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Análise: PAC-MAN WORLD: Re-PAC (Switch) é um plataforma 3D competente, mas com jogabilidade um pouco datada

O remake melhora os gráficos, mas mantém o gameplay do original de 1999.


Muita gente desconhece que o mascote da Namco aventurou-se por gêneros muito distintos do arcade pelo qual é mundialmente conhecido. Sua primeira aventura em plataformas 3D foi lançada em 1999 no PlayStation para comemorar os 20 anos do personagem. Vinte e três anos mais tarde, PAC-MAN WORLD Re-PAC marca o retorno deste clássico com aprimoramentos visuais em alta definição e recursos atualizados. 

Festa de aniversário interrompida

A aventura começa com a família PAC preparando uma festa de aniversário para nosso herói. Porém, a arrumação é interrompida pelos fantasmas, que aparecem e sequestram todos, prendendo-os em diversas gaiolas espalhadas pelo mundo. Agora cabe ao nosso protagonista resgatá-los ao longo de diversas áreas até o confronto final com o perigoso vilão TOC-MAN.


Aqui, PAC-MAN conta com recursos que não existem em seus jogos clássicos, mas são bastante familiares para fãs de jogos de plataforma. Podemos derrotar inimigos saltando sobre suas cabeças com o Butt Bounce, que serve ainda para quebrar objetos e alcançar plataformas mais altas. 

O herói é capaz de dar um spin dash parecido com o do Sonic para ganhar velocidade instantaneamente e abater inimigos com trombadas. Ele também pode arremessar os pontos que coleta para fazer ataques a curta distância e fazer uma corridinha no ar, como o Yoshi, para alcançar plataformas um pouco mais distantes.

A ação acontece em plataformas 3D clássicas do gênero, com escadarias, rampas, peças móveis, abismos e fases com água. Os estágios são lineares, mas possibilitam um pouco de exploração, com algumas passagens secretas e bifurcações pelo caminho. Em alguns lugares existe um leve backtracking, em que é necessário apertar o botão em um lugar para acionar um mecanismo que libera a progressão ou itens secretos em outro ponto. 


Ao longo das fases, há locais com fantasmas e labirintos que têm jogabilidade similar ao arcade clássico, em que comemos uma pílula de energia que nos permite devorar nossos oponentes. Esses estágios, apesar de opcionais, são bastante divertidos pelo aspecto nostálgico — afinal, trata-se de um jogo PAC-MAN.

O objetivo final dos estágios é destruir a estátua de TOC-MAN no final do percurso. Durante as fases, há diversos coletáveis opcionais, que oferecem um desafio extra para entusiastas de complecionismo, mas que podem ser ignorados por quem queira simplesmente chegar ao final da campanha no menor tempo possível.


Aquele olhar fixo

Os desenvolvedores de Re-PAC procuraram manter a jogabilidade do PAC-MAN World original, e isso refletiu na experiência do título em si. Alguns aspectos envelheceram mal no design de duas décadas atrás, quando os jogos de plataforma 3D ainda estavam em estágio experimental. A câmera do jogo, por exemplo, é fixa, o que confunde o jogador na hora de calcular certas distâncias em ângulos não favoráveis. 

O level design dos estágios é interessante e variado, sempre com elementos temáticos relacionados ao mundo em que estamos jogando. Ao todo, são seis cenários com quatro estágios cada, sempre finalizados com uma batalha final contra um chefão. Esses confrontos são divertidos e apresentam mecânicas próprias, com uma agradável variação na jogabilidade. Existem até uma fase de shoot ‘em up em que enfrentamos Galaxian, outro sucesso da Namco.


Falta de crédito 

A nova versão de PAC-MAN World manteve fidelidade à primeira em termos de jogabilidade, level design e música. A trilha sonora foi retrabalhada para Re-PAC, mas permanece bem similar à original; já os gráficos passaram por uma modernização notável, ficando muito mais palatáveis para um novo público que venha a conhecer o título nas plataformas modernas. 

Foram introduzidas novas cutscenes, uma modernização da interface de usuário, ajustes de dificuldade e atualização no sistema de saves (o original usava cartões de memória do PlayStation). Houve até algumas alterações em personagens, como a substituição de Ms. PAC-MAN por PAC-MOM, devido à disputa de direitos da personagem com a ATGames.


Outra polêmica é que apesar da proximidade com a obra de 1999, a equipe de desenvolvimento do original não é creditada nesse remake, o que gerou uma manifestação de descontentamento do game designer Scott Rogers, que argumentou que “levaria apenas dois minutos” para incluir os nomes dos responsáveis. A Bandai Namco pronunciou-se dizendo que "iria dar uma olhada" nessa questão.

A melhor performance não está no Modo Performance

Na versão de Re-PAC para Nintendo Switch, é permitido ao jogador optar por dois modos de desempenho: o Resolution Mode, que entrega gráficos mais bonitos e fixa a taxa de quadros a 30 frames por segundo; e o Performance Mode, que apresenta gráficos mais simples e altera a taxa de quadros dinamicamente para, em tese, proporcionar uma experiência mais fluida.


Porém, a alteração dinâmica de desempenho no Performance Mode mais atrapalha do que ajuda. É bastante frustrante perceber variações bruscas na taxa de quadros no meio de um pulo em uma situação que exige precisão. Essas oscilações são bastante perceptíveis no modo portátil, embora também aconteçam frequentemente jogando com o Switch encaixado na base. Por incrível que pareça, a experiência mais estável é ficar com os 30 fps fixos do Resolution Mode. 


Bom, mas nada excepcional

PAC-MAN World: Re-PAC é um plataforma 3D competente, mas certamente existem alternativas melhores do gênero para o Switch. Sua jogabilidade é extremamente fiel ao original de 1990 e embora seja uma virtude para quem está buscando o título pela nostalgia, a jogabilidade de duas décadas atrás parece um pouco datada nos dias de hoje, faltando recursos básicos como controle de câmera, além de não apresentar um bom desempenho gráfico no Switch. Contudo, se você curtiu o original de PlayStation e gostaria de reviver sua jogabilidade, este título é o que você procura.

Prós

  • Level design interessante, com boa variedade de desafios;
  • Os gráficos atualizados são bonitos;
  • A música e os efeitos sonoros trazem sensações nostálgicas com o título original.

Contras

  • Problemas graves de performance, com variações bruscas na taxa de quadros no Modo Performance;
  • Câmera fixa, que não pode ser alterada pelo jogador;
  • A jogabilidade parece um pouco datada.
PAC-MAN WORLD: Re-PAC — PS5/XSX/PS4/XBO/Switch/PC — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bandai Namco

é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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