Kaeru no Tame ni Kane wa Naru (GB) completa 30 anos de pura comédia

O irmão mais velho de Link’s Awakening é um engraçado e memorável RPG de ação.

em 17/09/2022
Desenvolvido pela Nintendo e lançado para o Game Boy em 1992, Kaeru no Tame ni Kane wa Naru (O Sapo Por Quem os Sinos Tocam) é um dos grandes clássicos japoneses que nunca chegaram ao Ocidente. Tendo sido popularizado por várias aparições na franquia Smash Bros, o jogo conseguiu uma pequena comunidade fora do Japão nas últimas décadas. Vamos relembrar o que o tornou tão memorável!


Uma narrativa engraçada para todos os gostos

Como personagens principais dessa história, nós temos dois príncipes, que são rivais desde a infância. Eles sempre treinavam esgrima juntos, mas o Príncipe de Sablé, nosso protagonista, sempre perdia as batalhas para o Príncipe Richard. Um dia, ambos receberam a notícia de que o exército Croakiano invadiu o reino de Mille-Feuille e raptou a Princesa Tiramisu.



Nossa aventura começa assim que os príncipes resolvem sair para salvar a princesa. A narrativa pode parecer genérica no início, mas esse pensamento é completamente descartado logo no início da campanha, pois essa é exatamente a intenção. Kaeru no Tame ni Kane wa Naru é uma homenagem cômica aos JRPGs clássicos que marcaram a infância de muitos, brincando com estereótipos e constantemente fazendo piadas.

Nosso protagonista é constantemente zombado por ser um príncipe mimado, que joga dinheiro na cara dos outros para resolver problemas e que é constantemente enganado.

Mecânicas fáceis de entender e usar

Kaeru no Tame ni Kane wa Naru apresenta mecânicas extremamente simples para agradar ao maior público possível. Isso é tanto algo ótimo quanto meio desapontador para alguns, pois o jogo não possui níveis longos ou um grinding cansativo para gastar seu tempo, porém também não apresenta um gameplay profundo para os fãs do gênero.

Você explora o mapa utilizando uma visão de cima, entrando em combate com os inimigos ao tocá-los. As batalhas aqui são automáticas e sem nenhum elemento de sorte; basta aguardar o resultado, que será o mesmo até você aumentar seus atributos com itens, que só serão encontrados por meio de exploração. Ao entrar em dungeons, a perspectiva troca para um estilo de plataforma 2D onde você pode pular por aí, mas o combate permanece o mesmo.


O Príncipe de Sablé também possui um super poder, assim como todos os nossos protagonistas favoritos de RPG: ele pode se tornar em um sapo! Com essa transformação, ele fica pior ainda em combate, mas pode pular alto e respirar debaixo d’água! Claro, essa habilidade é uma piada dentro do jogo.

Algo que todo fã da Nintendo irá perceber quando jogar essa obra será suas semelhanças a Link’s Awakening, geralmente sendo chamada de uma cópia do grandioso clássico que chegou ao resto do mundo. Na verdade, trata-se do irmão mais velho desse Zeldinha que amamos tanto, saindo apenas um ano antes e até mesmo fazendo uma aparição especial na aventura do Link!
 

Uma apresentação audiovisual memorável

Com um estilo artístico fofo e carismático, e uma trilha sonora composta por Kazumi Totaka, que futuramente nos abençoaria com as músicas de Animal Crossing, Kaeru no Tame ni Kane wa Naru tem uma das apresentações audiovisuais mais memoráveis do Game Boy.

O jogo constantemente brinca com suas caixas de texto, tendo uma velocidade natural para demonstrar a fala do personagem e colocando um texto maior do que o normal para gritos. Além disso, temos ocasionais cenas quemostram com mais detalhes o rosto dos personagens, onde a arte se destaca.


A obra também utiliza o áudio para estabelecer seu humor, tendo tanto músicas que lembram as trilhas de filmes de comédia quanto efeitos sonoros engraçados para elevar suas piadas. Os personagens principais também possuem sons diferentes para seus textos, que, combinados com a velocidade natural na qual o diálogo é mostrado, acabam por fazer parecer que eles realmente estão dizendo algo.

Divertido e atemporal

Não é difícil entender o motivo pelo qual Kaeru no Tame ni Kane wa Naru conseguiu atrair uma pequena comunidade mesmo décadas após seu lançamento. Ele simplesmente é um clássico que consegue agradar a todos que tiverem interesse em jogá-lo.


Em uma ironia cósmica e extremamente apropriada, ao dançar em volta dos clichês de JRPGs mas nunca cair nos buracos que fazem alguns odiar o gênero hoje em dia, ele conseguiu permanecer atemporal por 30 anos e provavelmente não irá envelhecer muito em mais 10.
Revisão: Davi Sousa

Amante de jogos e da cultura japonesa, principalmente retrô. Aprendendo japonês para poder jogar JRPGs sem esperar serem localizados. Ama dungeoncrawlers e jogos de luta, mas gosta de todos os gêneros.
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