Análise: Cuisineer traz uma divertida aventura culinária ao Switch

Ajude Pom a restaurar a glória do restaurante de sua família.

em 27/01/2025
Desenvolvido pela BattleBrew Productions e publicado pela XSEED Games para PC em 2023, Cuisineer é um jogo que combina exploração de masmorras e gerenciamento de restaurante. Agora também disponível no Nintendo Switch, o título oferece uma experiência aconchegante que, apesar de algumas ressalvas, merece ser conferida.

Assumindo a responsabilidade deixada pelos pais

Em Cuisineer, assumimos o papel de Pom, uma jovem aventureira que acaba de retornar a sua cidade natal, Paell. Chegando em sua casa, nossa protagonista é surpreendida com a notícia de que seus pais decidiram viajar pelo mundo, deixando o restaurante da família praticamente abandonado.

Como se não bastasse essa situação, o comércio está cheio de dívidas, e o casal vendeu todos os móveis e utensílios do local. Felizmente, nossa heroína, com o apoio de sua amiga Biscotti, está determinada a arregaçar as mangas e devolver ao estabelecimento a sua antiga glória.

A história de Cuisineer é bastante simples e até um pouco bobinha, mas o título transmite uma atmosfera acolhedora e relaxante. Além disso, alguns dos personagens que habitam esse mundo, especialmente a protagonista, são carismáticos. Um ponto positivo é a presença do português entre as opções de legenda, o que torna o jogo mais acessível.

Gerenciando e evoluindo o restaurante

Como mencionado, Cuisineer é dividido em duas principais mecânicas: o gerenciamento de restaurante e a exploração de masmorras. No primeiro aspecto, o game apresenta uma jogabilidade bastante acessível e descomplicada.

Ao abrir as portas do estabelecimento, os clientes começam a chegar e se acomodar nos assentos disponíveis para realizar seus pedidos. Cada solicitação é exibida em um balão com o desenho e o nome do prato, e cabe ao jogador prepará-lo dentro de um prazo determinado.

A preparação dos pratos é extremamente intuitiva: basta ir até o utensílio correto, que será automaticamente destacado, e apertar o botão de confirmação. Os pratos também são selecionados automaticamente, seguindo a ordem em que os pedidos que utilizam a mesma estação de preparo foram feitos.

Após a refeição ser preparada, ela é automaticamente colocada sobre a bancada, e o próprio cliente se levanta para buscá-la. Quando satisfeito, o comprador aguarda em frente ao guichê para realizar o pagamento, que deve ser confirmado com o mesmo botão de ação.

Conforme vamos progredindo no jogo, conseguimos instalar mais utensílios, o que permite a preparação de vários pratos simultaneamente, além de aprimorá-los para otimizar o fluxo de receitas enfileiradas. Também é possível expandir o restaurante, adicionando mais mesas e cadeiras para acomodar um número maior de clientes ao mesmo tempo.

No início, os compradores fazem pedidos simples, com ingredientes fáceis de encontrar. No entanto, à medida que a campanha avança, as solicitações se tornam mais complexas, o que nos incentiva a explorar cada vez mais as masmorras em busca de novos ingredientes, uma mecânica que abordaremos mais adiante.

O gerenciamento do restaurante é bastante tranquilo e não apresenta nenhuma dificuldade, o que combina bem com a atmosfera relaxante transmitida pela vila e pela própria narrativa do jogo. No entanto, a excessiva facilitação das etapas de atendimento acaba impedindo o surgimento de qualquer tipo de desafio, tornando essa mecânica monótona com o tempo.

Explorando masmorras

A outra parte fundamental da jogabilidade de Cuisineer se desenrola em masmorras geradas proceduralmente, compostas por vários andares repletos de inimigos, armadilhas e, eventualmente, chefes.

Aventurar-se nesses locais é muito importante, pois é por meio dos monstros que derrotamos nessas áreas que conseguimos diferentes ingredientes para utilizar no restaurante. Também é nas dungeons que conseguimos materiais essenciais para aprimorar o estabelecimento, como pedras e madeira.




O combate em Cuisineer acontece em tempo real, com perspectiva isométrica, e permite o uso de uma arma de curto alcance e outra para ataques à distância. A variedade de equipamentos não é muito ampla, mas é possível evoluí-los em algumas etapas. Além disso, cada um possui diferentes habilidades, o que contribui para gerar uma certa variação de gameplay.

No geral, a experiência de explorar as masmorras em Cuisineer é bastante competente, com ataques responsivos e inimigos e armas tematicamente inspirados em elementos culinários, o que acaba sendo uma abordagem interessante. Contudo, também vale dizer que não há nada aqui que se destaque muito nesse aspecto se comparado aos bons jogos do gênero. 


Poderia ser um pouco mais profundo

Cuisineer apresenta um sistema de dia e noite, além de um calendário, incentivando o jogador a gerenciar o seu tempo. O jogo oferece certa liberdade para decidirmos as atividades diárias, mas, ao retornarmos de uma masmorra, o ciclo de tempo sempre avança para a noite.

Nesse sentido, embora seja possível abrir e fechar o restaurante a qualquer momento, devido aos horários de pico, é mais vantajoso abrir o estabelecimento antes de se aventurar nas dungeons ou dedicar dias inteiros a essa atividade.

Em Paell, encontramos muitos personagens interessantes, alguns dos quais oferecem serviços valiosos em seus comércios, como o ferreiro e o carpinteiro. Além disso, certos indivíduos fornecem missões secundárias não muito divertidas, muitas das quais envolvem a entrega de itens específicos.

Infelizmente, as interações com esses indivíduos são superficiais, já que as missões opcionais raramente revelam algo significativo sobre os NPCs. Além disso, embora haja aniversários e eventos festivos, a ausência de um sistema de amizade limita a relevância desses elementos e das interações como um todo.




Graças a todos esses aspectos, embora Cuisineer seja divertido e uma boa opção para momentos mais descompromissados, ele acaba se mostrando um jogo que não se aprofunda muito em nenhuma de suas mecânicas, deixando a sensação de que poderia ter ido um pouco além do que o que nos foi entregue.

Para finalizar, outro problema do título são os tempos de carregamento, que são consideravelmente longos e ocorrem sempre que saímos e entramos em casa ou nas masmorras. Como essas transições acontecem com frequência, esse detalhe acaba se tornando bastante incômodo.

Divertido e descontraído

Cuisineer fornece uma experiência divertida e descontraída. No entanto, a falta de profundidade em alguns de seus sistemas e a ausência de desafios mais significativos podem fazer com que o jogo perca um pouco de sua atratividade a longo prazo. Apesar disso, trata-se de uma obra ideal para aqueles momentos em que buscamos um jogo mais leve.

Prós

  • A ambientação tranquila de Paell, somada ao carisma dos personagens e à narrativa leve, cria uma experiência agradável e descontraída, ideal para os momentos em que buscamos algo mais simples;
  • As principais mecânicas de gameplay, especialmente as relacionadas ao gerenciamento do restaurante, são descomplicadas, o que se encaixa perfeitamente com a proposta acolhedora do título;
  • O sistema de combate é responsivo e a sua apresentação com base em elementos culinários é uma proposta interessante e divertida;
  • Legendado em português.

Contras

  • Nenhum dos sistemas do jogo é explorado profundamente, o que acaba trazendo a sensação de repetição e diminuindo a sua atratividade a longo prazo;
  • A falta de um sistema mais robusto de interações com os NPCs e a baixa criatividade das missões secundárias fazem com que o carisma desses personagens seja subaproveitado;
  • O longo período de carregamento entre as áreas é frustrante, especialmente considerando a frequência dessas transições.
Cuisineer — PC/PS5/XSX/Switch —  Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela XSEED Games
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Lucas Oliveira
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