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Análise: Piczle Cross: Story of Seasons (Switch) é um bom passatempo para quem gosta de nonogramas

Jogo agrada com quebra-cabeças lógicos e o charme rural da franquia bucólica.


Talvez um dos crossovers mais aleatórios do qual tive notícia nos últimos tempos, Piczle Cross: Story of Seasons emerge como uma adição diferenciada à variedade de jogos de puzzle disponíveis na biblioteca do Nintendo Switch. Desenvolvido pela Score Studios LLC e distribuído pela Rainy Frog, este título diferentão busca unir o aconchego agrícola da série de simulação com a lógica dos nonogramas, prometendo horas de entretenimento para uma parcela muito específica dos jogadores de fazendinha que também gostam de quebra-cabeças.

Explorando a lógica rural

É um pouco difícil de detalhar os aspectos que envolvem a gameplay deste jogo sem fazer parecer que o texto é um tutorial de como jogar nonogramas, mas não há muito a ser detalhado aqui a não ser isto: Piczle Cross é, simplesmente, um conjunto de puzzles pictóricos com a temática da série dos jogos de fazenda. 




Basicamente, os jogadores enfrentam grids que variam de 5x5 a 20x20 quadrados, que têm regras similares às de Campo Minado e Sudoku. É necessário deduzir, a partir das pistas numéricas disponíveis do lado de fora do grid, quais quadrados serão preenchidos e quais estarão vazios, e, assim, formar figuras pixeladas. A duração dos puzzles, que podem variar de alguns segundos a 20 minutos em média, dependerá da experiência do jogador com esse tipo de puzzle e da quantidade de quadradinhos disponíveisl na grid da vez.

Caso você nunca tenha jogado um nonograma, pode ficar meio perdido no começo. O jogo apresenta um vídeo de tutorial, mas, a bem da verdade, ele não é de grande ajuda. Felizmente, com um pouco de prática, o passatempo começa a tomar forma sem uma curva de dificuldade tão elevada de modo geral. 




Apesar disso, o jogo conta com muitas opções de acessibilidade e facilitadores para quem não quer perder muito tempo pensando. Os destaques estão para a opção de colorir em verde as linhas e colunas que, em teoria, são mais fáceis de deduzir os conteúdos e a possibilidade de selecionar uma opção para conferir se há algum erro nos inputs do jogador ou, simplesmente, ativar um autocorretor que alertará quando um espaço for incorretamente marcado como preenchido ou vazio.

Também é possível acessar opções mais clássicas disponíveis em outros títulos do gênero, como a opção de autopreenchimento dos espaços que devem ser marcados como vazios após encontrar os espaços marcados da linha ou coluna. Opções para a área de acessibilidade em si consistem na possibilidade de alterar as cores e intensidade da parte visual do game.




Por fim, completar uma página inteira de puzzles desbloqueia um Collage Puzzle, que é outra aba com mais quebra-cabeças. Neste modo, é possível completar diversos nonogramass que formarão uma “colagem”, ou seja, uma imagem maior formada por várias menores. Esse é o modo mais desafiador presente no título, contando com as maiores figuras e, assim, uma necessidade de tempo maior para a finalização de cada arte completa.

O jogo por si só oferece uma quantidade razoável de quebra-cabeças, contando com 350 puzzles no total, combinando o modo padrão e o modo colagem. Porém, ao finalizar todos os desafios, talvez não seja tão interessante assim revisitar o game de forma geral.



Paisagens sonoras e recompensas visuais

Quanto à parte estética e auditiva, o jogo é exemplar. O cuidado na seleção de músicas, incluindo faixas de lançamentos recentes da franquia Story of Seasons, como Pioneers of Olive Town, e clássicos, como Friends of Mineral Town, são excelentes para embalar os minutos passados clicando em quadrados na tela.

Outra parte legal do jogo é o cuidado ao adicionar uma feature para que cada quebra-cabeça concluído represente não apenas uma conquista, mas também um dia adicional na jornada agrícola, o que é traduzido com mudanças sutis na fazenda que fica ao fundo. Assim, a evolução gradual do trabalho rural, que é influenciado pelas estações do ano, também reflete o progresso do jogador de maneira charmosa. 




Uma galeria de recompensas também está presente. Ao completar os puzzles, é possível acessar, por meio do menu, uma galeria até que bem extensa que contém informações técnicas dos jogos, imagens dos personagens, galeria de CGs e informações textuais das mais variadas naturezas. 

Para quem gosta de números, pode-se conferir o progresso também por dados mais específicos, que indicam o número de puzzles completados, as features de ajuda utilizadas durante a jogatina, o tempo de jogo e outras informações interessantes.

Outro aspecto que vale a pena ser mencionado é a adição de algumas ferramentas para facilitar a finalização dos quebra-cabeças, como a opção de apertar o botão R para contar os quadrados preenchidos sem a necessidade de realizar a tarefa manualmente, ou pressionar ZR para contar os quadradinhos da grid, o que facilita o cálculo na hora de preenchê-los ou não. Uma pena que a tela touch do Switch não foi muito aproveitada no jogo.




Também senti falta de alguma maneira de personalizar a fazenda mais ativamente. Talvez a opção de adicionar os itens e personagens desbloqueados nos puzzles para a representação visual do fundo trouxesse mais interesse em conferir a fazendinha mais vezes ao longo da jogatina.

De maneira geral, esse é o tipo de jogo que parece agradar completamente a um número talvez muito limitado de jogadores: a pessoa precisa, simultaneamente, gostar muito de Story of Seasons e estar habituada a jogar nonogramas para aproveitar 100% do que o título pode oferecer; do contrário, talvez não seja muito recompensador receber biografias e imagens dos bonequinhos na galeria como prêmio para o tempo investido nos puzzles.



Entre nonogramas e colheitas

Piczle Cross: Story of Seasons floresce como uma experiência que harmoniza o encanto da vida rural com desafios lógicos. O jogo é atraente por sua temática visual, que deleita os fãs da série de jogos de fazenda ao mesmo tempo em que oferece excelentes opções de qualidade de vida para os amantes de puzzles. No entanto, algumas limitações, como a falta de eventos para ampliar o fator replay, podem impactar na decisão de adquirir ou não o jogo.



Prós

  • Quantidade razoável de puzzles;
  • Boas opções de acessibilidade;
  • Trilha sonora nostálgica e agradável;
  • Visual interessante.

Contras

  • Ausência de suporte à tela de toque do Switch;
  • Tutorial não ajuda muito iniciantes na prática;
  • Falta de opções de personalização manual;
  • Fator replay limitado;
  • Atrativo para um núcleo muito específico de jogadores.

Piczle Cross: Story of Seasons — PC/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela Rainy Frog


Professora por profissão, crossfiteira e artesã nas horas vagas. Seu primeiro contato com consoles da Nintendo foi zerando Chrono Trigger repetidas vezes no SNES. Atualmente é dona de um Switch no qual joga principalmente puzzles, jogos de pesca, RPGs e todos os Disgaea que para ele foram lançados. Icon por 0range0ceans
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