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Análise: Yars: Recharged (Switch) melhora imensamente a jogabilidade do clássico

A versão reimaginada incrementa no conteúdo e na diversão.


Yars: Recharged
é um twin-stick shooter com elementos de bullet hell em que encarnamos um valente guerreiro-inseto da raça Yar, que precisa proteger sua espécie lançando um ataque suicida ao planeta natal da civilização robótica Qotile. À nossa disposição contamos com toda a tecnologia de nossa raça como os escudos de energia dourada, tiros de longa distância, o poderoso Canhão Zorlon e, se preciso for, abriremos caminho à força usando nossas poderosas mandíbulas.

Vida de inseto

O mais recente título da série Atari Recharged reimagina o clássico Yars’ Revenge (Atari 2600), um multidirectional shooter desenvolvido pelo programador Howard Scott Warshaws em 1982. Revenge foi um grande sucesso à sua época, sendo um dos títulos mais vendidos do console.


Parece que os Qotile aprenderam alguns truques novos nas últimas décadas. Antes eles só contavam com o tiro espiral para contra-atacar o guerreiro Yar, mas agora suas bases contam com canhões menores, que disparam projéteis, lasers ou cargas explosivas.

Cada canhão é o núcleo de uma região de escudos em forma de colmeia. Ao destruí-lo, todos os alvéolos que a ele são conectados também são destruídos. O tiro espiral continua apelativo como antes. Ele ignora todo tipo de escudo e tal qual uma raquete elétrica, mata insetos com um único golpe.


Por sua vez, nosso destemido guerreiro Yar pode atacar à distância disparando projéteis ou à queima-roupa, usando suas poderosas mandíbulas para roer os escudos alveolares e canhões inimigos. O analógico esquerdo controla a movimentação do personagem, enquanto o analógico direito determina a direção do tiro, no esquema conhecido como twin-stick shooter.

Ao atingir elementos inimigos, estes liberam pontos de energia dourada que podem ser coletados, preenchendo uma barra de energia na lateral esquerda da tela. Ao completar essa barra, podemos utilizar o Canhão Zorlon, a mais poderosa arma Yar. Somente os disparos desse canhão conseguem destruir os núcleos das estações-colméias Qotile e seus tiros espirais.

O Canhão Zorlon também invoca um escudo dourado, que protege uma área na região esquerda da tela, defendendo o guerreiro Yar dos projéteis disparados pela base inimiga. Infelizmente este escudo não o protege do tiro espiral, portanto recomenda-se não ficar excessivamente confiante.


Ao derrotar o núcleo da base inimiga, passamos para um novo desafio. O jogo oferece sessenta fases diferentes, trinta no modo Arcade e mais trinta no modo Campanha. Ambos os modos podem ser jogados solo ou em multiplayer cooperativo local. Não existe nenhuma forma de multiplayer online ou competitivo.

Outra novidade implantada na nova versão são os desafios, característica típica da série Recharged. Esses desafios aumentam bastante o fator replay, pois o jogador sente-se impelido a completá-los.



Muito melhor que o original

Curiosamente, a jogabilidade no Atari VCS não me trouxe tantos sentimentos nostálgicos quanto os outros jogos da série Recharged. Isso porque a jogabilidade de Yars Recharged é muito diferente da que experenciamos em Yar’s Revenge.

Isso não é, de maneira alguma, um defeito. Honestamente, a jogabilidade do clássico do Atari 2600 envelheceu mal e é sofrível sob o ponto de vista do jogador contemporâneo. Yars Recharged é imensamente mais palatável e divertido que o jogo que o inspirou. Seu gameplay é intuitivo, divertido e viciante. As fases iniciais são bastante acessíveis e escalam gradualmente em dificuldade à medida que avançamos.


Por ser um twin-stick shooter, Yars Recharged exige o uso de dois analógicos. Isso significa que no Switch não é possível jogar multiplayer no modo “controlinho solto”, onde cada Joy-con destacado funciona como um controle individual. Para jogar com um segundo player, faz-se necessário possuir um controle extra, seja um Pro Controller ou mais um par de Joy-con.

No Classic Controller do Atari VCS é possível usar o modo paddle para rotacionar o guerreiro Yar e direcionar seus ataques, substituindo a função do analógico direito. Esse modo de controle é curioso, pois o jogo clássico de 1982 não aceitava paddles, mesmo que estes fossem acoplados ao Atari 2600.

Música que some

Yars: Recharged segue a estética minimalista retrô da série Atari Recharged, mas assim como em Gravitar: Recharged, possui uma identidade visual mais elaborada que os títulos anteriores. A trilha sonora é obra da renomada compositora Megan McDuffee, que produziu todos os outros temas da série, seguindo o estilo eletrônico retrô da década de 1980.

A trilha sonora original de Yars: Recharged é muito boa, mas infelizmente é prejudicada por um bug estranho, que constatei tanto no Switch quanto no Atari VCS e também ocorre nas versões para outros consoles. Esse bug faz com que o volume da música diminua quando avançamos de estágio, e com o passar do tempo ela torna-se inaudível, independente de como você configurou as opções de áudio. É um defeito bobo, mas que estraga a experiência de gameplay e que espero que seja corrigido em futuras atualizações.




Confira também outras análises da série Atari Recharged: Missile Command, Centipede, Black Widow, Asteroids, Breakout e Gravitar.

Yar the Champions

Yars: Recharged é um ótimo remake, que melhora imensamente a jogabilidade do clássico original, apresentando novas armas, mais desafios e dificuldade mais balanceada, com gráficos e músicas originais que reforçam seu espírito retrô moderno. Infelizmente a jogabilidade pode tornar-se repetitiva com o tempo, além de possuir um bug que diminui a música conforme passamos as fases e que estraga um pouco a experiência. Ainda assim, é um jogo sólido e divertido, para quem quer desafiar-se com um indie simples e mecanicamente satisfatório.

Prós

  • Jogabilidade imensamente mais divertida que o clássico;
  • Muitas referências ao título original;
  • Controles extremamente intuitivos;
  • Sistema de desafios que aumenta o fator de rejogabilidade;
  • Sessenta estágios, todos jogáveis em modo solo ou em multiplayer local.

Contras

  • Bug que diminui gradualmente o volume da música e estraga a experiência de jogo;
  • Jogabilidade repetitiva.
Yars Recharged — PC/XBO/PS4/Switch/Atari VCS — Nota: 7.5
Versões utilizadas para esta análise: Switch e Atari VCS

Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópias digitais cedidas pela Atari

é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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