Zelda: ex-diretor de arte da Nintendo revela inspirações por trás de Majora’s Mask e A Link to the Past

Takaya Imamura foi diretor de arte e designer de diversos jogos da Nintendo.

em 07/03/2025

Em uma recente entrevista para divulgar seu novo jogo, OMEGA 6: The Triangle Stars, Takaya Imamura, ex-diretor de arte da Nintendo, compartilhou detalhes sobre seu trabalho em The Legend of Zelda: Majora’s Mask e The Legend of Zelda: A Link to the Past. Dentre os temas discutidos na entrevista cedida ao canal Zeltik, youtuber especializado na franquia The Legend of Zelda, Imamura revelou as inspirações por trás do icônico rosto da Lua e a origem do visual de Fierce Deity Link.


Questionado sobre um dos designs mais marcantes de Majora's Mask, Imamura falou sobre sua interpretação do papel da Lua na narrativa do jogo. Segundo ele, a combinação de medo e melancolia no rosto da Lua são intencionais, pois fazem parte da atmosfera inquietante do jogo "Em vez de ter a Lua como vilã, ou algo que fosse maligno, o design — e não apenas da Lua, mas do mundo em geral — a direção que estávamos procurando seguir era mais assustadora, estranha, esquisita: esse sentimento de que 'algo não está certo'", explicou (tradução livre). Ele também destacou que a decisão de dar à Lua uma aparência angustiada veio da direção geral do jogo.

Outro detalhe curioso revelado na entrevista foi a inspiração para o visual de Fierce Deity Link. Nas palavras de Imamura (tradução livre):
Na verdade, é baseado em – não sei se você conhece a tradição do teatro japonês – de kabuki? O tipo de maquiagem que os atores usam. Eu gosto, é muito legal, então é daí que veio, a ideia original. [A maquiagem usada] é para enfatizar as emoções, de forma semelhante à máscara do Fierce Deity Link.
Kabuki é um tradicional teatro japonês no qual os atores usam maquiagens marcantes para enfatizar suas expressões faciais, um elemento que se reflete no semblante impactante de Link ao usar a máscara. Outro ponto interessante foi a menção a uma máscara com o rosto de Link que foi cortada da versão final de Majora’s Mask. Imamura sugeriu que ela poderia ter sido planejada para permitir que o protagonista se tornasse adulto mais cedo que o permitido pela Fierce Deity Mask, mas não forneceu mais detalhes sobre a decisão de removê-la do jogo. 

Sobre seu papel no desenvolvimento de A Link to the Past, Imamura falou um pouco sobre o processo de design das dungeons e seus chefões (tradução livre):
O processo por trás disso era basicamente: o diretor me dizia quais itens o jogador teria com ele nesta dungeon, o que ele pegaria na dungeon em si, e então isso essencialmente seria a chave para derrotar o chefe de alguma forma. Eu trabalhei junto com o programador, e nós criamos designs de chefes, em termos de design de jogo e visuais, que atendessem a esses requisitos do diretor.
O designer ainda comentou um dos detalhes mais debatidos pelos fãs: por que Link tem cabelo rosa em A Link to the Past? “Quando trabalhei nesse jogo, eu estava na empresa há apenas dois ou três anos, então eu fazia o que me mandavam. Sinceramente, não faço ideia se havia algum significado especial para isso!”, brincou o ex-diretor (tradução livre).

Takaya Imamura é desenvolvedor, ilustrador e mangaka. Deixou a Nintendo em 2021, após trabalhar na empresa por 32 anos como artista e designer para as séries Zelda, F-ZERO e Star Fox. Seu trabalho mais recente é o text-adventure OMEGA 6: The Triangle Stars.

Fonte: YouTube
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Bruno Zilli
Turismólogo e mestrando na UFPR, ama Mario e Zelda de coração desde criança. É músico e escritor nas horas vagas. Além de NIntendo, gosta de animês (tentando aprender japonês) e de todo tipo de livro (tentando escrever o seu próprio).