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Análise: Song of Nunu: A League of Legends Story (Switch) dá uma aula sobre amizade e uma boa história

Embarque em uma jornada cheia de magia pela região de Freljord e aprenda mais sobre o poder da amizade.


O universo de League of Legends cresceu bastante de alguns anos para cá, e desde então, uma série de contos, histórias de origem e relacionamentos entre os personagens agregaram uma camada extra ao jogo.

A fábula da vez envolve um menino e o último yeti vivo. Song of Nunu: A League of Legends Story conta as aventuras de Nunu, um pequeno garoto de uma tribo da região de Freljord (a mais fria de todo o continente de Runeterra) e de Willump, apelido carinhoso dado pelo menino ao seu amigo Yeti.

Juntos, Nunu e Willump, buscam encontrar a mãe desaparecida do garoto, e para isso, precisam desbravar a região gélida em busca de respostas. Pronto para se juntar a essa dupla e curtir uma boa história? Então pegue um agasalho bem quentinho, prepare uma sopa e boa leitura!

Notai voador!

Nunu faz parte da tribo dos Notai, povo nômade especialista em canções e folclore. Em Freljord há diversas divindades e cada grupo de pessoas venera um deles. Para os Notai, a Anivia aparece como a principal referência. A Criofênix (como é chamada pelo povo de Freljord) é um espírito alado e benevolente que suporta infinitos ciclos de vida, morte e renascimento para proteger Freljord.

A história começa a partir da busca de Nunu por sua mãe, que desapareceu após um ataque de saqueadores à sua caravana. Com a ajuda de Willump, os dois partem em direção à Montanha Alada, citada por Layka, mãe do garoto, durante seus sonhos.


O jogo traz uma jogabilidade leve e descontraída, uma narrativa imersiva e que cumpre a proposta de ser uma jornada sobre a família, amizade e magia. Repleto de puzzles, Song of Nunu tem uma duração aproximada de 5 horas, algo que para um jogo com foco na história, poderia ser um pouco mais longo.

Um detalhe interessante é a experiência que o jogo proporciona para aqueles que jogaram ou ainda jogam (assim como eu) League of Legends. Estou em contato com esse universo há 12 anos, e testemunhar a evolução do conteúdo ao longo desses anos é fenomenal. E mesmo se você nunca viu nada sobre LoL, o jogo continua interessante.


A todo momento Nunu conversa com Willump, que por ser um yeti, não responde no mesmo idioma, apenas com expressões. No menu do jogo, há uma opção para habilitar legendas e acessibilidade para que cada personagem tenha sua própria cor, assim poderemos saber quem está falando em uma cena com diversos campeões em tela.

Nem um Druvask pega a gente!

Em Song of Nunu o jogador controla Nunu, capaz de andar, correr, escalar certas paredes, jogar bolas de neve e tocar sua flauta – Scançãolibur – para resolver os desafios principais do jogo. Ele também pode ser jogado pelos ares por Willump a fim de alcançar terrenos mais altos e finalizar quebra-cabeças.

Com Willump a coisa muda de figura: o combate, que é apresentado logo no início da aventura, ganha vida. O yeti possui sequências de golpes, e assim que o inimigo aparece como abatido, podemos segurar o botão X para iniciar uma pequena cutscene de finalização. Embora opcional, sempre que pude, optei pela mecânica para ver as interações entre a dupla.


Os puzzles sempre são resolvidos utilizando nossa flauta. No entanto, cada um deles é solucionado de uma maneira diferente, e ainda que envolvam notas musicais, não é repetitivo ou chato. Aliás, a presença da Scançãolibur é peça fundamental para a história de Nunu e do jogo, já que o instrumento possui poderes mágicos graças ao pedaço de gelo verdadeiro que une a flauta.

O game conta com um caderno para o registro de novas descobertas e que podem ser acessadas através do menu a qualquer instante. É importante notar que Nunu é uma criança, então a representação é toda desenhada e colorida com traços caricatos, algo que os baixinhos tipicamente fazem.


A história do jogo, além de bem escrita e recheada com o que trouxemos há pouco, contém mudanças estratégicas da narrativa: os famosos plot twists estão presentes e são de arrepiar. Em um primeiro momento são apresentados como vilões, mas que mudam de opinião, enquanto outros são maus e se tornam ainda piores.

Coração do Azul

Tecnicamente, a versão de Nintendo Switch é inferior a de PC, mas isso não é um problema. Ao ligar o jogo pela primeira vez, e também por conhecer a ambientação, pensei que veria apenas uma grande massa branca de cenários com alguns detalhes aqui e acolá.

Para minha grata surpresa, a equipe responsável pela ambientação fez um excelente trabalho ao mesclar plantas e construções em tons de vermelho, marrom e verde, dessa forma, cada cenário não é somente neve e gelo. Algumas partes possuem forte referência aos tons de azul e estão ligadas à presença de água.


Outros personagens, como Volibear, Braum e Lissandra (atenção especial para essa aqui) aparecem no jogo, bem como itens do jogo League of Legends. Em um determinado momento, somos apresentados a Ornn, semideus conhecido por ser o ferreiro mais habilidoso. A forja em que ele fica possui uma paleta de cores muito diferente do restante do jogo, algo que alivia a neve branca constante.

Por falar em neve, em diversos momentos do jogo há uma pequena disputa entre Nunu e Willump, pois na história de ambos, os duelos são uma espécie de competição entre a dupla e que os aproxima cada vez mais. Os nocautes em Willump são super engraçados e cada vitória proporciona uma animação diferente.


A localização para o português brasileiro é mais um detalhe que merece atenção. League of Legends é conhecido também por suas vozes marcantes e diversos dubladores famosos fazem parte do elenco. Em Song of Nunu, as vozes foram mantidas para alguns personagens, já que, infelizmente, alguns deles já faleceram e precisaram ser substituídos.

A maior bola de neve de todas

Song of Nunu é um jogo que todos podem aproveitar, tenha você jogado ou não League of Legends, ou seja, não é necessário ter conhecimento sobre Runeterra. Song of Nunu basta por si só, e arrisco dizer que este é o melhor jogo desse universo até o momento.

Como nem todo jogo é perfeito, há pontos que poderiam ser melhor elaborados, mas que são muito pequenos se comparados à incrível aventura que vivemos ao lado de Nunu e Willump. Como diria um certo boneco de neve, Song of Nunu é um abraço quentinho em todos que passarem por ele.

Prós

  • Dupla de protagonistas supercarismática;
  • Enredo bem escrito e com plot twists;
  • Quebra-cabeças únicos e bem elaborados;
  • Trilha sonora imersiva e parte da história;
  • Localização para o português brasileiro impecável;
  • Presença de personagens e elementos de League of Legends;
  • Gráfico bem marcante, mesmo com as limitações do Nintendo Switch.

Contras

  • Mecânica de combate poderia ser melhor explorada;
  • Mais personagens de Freljord poderiam aparecer no jogo;
  • História curta para jogo com foco nesse quesito.
Song of Nunu: A League of Legends Story — Switch/PC/XBOX/PS4/PS5 — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Cristiane Amarante
Análise produzida com cópia digital cedida pela Riot Forge

Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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