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Análise: Penny’s Big Breakaway (Switch) combina plataforma com manobras de ioiô, mas falha na execução

Escape de um exército de pinguins em uma aventura colorida, rápida e com problemas em sua apresentação.

Penny’s Big Breakaway foi desenvolvido pelo estúdio Evening Star, que também participou do projeto Sonic Mania, sob os cuidados da SEGA. Com diversas referências aos clássicos dos anos 1990, o jogo mescla plataformas com ambientes 3D enquanto ainda tem margem para exibir Penny realizando acrobacias frenéticas de ioiô.

Anodização

Em Penny’s Big Breakaway, controlamos a personagem Penny (toc toc toc, Penny, toc toc toc, Penny), uma jovem que busca reconhecimento através de manobras com seu ioiô. A aventura começa calma e tranquila na cidade de Baunilhópolis, onde o imperador Eddie abriu inscrições para o Gala, uma exibição de talentos a la Silvio Santos.

No entanto, apenas ele se exibia e sem causar empolgação na plateia. O tutorial começa logo aqui, quando Penny decide se inscrever e mostrar suas habilidades. Antes da apresentação, ela encontra YoYo, um enorme ioiô vivo com uma grande boca cheia de dentes.


Para surpresa de todos, Eddie gostou da apresentação. O grande problema é que o ioiô deixou a roupa do comandante supremo toda despedaçada, apenas com sua cueca de corações intacta. Penny é declarada culpada, e o monarca chama seu exército de pinguins para caçar a garota.

Assim que começamos nossa fuga (tradução direta de Breakaway do título ou uma manobra oficial de ioiô), diversos pinguins da espécie imperador passam a nos perseguir incansavelmente. Após algumas investidas das aves, percebi uma grande similaridade com o Pokémon Prinplup, e como Empoleon é o meu favorito, soltei boas risadas.

Agora, aqueles que não estão nem um pouco felizes são os capangas do imperador. Penny não pode ser pega por seis ao mesmo tempo; do contrário, é capturada. Conforme progredimos nos cenários, pontos de controle (ou checkpoints) são habilitados, e caso sejamos capturados, voltamos do último ponto.

Cada fase ainda possui um temporizador crescente, e não há limite para conclusão das fases. Contudo, é possível competir com outros jogadores online para adquirir a marca de finalização do cenário em menos tempo.

Ao final de cada fase, há um grande palco, onde Penny pode se apresentar para ganhar mais pontos. Seja uma sequência pré-determinada ou freestyle, esteja preparado para levar a plateia à loucura.

Dobro ou nada

Ao longo das mais de 40 cenas, termo usado no jogo para indicar as fases, os habitantes de cada região possuem seus próprios diálogos e podemos interagir com alguns deles, completando missões especiais, como coletar flores e destruir entulho. Inclusive, há também potencializadores (obrigado, filme do Mario) que permitem certas atividades extras.

Temos a marreta, que, infelizmente, não é biônica, mas esmaga tudo que vê pela frente; o hambúrguer tunado, que concede efeito de destruição de terreno; e um bolo com hélices (olha o nível da loucura) que permite que Penny voe alto.

Aliás, esse é um detalhe curioso sobre o jogo: por ter fortes referências a títulos dos anos 1990, essa temática nos moldes Du, Dudu e Edu casa muito bem com a proposta: aqui, não precisamos de uma história elaborada e personagens mega profundos. Em Penny’s Big Breakaway é tiro, ioiô e bomba!

As cores também são “diferentonas”, pois há combinações bem malucas, do tipo bege com azul, com a vegetação em tons diferentes de verde somados com roxo, laranja e amarelo. É nesse nível. Hoje é quase impossível um jogo sair com esse visual, mas para esse caso, funciona bem.


Um ponto que me chamou a atenção durante as cenas é que, a cada acrobacia executada, o nome delas é exibido no canto inferior direito. Acompanho o cenário de ioiô profissional e fiquei feliz de ver o cuidado que os desenvolvedores tiveram ao colocar “Gravity Drop” em referência à Gravity Pull, manobra mais básica do brinquedo.

B-Grade

Em uma apresentação formal do que a maioria conhece como um passatempo, o jogador de ioiô precisa ter postura e presença, algo que nossa protagonista não tem. Poderíamos colocar qualquer um ali (Sheldon ou Amy, risos), que seriam melhores do que ela.

De fato, a falta de polimento em alguns quesitos como um background mínimo da protagonista faz falta. Ao que parece, o foco está apenas em YoYo e seus dentes gigantes.

Talvez a palavra que melhor descreva isso é a precisão. No jogo, ter destreza suficiente para superar os desafios enquanto fugimos é difícil de se alcançar quando o ritmo é acelerado. Durante a jogatina, me deparei com uma movimentação pesada e imprecisa, que é dificultada ainda mais pelo ioiô.


Como toda a nossa movimentação é baseada em manobras, a rápida execução de algumas delas, como jogar duas vezes para frente, criam um avanço de terreno curto que reduz a aderência; com isso, o controle da personagem é perdido e pode causar quedas dos cenários.

As quedas, além de atrasar a conclusão, descontam um quadradinho verde de nossa barra de vida; ao total, temos quatro quadrados, que podem ser recuperados a partir de picolés da mesma cor espalhados pelos cenários.

Para piorar ainda mais, a movimentação da câmera é difícil de controlar e alguns ângulos enganam o jogador. Por diversas vezes, tentei alcançar uma superfície que visualmente estava ao alcance; porém, quando tentei, estava além do que eu havia calculado.

Uma atleta em treinamento

Penny’s Big Breakaway é um jogo interessante e que chama a atenção em seu trailer, mas sua apresentação oficial está aquém do esperado. Os defeitos ofuscam as qualidades e com isso, ele pode não agradar à maioria, ainda mais se você não está acostumado com títulos de plataforma 3D.

Arrisco dizer que modos alternativos, em que o tempo é limitado e passa de forma decrescente (ou seja, já sabemos o tempo total antes de começar), seriam uma boa alternativa para alternar com as fases sem tempo fixo.

Prós

  • YoYo rouba a cena como verdadeiro protagonista;
  • Visual das fases é colorido e exótico, bem diferente do que temos hoje em dia;
  • Pinguins "vilões" parecem meu Pokémon favorito;
  • O sistema de pontuação instiga a competição e aprimoramento dos combos;
  • Nomes das acrobacias possuem inspiração em manobras reais;

Contras

  • Movimentação pesada trava a locomoção;
  • Penny poderia ser substituída como “protagonista” facilmente;
  • Posicionamento da câmera prejudica a progressão em certos momentos;
  • Por não haver limite de tempo, os jogadores casuais pouco aproveitam o recurso de pontuação.

Penny’s Big Breakaway - PC/PS5/XSX/Switch - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Private Division


Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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