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Análise: Pupperazzi (Switch): Um fotógrafo bom pra cachorro

Um "clone" simples de Pokémon Snap, mas com doguinhos fofos.

Quem não gosta de fotografar pets fofos que atire a primeira pedra. Pode ser que eles sejam iguais à Cacau (foto abaixo) e não sejam muito fãs de paparazzis, mas em Pupperazzi temos à disposição diversos doguinhos fofos para clicar, favoritar e até mesmo postar em uma rede social para angariar seguidores.


Apesar de um título digno de filme de Sessão da Tarde e um visual que enaltece os modelos low-poly, não deixe que Pupperazzi lhe engane: este simulador de fotografia em primeira pessoa, à primeira vista um "clone" simplificado de Pokémon Snap (N64), possui bastante conteúdo — e cães — para oferecer.

Quem soltou os cachorros?

No mundo fantástico de Pupperazzi, nosso objetivo é um só: explorar os mais diversos cenários e clicar os diversos "au-aus" que perambulam por aí. Aliás, é muito curioso ver que há pouquíssimos seres humanos no jogo e que os canídeos são capazes de falar como gente de verdade.

Porém, não espere uma história muito detalhada, até porque ela é praticamente inexistente: logo de cara, já somos apresentados ao tutorial e a tudo o que temos que fazer no jogo — basicamente, tirar fotinhos, publicá-las na rede social fictícia do jogo, ganhar seguidores e cumprir objetivos, tudo em um grande loop. No entanto, diferentemente dos simuladores on-rail, temos (quase) total liberdade para explorar os cenários e interagir com os cães, seja acarinhando-os ou arremessando-lhes itens como bolas, discos e varetas. Ah, podemos correr e pular também, ações que nos permitem alcançar lugares diferentes nos locais. 

A liberdade de exploração também se aplica à quantidade de fotografias que podemos tirar: não há necessidade de comprar filmes e, caso extrapolemos o limite, podemos simplesmente reciclar fotos que não queremos mais para ganhar cliques extras. Claro, o game também nos deixa favoritar aquelas que mais curtimos, que ficam catalogadas em um álbum de fotos.

Os cães ladram e a caravana passa

Há quem concorde que, à primeira vista, os gráficos não são os mais bonitos — e, de fato, não o são, também pensei isso no começo. Porém, a partir do momento que começamos a explorar os cenários disponíveis e descobrir que os doguinhos realizam diferentes atividades de acordo com o clima e o horário, o jogo ganha novos ares.

Como mencionei, o grande objetivo do jogo é… cumprir os objetivos do jogo; no entanto, achei curioso — e até que inovador, por assim dizer — o fato de alguns deles requererem que tiremos fotos de paisagens sem cachorros ou até mesmo realizemos atividades diversas, como limpar uma pista de skate e descobrir um caminho alternativo para acessar o arcade e desbloquear esses locais extras.

Além disso, alguns pedidos nos recompensam com Bonks, um grande osso dourado que funciona como a moeda de Pupperazzi, com o qual compramos recursos extras para nossa câmera, tais quais filtros e lentes diferentes. Algumas dessas melhorias são desbloqueadas como se fossem conquistas — e estão normalmente atreladas a completar esses objetivos —, mas funcionam como um incentivo para avançar na campanha, já que certos pedidos demandam o uso dessas funcionalidades diferentes.

Cão chupando manga?

Há, porém, algumas críticas que quero fazer a Pupperazzi: falta de uma história propriamente dita, controles confusos e de difícil adaptação e alguns engasgos pontuais na performance. Quanto à primeira, é compreensível que um simulador de fotografia não precise realmente de uma trama para funcionar, mas seria interessante que ao menos existisse um propósito como pano de fundo para estarmos nessa missão de ser um paparazzi de cães.

Quanto aos controles, como os botões não podem ser remapeados, então não me espantaria se mais pessoas comentassem que perderam a oportunidade de tirar uma foto bacana do doguinho skatista porque esqueceram que ZR bate a foto, enquanto ZL ativa a câmera. Sim, os controles são confusos e podem frustrar de tempo em tempo, além de atrapalharem a jogatina.


Por fim, os engasgos acontecem ao iniciar o aplicativo no Switch (da primeira vez, até achei que o jogo tinha travado em uma tela preta, tamanha a demora para carregar) e ao navegar nos menus in-game. Não é algo que chega a atrapalhar, como acontece com os controles, mas é um ponto negativo que poderia ter sido resolvido.

De resto, pode ser que o visual do jogo não agrade a muitas pessoas, mas, apesar da escolha mais simplista e com gráficos low-poly, os cenários e cães são bem distinguíveis — e os entusiastas conseguirão identificar as diferentes raças presentes em Pupperazzi —, isso sem mencionar as músicas de fundo que passam uma sensação de casualidade durante a exploração. Quero ressaltar que o game ainda conta com interface em português brasileiro e também a possibilidade de diminuir os sensores de movimento, ajudando, de certa forma, a deixar a “auventura” mais acessível.

Diga “au-au”!

Pupperazzi, embora bastante simples, é um jogo com um charme único e que dá total liberdade para que o jogador explore os locais e fotografe os doguinhos no ritmo que preferir. Os objetivos ajudam a dar certa sensação de progressão na aventura e, mesmo que os gráficos low-poly não agradem a muitos jogadores, têm seu charme.

Existem alguns problemas de performance, é verdade, tanto nos comandos quanto na navegação em menus, porém, para quem gosta de títulos casuais — ou simplesmente quer uma experiência parecida com títulos como Pokémon Snap —, Pupperazzi é a pedida ideal.

Prós

  • Vasta liberdade de exploração e experimentação que permite que o jogador aproveite a campanha no seu ritmo;
  • As atividades in-game variam de acordo com o clima e o horário do dia;
  • Os objetivos dão a sensação de progresso no jogo, habilitando novos locais para explorar e tipos filtros e lentes para a câmera;
  • Possibilidade de interagir com os cães de várias maneiras diferentes;
  • A trilha sonora passa uma ótima sensação de casualidade;
  • O português brasileiro é uma das opções de idioma para a interface;
  • Há a opção de diminuir os sensores de movimentos para tornar o jogo mais acessível;
  • Diversas raças de doguinhos fofos.

Contras

  • Problemas de performance pontuais que atrapalham a jogatina a longo prazo;
  • Gráficos low-poly podem não agradar a todos os jogadores.
Pupperazzi — PC/XBX/Switch — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Kitfox Games

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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