Blast Test

Fire Emblem Warriors: Three Hopes (Switch) promete pautar conflitos deixados de lado em Three Houses

A demo deixa um gostinho de quero mais na boca e muito suspense no ar.

fire emblem warriors three hopes switch
Quando o primeiro vídeo de Fire Emblem Warriors: Three Hopes foi exibido durante o Nintendo Direct de fevereiro, minha impressão foi de que teríamos uma história parecida com a de Fire Emblem Warriors (New 3DS/Switch), na qual diversos personagens de Three Houses (Switch) se reuniriam para enfrentar uma nova ameaça em Fódlan. Contudo, os trailers que começaram a ser divulgados posteriormente me deixaram com a pulga atrás da orelha quanto à minha percepção inicial.


Eis que, com a demo liberada na quinta-feira passada, pude perceber que o spin-off se aproxima muito mais da proposta de Three Houses do que do primeiro Fire Emblem Warriors. Para evitar spoilers sobre o jogo como um todo — tanto história quanto jogabilidade — focarei nos elementos que mais me chamaram a atenção.

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Semelhante, porém não igual

O início da nova aventura em Fódlan lembra muito a do jogo em que se baseia: derrotamos alguns inimigos iniciais, conhecemos Edelgard, Dimitri e Claude e somos convidados por Alois a conhecer Garreg Mach. A partir daí, a Arcebispa Rhea nos convida a ingressar na Academia, escolher uma das casas e começar nossa vida acadêmica.

Parece igual, mas não é: em Three Hopes, o protagonista é Shez, cuja principal missão é derrotar os mercenários de Jeralt, sobretudo o “Demônio Cinzento”, como tal avatar se refere a Byleth. Além disso, em Garreg Mach, o jogador é um mero estudante em uma das casas, supervisionada pelo Instrutor Jeritza.


Logo na primeira missão, é necessário acabar com os bandidos restantes do grupo de Kostas — sim, ele mesmo, o primeiro “chefe” em Three Houses —  quando é revelado que um grupo de magos misteriosos, liderados por Kronya, raptou Monica, uma estudante da Black Eagles, a mando de Thales. A partir desse ponto, é possível seguir a rota da classe escolhida, cada uma com seus próprios conflitos.

Além da minha surpresa, essa revelação me deixou ainda mais curiosa: e se a história de Three Hopes se passa em outra linha do tempo, na qual os acontecimentos de Three Houses não existem, ou ainda, coexistem? Infelizmente, dada a duração da demo, que só nos permite experimentar os quatro primeiros capítulos de cada rota do novo musou, essa dúvida só será sanada com a versão completa do jogo.

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Um Fire Emblem estilo musou

Diversos elementos de Three Houses estão presentes em Three Hopes, mesmo que com ligeiras diferenças. Enquanto no primeiro Fire Emblem Warriors tivemos a possibilidade de equipar habilidades aprendidas pelos personagens e que seriam ativadas aleatoriamente durante combate — como acontecia em Awakening e Fates —, agora elas são ativadas manualmente, como em outros jogos da série Warriors.

A diferença crucial é que essas técnicas estão atreladas às classes e às armas empunhadas pelos personagens e, quando usadas, reduzem a durabilidade do equipamento em questão. Tais habilidades podem ser trocadas entre si à medida que os heróis as aprendem e muitos dos seus efeitos originais permanecem em relação ao Three Houses — como Grounder sendo efetiva contra inimigos voadores.


Three Hopes também leva a dificuldade a sério, especialmente no modo clássico: se um personagem é derrotado em combate a partir do capítulo 4, ele é dado como morto e não pode mais ser usado pelo resto da campanha. Em Fire Emblem Warriors, em contrapartida, podíamos ressuscitar os abatidos mediante pagamento em Gold.

Por fim, muitas atividades que realizávamos no Monastério, como treinar os personagens e até mesmo dividir refeições com eles, continuam presentes, mesmo que modificadas para ficarem condizentes ao estilo do jogo em questão. E para quem estava se questionando se os estudantes têm acesso a uma árvore de classes vasta, a resposta é sim.

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Algumas inconveniências

Por mais que o jogo, até agora, pareça incrível e prometa diversas reviravoltas a exemplo de Three Houses, este musou apresenta algumas inconveniências. Elas não chegam a atrapalhar a jogabilidade como um todo, mas, infelizmente, não passam despercebidas.

A mais perceptível é uma queda na taxa de quadros em diversas cutscenes, ocasionando um pequeno lag nas animações. Por sorte, o mesmo não acontece durante a ação em si, então não vejo como algo crítico. Porém, é necessário pautar que isso acontece, tanto no modo TV quanto no portátil do Switch.

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A segunda é o infame problema de câmera que existe em diversos jogos do estilo. Após jogar a demo nas três rotas, percebi que isso ocorre quando há muitos inimigos que podem ser selecionados (lock-on) na tela, às vezes ocasionando estranhas angulações. Por sorte, isso é fácil de resolver e não chega a ser um problema crítico tal qual aconteceu em Samurai Warriors 5.

E ainda tem mais

A demo de Fire Emblem Warriors: Three Hopes serve como um tutorial das mecânicas básicas do musou, mas atiça a curiosidade a respeito da trama. Mesmo com algumas pequenas inconveniências, o jogo parece incrível e promete carregar o legado de Three Houses, com todas as características que o classificaram como um dos melhores jogos da franquia de todos os tempos.

Será Byleth apenas antagonista na história de Shez? Poderemos recrutar estudantes de outras casas mais uma vez? Isso só saberemos com o lançamento do jogo, no próximo dia 24 de junho.

Revisão: João Pedro Boaventura

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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