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Prévia: Valis: The Fantasm Soldier Collection II (Switch) busca incluir a nostalgia do Mega Drive à biblioteca do console híbrido

A segunda coletânea traz um apelo maior para os fãs do Mega Drive, mas sem abrir mão de suas raízes.



Anunciada de supetão em março deste ano, com data de lançamento confirmada em maio, Valis: The Fantasm Soldier Collection II reflete o sucesso — e também o carinho dos fãs para com a primeira coletânea — de uma franquia que teve um fim trágico e abrupto. Desta vez, a Edia decidiu por trazer ao Switch quatro títulos da série Valis, mas o apelo maior fica pelas versões de Mega Drive contidas no emulador.

Por que Mega Drive? Valis SD?

Para a maioria dos fãs ocidentais, ter um PC Engine (TurboGrafx-16 na terra do Tio Sam) era sinônimo de luxo, ainda mais quando sua aceitação em território norte-americano não foi muito boa. Mesmo que o console tivesse potência maior que a do Mega Drive (ou Sega Genesis na América do Norte) e do próprio NES, por contar com a capacidade de rodar CD-ROMs, esses dois consoles ainda eram os queridinhos no lado de cá do globo.

Até houve uma tentativa de trazer Valis para o NES, mas acabou sendo um fiasco total e que nunca saiu do Japão. Contudo, esse erro gigantesco da Telenet serviu para que a franquia chegasse ao Mega Drive, seus respectivos hardwares. no início dos anos 90, angariando um bom número de fãs; inclusive, para estes, os ports dos jogos de Valis para o console da Sega são tão bons quanto suas versões de PCE, salvo as devidas capacidades de hardware.


O destaque, contudo, fica para a inusitada inclusão de Valis SD, que foi a única versão — spin-off, vale ressaltar — de Valis II lançada para Mega Drive. O jogo continua sendo um side-scrolling action platformer, mas com elementos das versões de MSX e PC-88/98 de Valis II, como as vestimentas e os power-ups que alteram a performance de Yuuko no decorrer da campanha.

Por aqui, Valis SD foi chamado de SYD of Valis, título que significa Super Yuuko Deformed of Valis, já que o jogo usa artes no estilo super deformed (popularmente conhecido como chibi). Com isso, a aventura tem um estilo mais “fofinho”, deixando os personagens — inimigos inclusos — mais caricatos e expressivos.

O início de tudo

Apesar de os títulos de Mega Drive roubarem a cena na Collection II, a inclusão de Valis: The Fantasm Soldier de MSX, mesmo que tenha sido anunciada “aos 45 do segundo tempo”. Originalmente lançado em 1986, o jogo marca o início das aventuras de Yuuko e, em 1987, figurou na lista dos títulos mais vendidos do ano.

Esta versão de Valis conta com uma jogabilidade mais elevada, mas o que chama mesmo a atenção é sua qualidade audiovisual, sobretudo a presença de cutscenes animadas que narram passagens da história entre um estágio e outro — algo impressionante para a época.

Valis IV

A sequência da trilogia Valis de PCE traz Lena como a nova Guerreira Valis. Yuuko, agora com 30 anos e coroada deusa de Vecanti, é a mentora da jovem heroína, que precisa, mais uma vez, salvar os três mundos da investida de Galgear, príncipe do Mundo das Trevas.

A história se passa logo depois dos acontecimentos de Valis III e, assim como este, o quarto título da franquia retém as mesmas características de jogabilidade: ao todo, temos três personagens jogáveis — Lena, Amu e Asfal — que contam com suas próprias armas, habilidades e feitiços.

O que esperar deste segundo volume?

Todos os quatro jogos presentes na Collection II são suas versões originais, então sua jogabilidade não será alterada. Caso siga a mesma linha do primeiro volume, a coletânea trará a possibilidade de alterar o mapeamento de botões, mas espero que, desta vez, possamos desligar os comandos originais, como comentei na análise do antecessor.

Também espero que a função de “voltar no tempo” seja corrigida, pois a quantidade de quadros rebobinados era, na maioria das vezes, insuficiente para corrigir um erro de movimentação equivocada. De resto, com certeza estarão presentes as funções de save/load state, que são essenciais em todo emulador que se preze.

Por fim, se a Edia aplicar a mesma dedicação na Collection II, teremos uma bela galeria com manuais originais, cutscenes e trilha sonora disponíveis a qualquer momento, para deleite dos fãs.

Na expectativa de chegar ao Ocidente

Por enquanto, Valis: The Fantasm Soldier Collection II foi anunciado como exclusivo em território japonês, mas, se repetir o sucesso da primeira coletânea, existe uma alta probabilidade de a Edia lançar uma versão ocidental — ainda mais devido ao sucesso que o Mega Drive fez por aqui. A única expectativa fica na correção em algumas funcionalidades que não estavam muito de acordo com o que se espera de um emulador.

De todo modo, o compilado promete ser mais um belo agrado aos fãs de Valis, mas entusiastas do Mega Drive também terão em mãos a ressurreição de dois dos melhores jogos da era 16-bits já lançados no console, mas com todo o conforto da portabilidade do Switch.
Valis: The Fantasm Soldier Collection — Switch
Desenvolvedora: Edia
Gênero: side-scrolling action platformer
Data de lançamento: 22 de setembro de 2022 (apenas no Japão)
Expectativa: 5/5
Revisão: Cristiane Amarante

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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