Análise: Ember Knights (Switch) é um roguelite de ação capaz de brilhar como o fogo

Com uma fórmula de gameplay viciante, Ember Knights se apresenta como uma divertida aventura roguelite. No comando de um guerreiro flamejante, os jogadores devem concluir mundos temáticos de uma só vez para impedir os planos de um mago maligno, em uma jornada que envolve aprender habilidades, conquistar relíquias e executar movimentos ágeis em batalhas repletas de intensidade.

Restaurando o poder da Árvore Ember

Na região encantada de Nexus, dois sábios guerreiros foram treinados para se tornar guardiões do universo: Esper e Praxis. Certo dia, porém, um deus conhecido como O Arquiteto decidiu que apenas Esper deveria ser o protetor do universo, o que causou muita raiva a Praxis.

Assim, ele se revoltou e passou a atacar o mundo ao seu redor, abrindo fendas temporais e comprometendo a integridade da Árvore Ember, responsável por fornecer energia a todo o Nexus. Desolado diante de tamanha catástrofe, Esper reuniu suas forças e, para recuperar a energia perdida, recrutou os Cavaleiros Ember, pequenos seres flamejantes.

É a partir dessa perspectiva que Ember Knights nos permite assumir o papel de um dos Cavaleiros, atribuindo-nos a tarefa de explorar mundos temáticos divididos por pequenas salas com inimigos recrutados pelo vilão. Em sua essência, a aventura possui uma estrutura roguelike; ou seja, a sua campanha deve ser completada de uma só vez.

Entretanto, para lidar com esse aspecto, podemos adquirir melhorias permanentes e desbloquear habilidades e relíquias com particularidades de combate. Graças a essas características, o título se torna um roguelite capaz de se sustentar e oferece uma fórmula intensa e diversificada, nos envolvendo do início ao fim com uma excelente gameplay.

Guerreiros flamejantes com armas na mão

Desfrutando de uma perspectiva isométrica, a jogabilidade de Ember Knights é bastante simples. Além da movimentação com o uso do analógico, os jogadores também devem esquivar e golpear com as armas. Ao todo, temos acesso a um arsenal composto por seis equipamentos desbloqueáveis: a Espada Ember; o Arco Guardião; o Cajado Nexal; o Martelo de Fenda; a Lâmina do Vento; e a Lâmina do Ceifador.

Como cada um dos armamentos dispõe de atributos únicos, forma-se uma interessante variedade de estratégias possíveis. Essa característica é potencializada na medida em que conquistamos habilidades secundárias, como magias, raios congelantes e rajadas de fogo, além de relíquias, que são basicamente acessórios com poderes secundários. Portanto, há uma boa variedade de elementos que podem ser desbloqueados com as moedas adquiridas.

Isso garante uma robusta pluralidade estratégica ao jogo, que naturalmente desfruta de outras qualidades de gameplay, como a intensidade de seus embates. Com movimentos ágeis e desafios nos quais enfrentamos muitos inimigos ao mesmo tempo, Ember Knights oferece batalhas de tirar o fôlego, caracterizadas também por uma jogabilidade precisa.

Outro ponto positivo é a sensação de progressão dentro do conceito roguelite. De maneira inegável, até há alguns trechos em que os recursos de grinding são necessários; porém, eles não nos impedem de ter um certo senso de progresso, pois há incentivos para realizarmos novas tentativas com estratégias inéditas. Dessa forma,a aventura dispõe de uma fórmula de jogatina que, apesar de não ser inovadora, é bastante viciante.

Um mundo que se torna ainda melhor com amigos

Com um estilo artístico charmoso, Ember Knights também carrega carisma em sua apresentação. Embora a narrativa seja simples, temos elementos suficientes que nos instigam a explorar um universo carismático, marcado pela presença de heróis graciosos e inimigos criativos.

Desde o início da jogatina, podemos notar que o título foi concebido para ser uma potencial aventura multiplayer. Afinal, com a simples adição de outros Joy-Con, novos jogadores podem se tornar Cavaleiros Ember e combinar forças para tornar a jornada mais fácil, executando táticas divertidas para vencer os desafios.

Apesar de ser um adicional extremamente positivo, cabe ressaltar que é justamente nesse quesito que encontramos uma das principais falhas do jogo no Switch: ao contrário da versão lançada para o PC, o console da Nintendo não conta com um modo multiplayer online, o que infelizmente limita as possibilidades de jogatinas conjuntas.

Seguindo a mesma linha, outro problema limitador capaz de incomodar durante a jogatina está na excessiva repetição de inimigos dentro de cada zona temática. Acontece que, ao contrário da grande variedade de armas e habilidades, os estilos de oponentes são limitados, com criaturas que se repetem de forma considerável e que são pobremente distribuídas ao longo dos estágios.

Nesse sentido, acredito que o jogo poderia ter aproveitado sua vertente roguelite para diversificar os desafios, com mais possibilidades de enfrentamentos, objetivos de conquista, missões variadas e até mesmo a oferta de diferentes tipos de chefões para cada zona, ao invés de sempre estampar os mesmos. Isso impediria a jornada de se tornar cansativa, especialmente no início da campanha, quando estamos limitados a encarar repetidamente os mesmos inimigos, de formas muito parecidas.

A resistência dos Cavaleiros Ember

Apresentando eficiência e simplicidade, Ember Knights me surpreendeu positivamente no Switch. Com uma fórmula viciante, digna do gênero roguelite, os desafios são intensos e divertidos, pois possibilitam diversas combinações estratégicas a partir de equipamentos, poderes e relíquias variadas. Apesar da ausência de modo online e da escassa pluralidade de desafios, a saga dos Cavaleiros Ember é um divertido jogo de ação que aquece como uma brasa, especialmente por conta de sua ardente gameplay.