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Análise: Long Live the Queen (Switch) traz de volta a emoção de escolher sua própria aventura

O jogo mistura aventura textual e simulador e conta com diversos finais.

Long Live the Queen é um caso curioso: seu lançamento original foi em 2012, mas somente em 2022, dez anos depois, o jogo chegou aos consoles pela Ratalaika Games. A aventura textual lembra bastante os livros da série Escolha Sua Aventura, publicados pela Ediouro nos anos 80, e apresenta diversos desfechos — bons e ruins — para a história da nossa protagonista.

40 semanas restantes

A história gira em torno da princesa Elodie, de apenas 14 anos, que está prestes a ser coroada rainha de Nova após a súbita morte de sua mãe. No entanto, sua rotina é baseada em estudos; afinal, a heroína precisa mostrar domínio sobre diversos assuntos para que possa governar como monarca. Durante algumas semanas, ela deve comparecer às aulas durante a manhã e à tarde. Aos fins de semana, finalmente há um descanso e a garota pode explorar o castelo.

É claro que, como futura rainha, muitos nobres e até mesmo bandidos tentarão ganhar vantagem sobre a ingênua princesa. São nessas situações que Elodie deve colocar à prova o conhecimento aprendido e não se deixar ser feita de boba por ninguém.

Simulador com um quê de RPG

Ao todo, Elodie tem incríveis 42 habilidades divididas em 14 categorias. A princípio, as coisas parecem demasiadamente simples, bastando apenas escolher duas dessas proficiências para estudar durante a semana; porém, com o desenrolar da trama, não ser ágil o suficiente pode fazer com que a protagonista tenha o mesmo destino de sua mãe.

Ou ainda: como a princesa participará do baile real se não tiver noções básicas de compostura e dança? Saber o que e quando estudar é a base em Long Live the Queen, mas o que determinará o sucesso — ou o fracasso — da pequena Elodie são as ações escolhidas ao longo dessas semanas.

Essas ações lembram bastante o rolar de um D20 em uma partida de RPG. Se Elodie não tiver conhecimento suficiente em relações externas, como ela passará em um teste que requer negociar com um continente vizinho?


Se isso já soa complexo, ainda existem mais variáveis na equação. Dependendo dos resultados das ações, o humor da futura monarca sofre variações, que também influenciam em seu aprendizado. Ou seja, se ela estiver se sentindo determinada, ganhará bônus ao estudar assuntos relacionados a milícia e magia.

Existem também recompensas por ser diligente nos estudos. Ao atingir 50 pontos nas três habilidades de uma categoria, Elodie ganha uma roupa que aumenta a facilidade em continuar estudando, por exemplo, magia. Saber combinar humor e vestuário é a chave para a proficiência.

Se falhar, refaça a ação

Como é possível deduzir, Long Live the Queen se baseia em tentativa e erro — e talvez em mais erros que acerto. Nem com uma memória de elefante é possível lembrar todas as combinações e respostas necessárias para avançar na trama.

Inclusive, depois de várias campanhas falhas na sequência, passei a salvar o progresso a cada semana para, em caso de um final ruim, eu simplesmente poder refazer a ação e escolher outra alternativa. Long Live the Queen é, em suma, um jogo para exercitar a paciência.

Esse fator pode afastar muitos jogadores, ainda mais se tratando de uma aventura puramente textual (não deixe a arte fofinha te enganar!), e nem mesmo a opção de pular os diálogos já vistos é de muita serventia. Contudo, para quem decidir que quer ver a coroação de Elodie, a história não decepciona em nenhum aspecto.


Entrando no quesito jogabilidade, Long Live the Queen se encaixa muito bem na proposta do Switch. É muito mais prático jogar tocando na tela do que movendo um cursor invisível para escolher as ações. Por outro lado, dada a quantidade de informação ocupando praticamente toda a tela, às vezes chega a ser incômodo depender do modo portátil para jogar.

De resto, temos a máxima do simples, mas eficiente. As artes são cativantes, a trilha sonora não enjoa e o jogo conta com todas as comodidades de uma visual novel: ajustar a velocidade de texto, pular ou não diálogos já vistos, entre outras. Não há localização para o português brasileiro, mas a linguagem é acessível o bastante para não prejudicar a jogatina de quem não tem grande domínio do inglês.

Vida longa à rainha — e à paciência!

Long Live the Queen parece ter sido pensado para o Switch. Além de ter suporte total à tela de toque do console, a jogabilidade é perfeita para quem raramente fica em casa.

Contudo, já fica o aviso: a aventura de Elodie é fortemente baseada em tentativa e erro e qualquer falta de atenção pode resultar em game over. Se você tiver paciência e vontade de passar horas e horas pensando nas melhores combinações de habilidades, sinta-se à vontade para moldar o destino da futura rainha de Nova.

Prós

  • Alto fator de rejogabilidade;
  • Apresentação audiovisual agradável;
  • Diversas qualidades de vida presentes em visual novels, como pular diálogos já vistos e ajustar a velocidade do texto;
  • Ótima mistura de gêneros diferentes (aventura textual e simulador);
  • Totalmente compatível com a tela de toque do Switch;
  • História divertida, complexa e com múltiplos finais.

Contras

  • Requer muita paciência para ser bem aproveitado;
  • Resultados das campanhas baseados em tentativa e erro;
  • Recomendável salvar constantemente para evitar erros que resultam em game over.
Long Live the Queen — PC/PS5/PS4/XBX/XBO/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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