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Análise: Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX (Switch) é um roguelite indie quentíssimo

Resgate os sobreviventes e ache as saídas dentro do limite de tempo.


Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é um roguelite indie de ação em plataformas em que acompanhamos Faísca, uma jovem que decide seguir a carreira de seu pai e se torna bombeira em uma cidade assolada por misteriosos incidentes com fogo. A garota ingressa como recruta no corpo de bombeiros e logo em seu primeiro dia já precisa entrar em ação, demonstrando muito potencial e coragem. 

Enquanto resgata pessoas e animais de prédios e florestas em chamas, algo sombrio  parece estar por trás de tantos incêndios. Nossa heroína conseguirá desvendar o mistério e salvar a cidade, ou será consumida pelas chamas? 

Esse jogo é uma versão aprimorada de Firegirl: Hack 'n Splash Rescue (Switch) lançado em 2021. A versão DX oferece novos inimigos, ambientes retrabalhados, curva de dificuldade rebalanceada e level design aprimorado.

Apagando incêndios

Firegirl é dividido em duas etapas, uma de ação e outra de gerenciamento de recursos. Na fase de ação, o objetivo é resgatar todos os sobreviventes e escapar pela saída de emergência dentro de um limite de três minutos. Nessa etapa, Firegirl assume a forma de um jogo de ação em plataforma em que podemos evitar as chamas saltando-as ou combatendo focos de incêndio com o jato d'água, que também pode ser usado como um jetpack para saltar distâncias maiores.


O desafio consiste em encontrar os sobreviventes que podem estar em qualquer lugar do mapa, normalmente escondidos atrás de portas ou escombros. Faísca pode usar seu fiel machado para derrubar portas e remover obstáculos do caminho. 

Cair de lugares altos ou tocar em chamas reduz um ponto de vida, que são  bastante limitados no início do jogo. O jato d'água também tem restrições, mas pode ser reabastecido em certos locais. 

É possível aumentar o tempo disponível pegando power-ups na forma de relógio, que concedem 30 segundos adicionais. Apagar monstros de fogo também dá alguns segundos extras para a bombeira.


Os estágios são gerados proceduralmente, com variações na ordem das salas e posicionamento de elementos. Depois de várias runs, os ambientes tornam-se familiares, mas como a localização dos sobreviventes e obstáculos sempre muda, a sensação de percorrer os ambientes em chamas com tempo limitado reproduz bem o sentimento aflitivo de atuar como um bombeiro.

A ação acontece em locais como um edifício em chamas, um trem desgovernado, um incêndio na floresta ou num grande shopping. Infelizmente, a quantidade de locações não é muito variada, mas como a disposição das salas é gerada proceduralmente, a sensação de repetição é amenizada.

Há um sistema de medalhas que recompensa o jogador por cumprir certas proezas, como por exemplo eliminar duzentos monstros de fogo em uma única missão. As medalhas podem ser equipadas para garantir vantagens, como aumentar a eficiência do seu equipamento.


Ao final de cada run, ganhamos uma quantia de dinheiro, que depende de quão bem sucedidos fomos na missão. Mesmo que Faísca morra, os sobreviventes resgatados por ela são válidos na contagem de resultados e ela sempre ressurge na base dos bombeiros. Se ela conseguir resgatar todas as pessoas e escapar pela saída de emergência, não arcará com despesas hospitalares.

Faísca conquista fãs toda vez que resgata um sobrevivente, salva um animal ou destrói certos objetos no cenário. Os fãs são muito importantes, pois fazem doações voluntárias quando ela completa uma missão bem-sucedida e esse dinheiro pode ser usado para aprimoramentos.

Administração é fogo

Na fase de administração, podemos adquirir melhorias e novos equipamentos que ajudarão muito no combate aos incêndios. É possível investir em novos acessórios, como roupas de proteção que evitam pontos de dano causados pelo fogo antes que sua vida comece a ser consumida. Machados mais eficientes destroem objetos mais rápido e um machado de gelo consegue apagar focos de incêndio. Com a encanadora podemos aumentar a eficiência do jato d’água e a capacidade do tanque.


No cozinheiro, podemos investir em uma boa alimentação, aumentando os pontos de vida de Faísca. O paramédico também é importante, cuidando dos ferimentos na base dos bombeiros e reduzindo as despesas com o hospital. Aqui também compramos melhorias para kits médicos, consumíveis que restauram pontos de vida durante a fase de ação.

Melhorias para o caminhão de bombeiros aumentam o tempo disponível para completar as missões, pois permitem chegar mais rápido ao local da ocorrência. O líder sindical é um especialista em negociação e pode conseguir mais verbas com a prefeitura e descontos nos preços dos equipamentos. Por fim, a garota do telemarketing pode engajar uma maior quantidade de fãs e fazer campanhas de conscientização para aumentar as doações.

Chamas reluzentes

Firegirl possui um ritmo muito bom, pois mesmo sendo razoavelmente desafiador, sua dificuldade nunca é injusta. Como se espera de um roguelite, você provavelmente morrerá muitas vezes até aprimorar seu equipamento o suficiente para resgatar todos os sobreviventes. Porém cada run te aproximará do objetivo, mesmo aquelas em que Faísca sucumbe às chamas, pois todas as missões rendem algum dinheiro. 


Eu levei aproximadamente nove horas para concluir a campanha, um tempo que considerei bastante adequado. Depois que comecei a jogar para produzir a análise, não consegui largar até terminá-lo, pois as runs são realmente divertidas e você sempre quer farmar um pouco mais para completar a grana que falta para comprar um equipamento novo ou procurar certos itens relacionados à história. O pós-game ainda oferece desafio, pois o jogador fica inclinado a conquistar todas as medalhas do quadro.

Infelizmente, Firegirl apresentou alguns bugs durante o gameplay. Na fase da floresta a câmera ficou descontrolada algumas vezes, distanciando bastante o zoom e tornando a jogatina impraticável. O jogo apresentou queda de quadros severa e travou duas vezes durante o andamento da campanha, uma delas em modo portátil e outra com o Switch instalado na base. Essas falhas pontuais foram resolvidas reiniciando o jogo. 


Os gráficos em pixel art são muito bonitos, com cenários em 2,5 D e efeitos de iluminação avançados. A iluminação das chamas e luzes de neon é particularmente fascinante. A trilha sonora é bastante adequada, empolgando o jogador durante as fases de ação, com bons efeitos sonoros digitalizados que lembram jogos retrô. 

This girl is on fire

Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é um jogo simples e agradável, com um senso de progressão muito bem conduzido e fases de ação empolgantes. Apesar de alguns bugs pontuais, é uma boa recomendação para quem gosta de jogos de ação em plataforma e roguelites dinâmicos.

Prós

  • Fases de ação empolgantes e divertidas;
  • Runs curtas, com duração de três a seis minutos e bastante dinâmicas;
  • Ótimo ritmo e senso de progressão;
  • Belos gráficos em pixel art 2,5 D com efeitos de iluminação avançados;
  • Localizado em português brasileiro.

Contras

  • Queda de performance e travamentos eventuais;
  • Pouca variação de cenários. 
Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX - PS5/PS4/XBO/Switch/PC - Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: João Pedro Boaventura
Análise produzida com cópia digital cedida pela Thunderful

é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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