Análise: The Last Friend (Switch) não só ladra como também morde, atira e explode!

Há tantas razões para amar os cachorros que poderíamos falar um dia inteiro e ainda iriam faltar adjetivos. Conhecidos por seu companheirismo e bondade, eles são criaturinhas adoráveis, afetuosas, brincalhonas e incondicionalmente leais com seus companheiros humanos.

Por conta disso, nossos amigos de quatro patas são companheiros e protetores perfeitos, e isso foi mostrado com maestria pelos desenvolvedores Stonebot Studio e Ludus Games ao criarem The Last Friend.

Aqui comandamos Alpha e seu parceiro T.Juan em busca de seus amigos caninos. Se você acha que já viu de tudo, é porque ainda não viu nada. Torres mecânicas controladas por cachorros são reais na terra após nosso planeta se transformar em uma grande deserto. Pronto para o desafio? Então, bora acabar com os inimigos porque o crime não cãopensa. Boa leitura!

Who Let The Dogs Out?

Em The Last Friend nós controlamos Alpha, um homem de poucas palavras mas de bom coração. Prova disso? Quando a terra foi abrasada e virou um grande deserto pós-apocalíptico, ele estava dirigindo seu trailer e avistou uma caixa de papelão. Dentro dela havia um cão da espécie Chihuahua. Para a surpresa de Alpha, esse cachorro fala e seu nome é T.Juan.

A partir dessa premissa, Alpha e seu inseparável parceiro viajam para libertar outros 40 cães que foram aprisionados por uma gangue ao estilo Mad Max. Cada um dos cachorros possui habilidades únicas e que, em algum momento da aventura, poderemos utilizá-las contra os bandidos.

O padrão do jogo é de Tower Defense, ou seja, hordas de inimigos aparecem no começo do turno e seu objetivo é impedir que os malfeitores cheguem até o trailer. No entanto, o game não é somente de defesa: Alpha também pode atacar os adversários no estilo Beat-em-Up, com diversos movimentos e habilidades.

Ao todo, são quatro regiões diferentes com diversas fases para completar, e por consequência, diversos cães para resgatar. Espalhados pelo mapa, há locais em que podemos melhorar nossas torres, alimentar nossos amiguinhos e, por que não, descansar e curtir uma noite de lua cheia com os doggos?

Exército K9

Como todo bom Tower Defense, temos uma variedade de estruturas e cada uma possui uma habilidade ou função diferente. Em The Last Friend, as torres são os próprios cachorros, a começar por T.Juan, que dispara projéteis simples em uma rota. Aliás, o game possui uma grande similaridade com o título Plants Vs. Zombies, pois é dividido em três (ou mais) rotas, e os inimigos surgem da direita para a esquerda.

Ainda que haja diversos cachorros para resgatarmos, nem todos são torres: há aqueles que funcionam como habilidades especiais de Alpha, e que, quando equipados, ativam certos efeitos como cura gradual ou aumento de dano com base na vida perdida. Em determinados cenários, há uma indicação sobre qual canino é recomendado.

Para ativarmos nossas torres, temos os scraps que caem dos adversários derrotados, permitindo a criação de novas torres. Antes de cada nova horda, se optarmos por iniciar bem rápido, um bônus maior de peças é concedido, embora a situação em campo possa não ser das melhores.

Conforme progredimos na história, melhorias podem ser compradas com biscoitos de cachorro, concedidos nas fases após satisfazermos certas condições. A cada melhoria, mais biscoitos são exigidos. No entanto, os benefícios são incríveis e auxiliam os jogadores que pouco jogaram esse estilo de jogo.

Inclusive, o trailer também pode receber melhorias, que afetam diretamente o desempenho das torres. Cada fase possui três missões e uma estrela é concedida após sua conclusão. Ou seja, isso nos força a sempre terminar as fases com 100% das missões finalizadas, assim poderemos melhorar mais e mais o nosso trailer para superar os obstáculos com maior facilidade.

Uma aventura boa pra cachorro

A história de The Last Friend é bem simples: um vilão clássico decide aprisionar cachorros. Ao saber disso, Alpha e T.Juan saem em resgate de seus colegas caninos. Simples, porém cativante. Os gráficos cartunescos combinam com a proposta do game, e com ajuda do motor gráfico em Unity, os combates também são fluídos. Tanto no dock quanto no modo portátil, a performance do jogo não é comprometida.

Como todo jogo de ação, a trilha sonora é parte significativa e aqui temos um bom exemplo de construção musical: nas fases do começo do jogo, não há tanta intensidade. Agora, quando o bicho pega, é nítido que a guitarra trabalha mais do que os outros instrumentos. Mesmo em partes mais tranquilas, a ambientação musical acompanha o cenário em tela.

No final do dia, podemos apreciar nossos marcos na tela de conquistas, que instigam o jogador a continuar jogando para poder desbloquear tudo o que o game oferece. Esse sistema não só aumenta a quantidade de horas finais como também agrada os chamados "completionists", jogadores que não descansam até atingirem o tão sonhado 100% de progresso.

O modo multiplayer local é o famoso “cooperativo de sofá”, permitindo que dois jogadores possam distribuir muitos socos nas rotas. O impacto disso é a dificuldade severamente reduzida, afinal de contas, duas pessoas batendo significa duas vezes mais dano nos inimigos.

Outro detalhe que pode passar é a questão do idioma. Para os falantes da língua inglesa, os trocadilhos bem humorados são ótimos. Contudo, para o jogador que não possui um conhecimento avançado, parte do bom humor é perdido e é quase certo que pulará as cenas para ir direto ao ponto.

The Last Friend

The Last Friend é uma combinação de Tower Defense com elementos de Beat-Em-Up, onde um humano se une a um exército de cães para salvar mais deles. É uma aventura eletrizante , jogabilidade rápida e visuais coloridos. É um pouco fácil demais e limitante, apesar da variedade de cachorros que você encontra ao longo do caminho. No entanto, derrotar inimigos com a ajuda nosso melhor amigo é recompensador.