Xenoblade Chronicles 3: Monolith Soft utilizou geração procedural para lidar com 100 mil assets do jogo

Equipe recorreu ao software Houdini para otimizar a criação do vasto mundo do RPG de Switch.

em 25/05/2025

Desenvolver um mundo tão vasto e detalhado como o de Xenoblade Chronicles 3 não é tarefa fácil — e a Monolith Soft revelou que um dos segredos para dar conta do recado foi o uso intensivo de geração procedural. Em entrevista à revista japonesa CG World, membros da equipe técnica explicaram como o estúdio usou ferramentas como o Houdini para gerenciar um volume impressionante de 100 mil assets.


Segundo Yoichi Akizuki (designer de modelos de mapa), Mitsuhiro Hirose (engenheiro de suporte) e Takashi Shibahara (programador), a adoção da geração procedural foi essencial para lidar com a complexidade crescente da série. Akizuki destacou que, enquanto nos jogos anteriores era possível criar entre 1.000 e 2.000 elementos manualmente, esse número saltou para cem mil no título mais recente — um volume inviável de ser feito à mão.
“O principal motivo da introdução (da geração procedural) foi lidar com o aumento do volume de assets necessários para os jogos. Isso teve um impacto significativo especialmente nos nossos títulos, que envolvem a exploração de campos vastos e diversos”, explicou Akizuki.
A equipe revelou que já vinha pesquisando o uso do Houdini, mas foi com Xenoblade Chronicles 3 que o software foi, de fato, implementado como parte do sistema de posicionamento de assets. A automação permitiu que os desenvolvedores concentrassem seus esforços no design e na criação da experiência de jogo em si, em vez de tarefas repetitivas.

Outro ponto interessante é que o Houdini também deu mais autonomia para os artistas técnicos e designers, que agora podem fazer ajustes diretamente nos mapas, sem depender de programadores — algo que, segundo Akizuki, melhora o fluxo de trabalho e “libera os programadores para focar na melhoria dos ambientes”.

Importante lembrar que geração procedural não é o mesmo que inteligência artificial generativa: no caso da procedural, os algoritmos trabalham apenas com assets criados pelos próprios desenvolvedores — sem recorrer a fontes externas ou conteúdo não autorizado.

Xenoblade Chronicles 3 foi lançado para o Nintendo Switch em 2022 e foi amplamente elogiado por seu mundo expansivo, direção de arte e narrativa envolvente — e agora sabemos um pouco mais sobre como tudo isso foi possível.
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Leandro Alves
Leandro Alves é designer gráfico formado e especialista em Design Estratégico pela Unicarioca, além de UX Designer com formação pela ESPM e pela escola britânica Design Institute. Diretor Geral, Diretor Editorial e Diretor de Arte das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou sua paixão por videogames com The Legend of Zelda: A Link to the Past. Fã da Nintendo, mas sem esconder sua admiração pelo PlayStation, tem como séries favoritas Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Xenoblade Chronicles. Está no Instagram e Twitter.