Analógico

Fire Emblem: The Binding Blade e The Blazing Blade (GBA): A lore de Elibe

Os dois jogos se passam no mesmo continente e suas tramas se conectam em mais de um aspecto.

The Binding Blade e The Blazing Blade são, respectivamente, o sexto e sétimo títulos da franquia Fire Emblem, e chegaram recentemente ao catálogo de Game Boy Advance no Nintendo Switch Online. Ambos se passam no mesmo cenário, Elibe, mas com uma diferença de 20 anos entre seus respectivos acontecimentos; no entanto, as duas tramas carregam forte influência da lore do continente, que é a pauta desta matéria especial.


Aviso: o texto contém spoilers dos dois jogos.

CGs de Blazing Blade que contextualizam a história de Elibe

Antes de tudo, um pouco de contextualização

Embora Binding Blade tenha sido lançado antes de Blazing Blade, a aventura do menino Roy é vista como uma sequência àquela de seu pai, Eliwood, ao lado de Hector e Lyn. No entanto, alguns personagens são recorrentes, o que pode causar certa confusão dependendo da ordem em que os títulos são jogados; afinal, na linha do tempo de lançamento dos jogos da franquia, Binding Blade veio antes, embora a cronologia de acontecimentos diga o contrário.

Em Blazing Blade, acompanhamos os amigos Eliwood, marquês de Pherae, e Hector, o irmão do marquês de Ostia, que, junto à nômade Lyn, se veem diante da ameaça do feiticeiro Nergal, que deseja trazer os dragões de volta a Elibe. Nessa aventura, vemos versões mais jovens de personagens como Bartre, Karel, Zephiel e Guinivere, bem como parentes de outros que são vistos em Binding Blade — neste último caso, o parentesco mais notável é o dos gêmeos Lugh e Raigh, que são filhos de Nino.

Já em Binding Blade, temos uma aventura protagonizada por Roy, o filho de Eliwood, que precisa impedir o reino de Bern, comandado pelo rei Zephiel, de conquistar Elibe. Para isso, o jovem guerreiro lidera a Liga de Lycia, mas o grupo logo descobre que Zephiel quer trazer os dragões de volta ao continente — tal qual Nergal desejava 20 anos antes — e, para evitar que isso aconteça, Roy e companhia precisam encontrar as oito armas lendárias e a Binding Blade.

As Oito Lendas de Elibe

A história de Elibe

Um milênio antes dos acontecimentos dos dois jogos, humanos e dragões coexistiam pacificamente no continente de Elibe, cada qual no seu canto. Contudo, um conflito conhecido por A Limpeza (The Scouring) colocou um fim a essa paz — e para o desespero dos dragões, a tribo dos Dragões Divinos não interveio nessa guerra, mesmo sendo sabido que foram os humanos quem a começou.

O conflito durou gerações e os dragões, incapazes de se reproduzir como os humanos para manter seu legado, estavam sendo extintos um a um. Desse modo, visando mudar o rumo do combate, a tribo dos dragões raptou a garota Idunn, um Dragão Divino, e a transformou no temível Dragão Demônio (Demon Dragon); não apenas isso, os dragões destruíram a alma de Idunn, garantindo a ela a habilidade de invocar Dragões de Guerra (War Dragons), a fim de fazer com que os répteis míticos se equiparassem aos humanos em número.

Ameaçada, a humanidade concentrou seus esforços em forjar oito Armas Lendárias, capazes de derrotar qualquer tipo de dragão, e oito heróis, conhecidos como Lendas de Elibe (Legends of Elibe), as empunharam. No entanto, o conflito de poder entre esses equipamentos e os dragões causou um efeito colateral imprevisto, fazendo com que as condições climáticas em Elibe ficassem desbalanceadas e gerando uma catástrofe que ficou conhecida como o Inverno Final (The Ending Winter).

Idunn (Binding Blade)

Com esse distúrbio no equilíbrio das forças mágicas do universo, os dragões se tornaram incapazes de manter suas aparências colossais, sendo obrigados a conservar sua energia em pedras mágicas a fim de sobreviver. Desse modo, os humanos mais uma vez tomaram a dianteira no conflito contra os seres míticos e, ignorando os efeitos colaterais das Oito Armas Lendárias, finalmente os dragões foram derrotados.

Essas criaturas, então, usaram o Portal do Dragão (Dragon’s Gate) para fugir do mundo mortal; aqueles que não foram capazes de escapar e permaneceram em Elibe foram mortos pelos humanos. Restaram, então, apenas os Dragões Divinos e seus aliados, que se refugiam em uma utopia desértica que ficou conhecida como Arcadia, um local em que essas criaturas e humanos finalmente puderam conviver em harmonia. 

Quando a humanidade finalmente descobriu que as Armas Lendárias foram as responsáveis pela calamidade climática em Elibe, os Heróis decidiram escondê-las em oito locais de difícil acesso no continente, com direito a armadilhas letais para prevenir que mortais gananciosos colocassem as mãos nesses equipamentos.

O continente de Elibe (Binding Blade)
Desse modo, cada um dos heróis fundou seu próprio reinado em Elibe — Bern, Etruria, Lycia, Ilia, Sacae, as Ilhas do Oeste (Western Isles), o Deserto de Nabata (Nabata Desert), e Valor —, mas Bramimond, por precaução, criou um selo mágico em Bern, conhecido por Santuário dos Selos (Shrine of Seals), para evitar que as Armas fossem encontradas.
Bern

A monarquia de Bern foi criada por Hartmut, o Herói, líder das Oito Lendas de Elibe. É o país com maior poderio militar no continente e onde está o Fire Emblem, o tesouro nacional de Bern. A Arma Lendária de Hartmut é a Espada Real Eckesachs, e a Espada dos Selos serve como catalisador do Santuário dos Selos.

Etruria

A maior nação de Elibe e também a civilização mais avançada do continente, este reinado foi fundado por St. Elimine, que também instaurou uma monarquia e levantou sua Igreja, fonte da religião mais popular em Etruria e Bern. A Arma Lendária de St. Elimine, Aureola, o Pináculo da Luz, e o Bastão do Santo foram escondidos em Etruria.

Lycia

Lycia, fundado por Roland, o Campeão, está localizado no centro de Elibe e se divide em diversas federações, cada qual governada por um marquês que faz parte do conselho que lidera o país. A Arma Divina Durandal, a Espada Flamejante, foi escondida aqui.

Ilia

As montanhas gélidas de Ilia foram conquistadas por Barigan, o Cavaleiro Sagrado, e são o lar de muitos mercenários, já que a sobrevivência no local é prejudicada pelo clima de inverno eterno. A Lança do Gelo, Maltet, está escondida em algum lugar sob a neve de Ilia.

Sacae

Um país formado por nômades e fundado por Hanon, o Soldado Divino (Divine Trooper). Embora várias tribos ocupem as planícies de Sacae, três são as principais: Kutolah, Djute e Lorca. Mulagir, o Arco do Vento, foi escondido neste reinado.

Ilhas do Oeste

Durban, o Furioso, reuniu clãs bárbaros nesse arquipélago à costa de Etruria, um local rico em minerais e recursos. Armads, o Machado do Trovão, está escondido em algum local das ilhas.

Deserto de Nabata

Este vasto deserto em Missur, um refúgio de Athos, o Grande Sábio, é tido como o local em que Arcadia está localizada. O tomo Forblaze, o Elemento Infernal, está enterrado sob a areia de Nabata.

Valor

A Ilha do Terror, sob domínio de Bramimond, o Enigma, é um local formado por misteriosas ruínas, incluindo o Portal do Dragão. É dito que Bramimond abriu mão de sua humanidade para empunhar o tomo Apocalypse, a Escuridão Silenciadora, e dominar os dragões. Era em Valor que o livro mágico estava escondido, até o momento em que o Enigma decidiu se refugiar no Santuário dos Selos, em Bern.

Qual a ordem para desbravar Elibe?

Agora que você já conhece o continente de Elibe, palco das aventuras de Fire Emblem: The Binding Blade e The Blazing Blade, chegou a hora de decidir: qual dos jogos você prefere jogar primeiro?
Arte: Aduti Momoyama

Revisão: Davi Sousa

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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