computador ou mesmo em consoles dedicados, é nítido que a complexidade nos títulos tem sido um fator cada vez mais presente.

Super Onion Boy 2 (Switch), no entanto, vai na contramão dessa tendência da indústria. Desenvolvido pela Powerslash Studios e publicado pela Ratalaika Games, o jogo é um título de plataforma de aventura como aqueles mais simples que muitos passavam horas se divertindo em sites de jogos baseados na tecnologia Flash. 

Com um visual bastante alegre e colorido, o jogo traz uma história que apenas “tapa buraco” e foca-se mesmo em uma jogabilidade que agrada e diverte — e afinal, há algo de errado com apenas isso?

Hmm… acho que já vi isso antes

No primeiro momento, o jogo pode parecer apenas mais um jogo de plataforma genérico, como tantos que possuímos desde o início da indústria. Durante os diferentes níveis da aventura, no entanto, as inspirações óbvias em Super Mario, Kirby e qualquer outro título de plataforma da era 16 bits, os elementos musicais e a falta de qualquer sinal de inovação que dê personalidade ao game não são o suficiente para alterar a percepção inicial e apenas reforçam: é mais um jogo de plataforma genérico mesmo.

Não é nenhuma ousadia esperar que muitos jogos Indie sejam apenas projetos bastante simples, nascidos a partir de alguma pequena ideia ou mecânica interessante ou mesmo apenas em alguma demanda reprimida por parte da equipe de desenvolvimento. 

O problema, muitas vezes, é que a grande maioria dos jogos carece de qualquer conteúdo que movimente a indústria, que faça valer o esforço no desenvolvimento e, principalmente, que torne o seu jogo diferente dos vários demais já disponíveis.

A história que existe apenas por existir

Em Super Onion Boy 2, você controla um jovem herói cebola que deve resgatar seus amigos de um chefe malvado. Esse ser maligno possui poderes psíquicos e um desejo pelo mal interminável, ou seja, a sua única motivação é o mal puramente pelo próprio ato da malvadeza.

Enquanto se atreve a finalizar cada estágio, você deve superar inimigos e obstáculos em seu caminho, com elementos básicos de plataforma para progredir em sua aventura:  isso envolve pular para diferentes superfícies, entrar em canos, nadar e quebrar blocos e caixas espalhados por todo lado. Ao longo do percurso, você deve reunir moedas, power-ups e vidas extras. Sim, você já viu isso antes — e não foram poucas vezes.

Em seus momentos de maior diversidade na jogabilidade, o personagem incorpora um mago do gelo, um ninja e pega carona em bolhas flutuantes. Cada “transformação” permite que você derrote seus inimigos com facilidade, ou que atravesse o nível sem problemas e servem bem como elemento de mudança de gameplay.

No desenrolar da história, você já sabe o que esperar: monstros que rastejam, inimigos voadores, baús com itens e dicas para puzzles; tudo aqui é intensamente previsível e não apresenta qualquer elemento de surpresa até que finalmente, conseguimos derrotar o grande mal e somos felizes para sempre — ou ao menos até a saída da terceira entrada.

Quem gosta, gostará

Num balanço geral, se você ama a estética retrô, tão em alta nos dia de hoje, então você certamente gostará de Super Onion Boy 2. A música harmonizada em 8-bits é alegre e traz energia que combina com o visual. Ademais, sua pixel-art e sua jogabilidade à lá anos 90 modernizada pode entreter aos fãs de games da época, consagrada por grandes títulos do gênero, assim como os amantes da estética de títulos do Game Boy Advance. 

Ao pouco que se propõe, o jogo é bastante competente. As habilidades são utilizadas de maneira inteligente e a busca pelos colecionáveis torna a aventura razoavelmente desafiadora, principalmente para os “platinadores” de plantão, que apesar de não encontrar tanto conteúdo aqui, são oferecidas algumas opções desde o primeiro nível.

Talvez o ponto alto de Super Onion Boy 2 é a maneira simples e direta que conduz seus controles. É tudo extremamente simples e que requer pouco esforço para dominar todos os comandos, o que, aliado às constantes promoções dos games publicados pela Ratalaika Games, fazem deste jogo um ótimo passatempo que também não incomoda aos bolsos, quase como um título “plug-n-play”.

O garoto-cebola 

Apesar de deixar a desejar no quesito originalidade, Super Onion Boy 2 é um jogo extremamente simples e divertido, que é capaz de colocar bons sorrisos em seu curto tempo de jogo. O game não te prenderá por muito tempo e certamente não tem muito o que se fazer a não ser completar todos os estágios com a pontuação máxima possível, mas a jornada até o final é uma experiência leve e capaz de se tornar uma aventura com boas camadas de diversão.

Mais um título para conta das capas-bizarras publicadas pela Ratalaika Games.

Prós

  • Extremamente simples de se jogar;
  • É competente em tudo que se propõe, principalmente na estética;
  • Transformações fazem a jogabilidade deixar de ser apenas mais do mesmo.

Contras

  • Nenhuma inovação em relação a todos os demais jogos do gênero
  • História boba e que não agrega em nada;
  • Falta de identidade própria.
Super Onion Boy 2 – PS4/PS5/PC/XBX/XBO/Switch – Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Diogo Mendes
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Curioso, empolgado e positivo: os ingredientes ideais para criar o Felipe perfeito...ou quase! Estudante de Engenharia no crachá, programador aos fins de semana e designer às quintas-feiras. Na dúvida, viajar pelos mundos de Kingdom Hearts ou caçar monstros em Hyrule são sem dúvidas uma boa aposta! Conheçam-me! @felipe_lemos12
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