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Análise: Devil Inside Us: Roots of Evil (Switch): enfrentando demônios com um padre de idade avançada

No papel de um exorcista experiente, descubra a origem de um mal que assola uma determinada residência há mais de três décadas.

Devil Inside Us: Roots of Evil é um jogo brasileiro de terror em primeira pessoa, inicialmente lançado para PC em 2021 e agora disponível também no Nintendo Switch. Apesar de trazer consigo um conceito curioso de nos colocar no papel de um indivíduo com fragilidades físicas, o título apresenta problemas que impactam significativamente na experiência de gameplay.

Um conflito de longa data

Devil Inside Us: Roots of Evil nos coloca na pele de Aughust Heylel, um experiente padre com habilidades excepcionais em exorcismos. Em 1984, ele é chamado para investigar uma casa assombrada por eventos paranormais, que também foi palco de um terrível assassinato.

Tendo resolvido apenas parcialmente a situação na época, o protagonista retorna à mesma residência mais de três décadas depois, agora com 74 anos, e outra família ocupando o local. Determinado a encerrar a maldição de uma vez por todas, ele instrui os atuais moradores a saírem por alguns dias, enquanto ele averigua a fundo as ocorrências sobrenaturais, buscando a origem da calamidade.

Como esperado de um jogo brasileiro, existe a opção de jogá-lo em português, tanto com legendas quanto com dublagem. Nesse contexto, embora os outros personagens humanos não tenham o mesmo destaque, a voz de Aughust é habilmente desempenhada pelo saudoso Lauro Fabiano, conhecido por sua marcante atuação como Dumbledore em Harry Potter, além de diversos outros trabalhos.

Ambientação envolvente, apesar das limitações 

Devil Inside Us: Roots of Evil desenrola-se inteiramente na residência ao longo de alguns dias. A progressão segue uma trajetória completamente linear, envolvendo as tradicionais buscas por itens e interações com objetos para desbloquear passagens e avançar na campanha.




Durante a jornada, nos deparamos com notas dispersas pela casa, as quais proporcionam contextos mais profundos sobre a família que atualmente reside no local. Em momentos específicos, também coletamos informações semelhantes sobre os moradores do passado.

Embora Roots of Evil não deixe de transparecer que foi desenvolvido por um estúdio pequeno, os cenários demonstram certa criatividade, com cada área possuindo um propósito concreto de existência e uma relevância narrativa bem delineada. Entretanto, na versão para Switch, problemas de iluminação às vezes dificultam muito a visualização de objetos interativos.

Como não poderia deixar de acontecer em um jogo sobre exorcismos, encontros com manifestações demoníacas são frequentes. Apesar de o game abusar um pouco da velha técnica de aumento súbito do áudio durante aparições de entidades assustadoras, essas situações geralmente são bem planejadas, criando momentos autênticos de tensão.

Ideia interessante, execução nem tanto

O combate em Devil Inside Us é simples, baseando-se em apontar um crucifixo para as criaturas até derrotá-las. Essa ação consome uma barra específica que se recarrega automaticamente, porém de maneira bastante lenta. No entanto, é possível preenchê-la imediatamente com o uso de rosários encontrados espalhados pelo cenário.

Como mencionado anteriormente, o padre possui uma idade avançada. Essa característica impacta diretamente no gameplay, uma vez que nosso personagem é lento e rapidamente propenso ao cansaço. Dessa forma, em situações de urgência, torna-se essencial ter à disposição pílulas de cafeína, itens que recuperam a energia e que também podem ser achados na residência.

Embora essa ideia seja intrigante e crie situações pontuais em que a fuga se torna praticamente impossível, ela acaba perdendo o impacto na maioria dos embates devido à total falta de inteligência dos adversários. Infelizmente, as criaturas apresentam movimentos completamente previsíveis e frequentemente erram seus ataques, mesmo quando não estamos tentando desviar.

Vale ressaltar que, além dos problemas mencionados, também presenciei alguns bugs bastante incômodos. Nesse sentido, houve situações em que fui forçado a reiniciar o jogo devido a erros que não me permitiam continuar, como a lanterna simplesmente desaparecendo em uma área completamente escura ou o protagonista afundando no chão após uma cena com jumpscare.

Poderia ser muito melhor

Devil Inside Us: Roots of Evil é um jogo de terror com uma proposta incomum, colocando-nos na pele de um indivíduo fisicamente vulnerável em uma situação de extremo perigo e urgência. No entanto, as criaturas deixam a desejar em termos de movimentação, e a presença de bugs compromete a experiência geral, resultando em um título que, apesar de seu potencial, não atinge plenamente as expectativas.

Prós:

  • O conceito de colocar os jogadores na pele de um personagem fisicamente vulnerável em uma situação de terror é muito intrigante;
  • Apesar das limitações, os cenários são criativos;
  • Dublado e legendado em português.

Contras:

  • Os inimigos possuem movimentos previsíveis e frequentemente erram ataques, o que diminui consideravelmente o desafio;
  • Em determinadas situações, a iluminação deficiente pode tornar objetos de interação impossíveis de visualizar;
  • A presença de bugs, além de ser incômoda, pode interromper o ritmo do jogo e forçar reinicializações.
Devil Inside Us: Roots of Evil — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 6.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Cristiane Amarante 
Análise produzida com cópia adquirida pelo próprio redator

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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