Melhores indies de plataforma 2D no Switch

Fora dos holofotes, os jogos de plataforma prosperam com sua luz própria.

em 20/01/2025

Na semana passada, nosso redator Lucas Henrique escreveu sobre como gostaria que o gênero de plataforma voltasse aos holofotes da indústria. Se, hoje, as grandes empresas não dão muito valor ao gênero que, décadas atrás, sentou no trono dos games, as desenvolvedoras independentes continuam firmes na missão de mantê-lo vivo e reluzente de criatividade, ainda que permaneça na periferia, à margem das grandes cifras e eventos.

Assim, vamos ver os dez melhores indies de plataforma 2D para você curtir no seu Switch (ou na retrocompatibilidade do Switch 2, caso esteja lendo isto depois de uns meses da publicação).

Critérios

A lista abordará apenas títulos de desenvolvedoras independentes por dois motivos. O primeiro é que os grandes nomes têm fama suficiente para não precisar de muita indicação, especialmente os Marios e Donkey Kongs (particularmente, também gosto de Yoshi’s Crafted World). O segundo é que, focando só nos indies, evito a polêmica de numerá-los ao lado (e à frente) dos pesos pesados da casa.

Além disso, o top prestigiará apenas o formato clássico de plataforma de ação, com muitos saltos e, quase sempre, inimigos para derrotar, indo de pura plataforma de precisão a jogos de jump and gun inspirados em Megaman.

Portanto, não veremos aqui os puzzles de Braid: Anniversary Edition e da série Trine, nem a furtividade de Mark of the Ninja Remastered. Também não entrarão metroidvanias, apesar de vários deles terem excelentes desafios de plataforma, como Hollow Knight, Aeterna Noctis e Guacamelee! 2. Os metroidvanias terão sua própria lista em breve.

Por fim, vamos lembrar que todo top 10 é subjetivo, tá bom? Encare a lista não como uma presunção de verdade absoluta, mas como uma indicação de ótimos jogos no estilo. Por isso, se o seu favorito ficou de fora, adicione-o nos comentários!

Menções honrosas: Pizza Tower, Super Meat Boy, The End is Nigh, The Messenger, Gimmick! 2.

10 — Jubilee


Trancafiada em uma vasta prisão subterrânea por conta de uma dívida, a heroína vai usar seus saltos para fugir do local e, no processo, salvar todos os animais que puder. Mesmo com o mundo estruturado em áreas conectadas, Jubilee é totalmente voltado à plataforma de precisão e apresenta controles à altura da tarefa.

Todo o necessário para a empreitada está lá desde o começo: o pulo e o giro. A variedade da gameplay é fruto apenas do design de níveis, com recursos diferentes para cada área. Seja passando por trechos difíceis, coletando joias ou encontrando segredos, a jornada de vários caminhos rumo à liberdade é gratificante.

9 — Nikoderiko: The Magical World


Desde a primeira vista, Nikoderiko: The Magical World demonstrava ser parecido demais a Donkey Kong Country temperado com algo de Crash Bandicoot. O mérito dele é não apenas tentar ser parecido com jogos consagrados, mas conseguir o feito!

Com cenários 2.5D sempre muito bonitos, gameplay competente e opção para dois jogadores curtirem juntos, é uma ótima opção para quem compartilha o gosto pelas mesmas fontes. Tem até David Wise compondo a bela trilha sonora.

8 — Gravity Circuit


Gravity Circuit vai direto na pegada Megaman: nosso herói robô combate um exército maligno em oito fases que podem ser jogadas em qualquer ordem para adquirir habilidades antes de seguir para a sequência de fases final.

Mesmo com essa premissa à primeira vista simplista, a história se desenvolve muito mais do que eu esperava, especialmente nos dramáticos confrontos com os antigos companheiros de esquadrão, agora chefões para derrotarmos. As cores até podem parecer 8-bits, mas as animações dos sprites, as ilustrações de diálogos e a fluidez da apresentação como um todo destacam o refinamento desse trabalho em pixel art. 

7 — Bat Boy


Com uma pegada de mangá shounen, em Bat Boy assumimos o controle do garoto do bastão, que, durante o dia, joga beisebol na escola, mas, à noite, usa suas habilidades esportivas como justiceiro. Ele combate o mal ao lado de seus amigos de outros esportes, mas a trama de um vilão o fará ter que enfrentá-los um a um, aprendendo novas técnicas e ataques a cada vitória.

Sim, esse formato tem alguma semelhança com Megaman, mas aqui tem mapa de mundo no estilo de Super Mario Bros. 3 e aprendemos ataques quicantes de tênis, investidas de kendô, balançar em fitas de ginástica, corrida de atletismo e por aí vai.

6 — Planet Cube: Edge


Personagens cúbicos em pixel art de paleta mínima, muita plataforma de precisão, hordas de invasores para servir de alvo até dar tendinite, chefes esmagadores e músicas dignas de ação retrô. Planet Edge: Cube tem muita adrenalina para oferecer, mas, em troca, exige perseverança, puxando para uma dificuldade acima da média.

Checkpoints constantes atenuam as mortes repetidas, mas a correria é incessante, então é preciso ter fôlego para manter o pique.

5 — Berserk Boy


Tá, eu sei que este é o terceiro “Megaman-like” desta lista, mas este é o mais ágil e dinâmico deles, com dashes em várias direções que parecem até o homing attack de Sonic. Os poderes adquiridos podem ser alternados com facilidade e permitem descobrir novos segredos ao revisitar as fases para explorar mais, jogando umas pitadas de metroidvania para dar mais sabor.

Também diferente de outros jogos desta lista, a pixel art de Berserk Boy está mais para um Megaman X5 de PS1 turbinado e tem vários sprites e cenários de encher os olhos com seus detalhes robóticos e cores vívidas.

4 — Shovel Knight: Treasure Trove


Shovel Knight já tem mais de dez anos de carreira e trouxe muita diversão retrô em sua imitação de 8-bits com músicas vibrantes, fases desafiadoras e um sistema de mapa do mundo para tornar a seleção de fases mais interessante, com direito a conteúdo opcional e melhorias. Com o modo cooperativo para duas pessoas, a coisa toda fica ainda mais divertida.

Ao longo dos anos, três expansões trouxeram muita variedade, permitindo jogar com alguns dos vilões da campanha base, cada um com seu próprio estilo de jogo, enriquecendo o pacote como um todo com uma grande dose de variedade. A edição completa tem o subtítulo Treasure Trove.

3 — Promenade


Sabe aquele formato de plataforma 3D de Super Mario 64, em que temos grandes mundos com listas de tarefas para obter colecionáveis que, por sua vez, nos permitem chegar mais longe no mundo hub e descobrir novas fases? Promenade faz exatamente isso, mas em 2D.

A grande variedade de gameplay tem espaços abertos para exploração, puzzles, enigmas, minigames, fases lineares tipo dungeons e, ainda, gratificantes desafios de plataforma. Tudo embalado em um tema lúdico da imaginação de uma criança se aventurando com seu amigo polvo em uma terra de almofadas, tecidos e muita diversão, incentivando a completar tudo o que o jogo tem a oferecer..

2 — Yooka-Laylee and the Impossible Lair


O primeiro Yooka-Laylee teve recepções mistas, abaixo do esperado para uma desenvolvedora fundada por ex-membros da antiga Rare, famosa por sua excelência. Mesmo assim, eles tentaram usar a dupla de camaleão e morcego novamente e, dessa vez, o resultado foi espetacular, mesmo que, infelizmente, não tenha alcançado sucesso comercial equivalente.

The Impossible Lair consegue dobrar o número de suas fases 2.5D ao criar ótimas versões alternativas de cada uma delas, sem jamais parecer uma mera repetição. É uma delícia conseguir os numerosos modificadores de jogo e de aparência. O conceito de “fase final super longa e difícil mas acessível desde o começo” também foi executado com maestria. Só falta falar da cereja do bolo: o mundo com visão de cima que serve de hub para todas as fases, além de uma grande densidade de coisas para explorar e descobrir.

1 — Celeste


Lançado em 2018, Celeste teve sucesso instantâneo por conta dos controles firmes, muito importantes em um plataforma de precisão, e também pela abordagem relevante de sua história sobre saúde mental, algo que já debati em um artigo. A experiência de jogo é gradual, diversificada e muito bem arquitetada, com desafios crescentes e muito conteúdo extra, super difíceis e totalmente opcionais.

Quer apenas zerar o jogo? Ótimo. Quer também ver quantos morangos consegue pegar pelas fases? Vai precisar de mais esforço. Que tal jogar os estágios em PICO-8? Tem isso também. Prefere superar dificuldade implacável? Confira o que espera no Lado B e Lado C. Ou será que você só quer se divertir na dose adequada à sua habilidade e capacidade? Se for o caso, as opções de acessibilidade estão ali para garantir que a experiência possa te alcançar. Celeste é memorável, desafiador, divertido e muito significativo.

Continue a saltar

Saltando sobre abismos e sobrevivendo, os jogos de plataforma 2D dão seus pulos e perseveram pelo grande amor dedicado por desenvolvedoras independentes e jogadores de várias idades. Certamente há mais deles escondidos por aí e outros estão a caminho para nos dar o prazer de controlar movimentos acrobáticos com as pontas dos nossos dedos.

Revisão: Beatriz Castro
Narração: Juliana Dias
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Victor Vitório
Admiro videogame como uma mídia de vasto potencial criativo, artístico e humano. Jogo com os filhos pequenos e a esposa; também adoro metroidvanias, souls e jogos que me surpreendam e cativem, uma satisfação que costumo encontrar nos indies. Veja minhas análises no OpenCritic.
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