Crônica

Como o hype para The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (Switch) me deixou curiosa para jogar Breath of the Wild — e o próprio TotK

Tears of the Kingdom me deixou ainda mais motivada para experimentar as aventuras não convencionais da franquia.


Quem acompanha minhas postagens no Nintendo Blast já deve saber que eu não cresci com consoles da Nintendo, exceto um Game Boy Color. Sendo assim, não é surpresa que eu também não tenha tido contato com as franquias famosas da Big N, em especial The Legend of Zelda. Mesmo tendo um 3DS e, atualmente, um Switch, me faltou essa ligação especial de longos anos para eu me sentir motivada a conhecer mais a fundo as IPs da empresa.


Para não dizer que eu nunca joguei uma das aventuras de Link na vida, tive a oportunidade, nos início dos anos 2000, de pegar um cartucho de Oracle of Seasons emprestado e, devido à trama, que à época me prendeu, senti prazer em completar a campanha. No entanto, devo dizer que o jogo para GBC foi uma exceção à regra: ao longo da primeira metade do século XXI, quando eu ia à casa de um amigo depois da escola, vira e mexe o jogo da vez era ou Ocarina of Time ou Majora’s Mask, ambos para Nintendo 64; porém, o estilo sob o qual esses games se apresentavam nunca me chamou a atenção.

Contudo, isso não quer dizer que eu não tenha me sentido cativada pelo universo fantástico de The Legend of Zelda — pelo contrário: acho a lore fantástica, com todas as ideias de reencarnações e afins, isso sem falar nas artes deslumbrantes ao longo dos anos. Meu único problema com Zelda é, de fato, a jogabilidade: eu não tenho muita paciência para jogos de aventura — ou não tinha, até o lançamento de The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Breath of the Wild e a quebra dos padrões tradicionais da franquia

Quando BotW foi anunciado, eu ainda não tinha um Switch. Mesmo com diversas opiniões, dentro e fora do fandom, afirmando que o jogo era um "Zelda para quem não gosta de Zelda", minha relutância em conhecer a primeira aventura de Link em mundo aberto era grande — até porque eu estava fascinada pela quantidade de jogos que faziam mais minhas preferências em gênero.

Não foi por falta de oportunidade que posterguei conhecer o universo do bafinho selvagem: fiquei com o cartucho emprestado por coisa de dois anos, mas a época coincidiu com o meu início como colaboradora no Nintendo Blast. Conclusão: tantos jogos, sobretudo indies, acabaram fazendo com que Link fosse cada vez mais empurrado para o fundo da gaveta no meu gigantesco backlog.


Por um tempo, eu até deixei o cartucho no meu Switch, esperando o momento certo para dar início ao game. No entanto, ou eu acabava pegando novos jogos para analisar para o Nintendo Blast ou eu preferia revisitar jogos do meu backlog; no pior dos casos, eu estava passando tanto tempo na frente da telinha do Switch que eu preferia dar um tempo do videogame e fazer outras coisas não relacionadas a jogos.

A falta de motivação derradeira para com Breath of the Wild se deu quando Hyrule Warriors: Age of Calamity foi anunciado. A partir daí, pensei, "pronto, agora preciso me dedicar a dois jogos grandes, com DLC, para entender a história toda", o que me fez devolver o cartucho emprestado de BotW e nunca mais pensar nesse jogo, ainda mais tendo que dividir meu tempo com os estudos e o Nintendo Blast.

Tears of the Kingdom e o hype do fandom

Como eu já tinha descartado a possibilidade de jogar BotW em um futuro próximo, confesso que não dei a mínima para o primeiro anúncio que fizeram de Tears of the Kingdom. Acabei me dedicando mais aos gêneros e jogos que eu sabia que tinham mais chances de me cativar e "segui o baile", como dizem por aí.

Contudo, à medida que a Nintendo liberava mais informações sobre a sequência de BotW, mais o fandom se animava com o game — e incluo aqui muitos dos meus colegas de redação que são fãs de Zelda. De repente, me vi pega em uma enxurrada de hipóteses, especulações, screenshots e tudo o que se pode imaginar sobre o chorinho do reino — em especial, as bonitas fanarts que começaram a circular no Twitter e em outras mídias, como a ilustração abaixo:

Crédito: Eorinamo (via Twitter)

Inclusive, esse hype despertou novamente meu interesse em experimentar BotW só para me inteirar sobre os assuntos relacionados à lore que foge dos padrões dos Zelda clássicos. O fandom conseguiu me convencer de tal maneira que eu até fui conhecer a campanha de lançamento de TotK assim que ela teve início, no dia 28 de abril.

E não fui apenas por ser redatora no Nintendo Blast e querer cobrir o evento para o site; fui de curiosa mesmo, como uma mera jogadora interessada em saber sobre o provável jogo do ano. TotK realmente apareceu no meu radar, ao ponto de eu tirar foto com um pôster do game em mãos. Digamos que é um feito incrível uma "não fã" dos títulos da franquia admitir que está empolgada para mergulhar de cabeça em uma aventura de Link, não concordam?

Vou jogar ainda em 2023

Coloquei na minha cabeça que, em algum momento de 2023, vou jogar não apenas Breath of the Wild, mas Tears of the Kingdom também. Pode ser que, até lá o hype já tenha esfriado — faz parte, até porque, do jeito que a minha vida anda, está complicado eu me dedicar a jogos grandes.

Para concluir, eu quero dizer que sim, quando bem articulado, o hype do fandom pode despertar o interesse nas pessoas. Se BotW e TotK seguissem a fórmula tradicional da franquia, talvez eu não tivesse me animado a ir atrás dos games, mas, levando em consideração essa proposta transgressora de quebrar o padrão e a lore incrível que BotW iniciou, o máximo que pode acontecer é eu morder a língua e admitir, mais uma vez, que o fandom estava certo e que a aventura de Link em mundo aberto é, decerto, um "Zelda pensado para quem não curte Zelda".



Revisão: Davi Sousa
Screenshots: Luan Gabriel de Paula e Vitor Tibério
Capa: Leandro Alves

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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