Morbid: The Lords of Ire : até que ponto compensa fazer um port para o híbrido da Nintendo?

Avaliamos como a qualidade duvidosa dos ports acaba manchando a belíssima imagem do console.

em 10/11/2024



Na análise de Morbid: Lords of Ire, escrita por mim, pontuei fortemente a baixa qualidade do jogo e como seus defeitos superam muito suas qualidades. Dessa forma, a experiência no Nintendo Switch não representa o que os desenvolvedores planejaram inicialmente, já que as versões de PC e consoles mais potentes entregam minimamente o que foi proposto.

A seguir, vamos discutir um pouco sobre a prática de ports no Nintendo Switch e como isso afeta negativamente a reputação de um jogo e da plataforma. Boa leitura!

Historicamente, os consoles da Nintendo não receberam muitos títulos third parties por conta da arquitetura empregada pela Big N. Títulos famosos e multiplataformas, como GTA IV, Need for Speed (Payback, Heat), Street Fighter (IV e V) e Dark Souls não deram as caras no híbrido por um motivo: não compensa reduzir as especificações desses jogos para que caibam no Switch.

Jogos como Rocket League, que tiveram o lançamento tardio no híbrido e com graves problemas de performance, hoje estão em uma posição confortável. Para que isso fosse possível, diversos pacotes de atualização foram lançados, a fim de corrigir essas falhas.

Morbid: Lords of Ire no Nintendo Switch

A franquia GTA também sofreu muito com esse tipo de problema na versão definitiva, já que as missões do tipo “Rampage” são mais difíceis no Switch por conta da falta de processamento, logo, menos personagens aparecem em tela de uma só vez. Como esses desafios possuem tempo de conclusão baixo, alguns deles são praticamente impossíveis de serem concluídos no Switch.

Em Morbid: Lords of Ire, a situação vai além de performance: os gráficos foram completamente reduzidos para adequarem-se ao hardware do Switch. O resultado é um jogo dos tempos atuais mas com roupagem do início dos anos 2000. No texto da análise, citei a comparação em tempo real com God of War, um jogo de 2005.

God of War no Playstation 2

Ou seja, até que ponto compensa reduzir as especificações técnicas de jogo apenas para tê-lo presente na biblioteca de um console? Para os consumidores que não dispõem de orçamento infinito, ou seja, a grande maioria, a decisão de comprar um jogo é tomada basicamente pelo preço do jogo em relação ao que ele oferece. 

Quando o jogo não é bom, a conta não fecha. Por que eu gastaria um valor X em um jogo que vai me decepcionar em vez de adquirir outro produto? Ou ainda, juntando um pouco mais eu consigo comprar um jogo melhor e que vai me divertir por muitas e muitas horas?

Morbid: Lords of Ire no Nintendo Switch

A grande pergunta que fica é: até que ponto compensa portar um jogo? Ports, por definição, são adaptações do código de um jogo para que atenda às necessidades de uma determinada plataforma, minimizando as alterações. O que vimos em Morbid foi o contrário: o port do jogo acabou mudando completamente o produto final a ponto da versão de Nintendo Switch não entregar nem mesmo o básico.
E você leitor, o que pensa sobre o assunto? Compensa portar um jogo para o Nintendo Switch apenas para tê-lo à venda? Deixe seu comentário e vamos conversar sobre o tema!
Revisão: Vitor Tibério
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Fã de carteirinha da franquia Pokémon desde os oito anos de idade, teve seu primeiro contato com os monstrinhos de bolso no Game Boy Color e de lá para cá, são mais de 25 anos de alegria. Fanático por vídeo-games, gostaria de poder jogar mais tempo do que trabalha.
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